Escola Médica Salernitana: diferenças entre revisões

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Os cursos variavam de três a cinco anos, depois de realizados os estudos preliminares nas faculdades de artes. As aulas consistiam na leitura de textos adequados, com os posteriores comentários, discussões e avaliação dos conhecimentos. O método de ensino baseava-se essencialmente na memorização e discussão dos textos das aulas. Destacavam-se as aulas práticas de [[anatomia]], com as correspondentes [[Dissecação|dissecações]], considerado o estímulo mais importante para um ensino mais criterioso e mais rigoroso dos [[Cirurgião|cirurgiões]]. O domínio da [[língua latina]] também era fundamental.
 
A primeira titulação médica foi regulamentada em [[1140]] por [[Rogério II da Sicília]], estabelecendo a obrigatoriedade de um [[exame oficial]] para o exercício da medicina. Esta disposição foi depois reafirmada em [[1240]], no [[Édito de Melfi]], promulgado por [[Frederico II da Suábia|Frederico II]]. Frederico instituíu a obrigatoriedade de um curso superior em [[Salerno]] para os médicos, ao mesmo tempo em que proibiu qualquer sociedade entre médicos e [[Farmacêutica|farmacêuticos]] e determinou que estes tinham de dispensar os [[medicamento]]s de acordo com as receitas médicas e as normas da arte provenientes de Salerno.
 
Das obras nascidas da Escola de [[Salerno]] nos séculos XII e XIII, destaca-se o ''Tractatus de aegridinum curatione'', obra colectiva de vários mestres de [[Salerno]], onde se reúnem os ensinamentos de medicina geral. [[Trotula]] é associada à obra ''De passionibus mulierum'', que aborda temas como [[ginecologia]], [[obstetrícia]] e [[cosmética]]. Ao conjunto de saberes ministrados aos estudantes de [[Salerno]], destaca-se a ''[[Articella]]''. Nas obras de conteúdo farmacêutico e terapêutico salientam-se o ''Antidotarium'' de [[Nicolau Salernitano]] {{nwrap||1110|1150}} e o ''De simplici Medicina'' (ou ''Circa instans'', as duas palavras com que se inicia o texto) de [[Mateus Plateário]], o Jovem. O ''Antidotarium'' de Nicolau era dirigido exclusivamente aos estudantes de medicina; contudo, em 1322, a Faculdade de Medicina de Paris]] determinou ser obrigatória a sua existência em todas as [[botica]]s, tornando-o um dos receituários mais utilizados por médicos e farmacêuticos durante a [[Idade Média]]. Continha nas obras iniciais 115 fórmulas farmacêuticas, contudo as versões mais recentes excediam as 175, ordenadas [[Ordem alfabética|alfabeticamente]] e com um [[apêndice (livro)|apêndice]] sobre pesos e medidas. Providenciava receitas de medicamentos, que tinham por base o [[açúcar]] e o [[mel]], possibilitando a sua conservação por longos periodos e portanto, pudendo ser dispensados à medida que eram requisitados. Já o ''Circa instans'' possui cerca de 250 artigos sobre drogas medicinais, também ordenadas alfabeticamente, referindo-se às suas propriedades, [[etimologia]] e história.