Dona Branca: diferenças entre revisões

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Pouco se sabe acerca das origens de Maria Branca dos Santos. Apenas se conhece que a sua família era extremamente pobre e, como tal, a futura "Banqueira do Povo" não chegou a completar a [[instrução primária]]. Mesmo sendo quase analfabeta, era extremamente inteligente, possuindo grande capacidade de raciocínio matemático e, grande apetência para a gestão financeira e estratégia comercial e empresarial.
 
== ActividadeAtividade ==
Desde cedo, começou a sua prática "bancária": guardava o dinheiro da venda de varinas ao longo do dia recebendo ao anoitecer uma pequena compensação pelo "depósito". Destacou-se pela sua honestidade e carisma, e passou a ser solicitada também pelos vendedores ambulantes.
 
No decorrer dos anos [[1950]], noscom pós-IIa Grandepolítica GuerraSalazarista, em que sereinava verificavama enormes dificuldades financeiras e socio-ecnómicas um pouco por toda apobreza Europanacional, torna-se numa pseudo-bancária quando iniciou a sua actividadeatividade clandestina. Estrategicamente, começou a atribuir juros a quem lhe confiasse as suas economias, tanto maiores quanto mais elevadas fossem. Utilizava bastante bem o [[esquema em pirâmide]].
 
Assumiu posição diferente à da Banca e da técnica bancária: recebia depósitos acrescidos de 10% de juros a quem aplicasse as suas poupanças e concedia empréstimos a juros elevados. Esta medida foi crucial para a expansão da sua actividadeatividade e renda.
 
NumNo ápice, fosse rico ou pobre, pescador a empresário, todos recorriam à "Banqueira do Povo" como passou a ser conhecida.
 
Mas analisando o contexto geral da sua época, as actividades desta senhora mais não eram do que o reflexo da conjuntura económica difícil e da situação social periclitante que se viveu em Portugal após o 25 de Abril de 1974 e a crise dos preços do petróleo dos anos 70. Desemprego, inflação, ''déficit'' comercial e elevada dívida pública, ameaças de bancarrota, pressões do FMI, conflitos laborais, pouca crença no futuro: assim estava Portugal no começo da década de 80. Era uma época permeável à corrupção e aos negócios "fáceis" e menos claros.
 
== Método ==
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No entanto as pessoas que contratara estavam ligadas a negócios ilícitos e, por isso, estes angariadores tinham a esperteza e conhecimentos técnicos, conseguindo assim obter valores de milhares de contos.
 
Esta sua actividadeatividade não passou despercebida às autoridades judiciais e bancárias, mas estas tornaram-se facilmente subornáveis.
 
== Declínio da actividadeatividade ==
Em Março de [[1983]], o semanário "[[Tal & Qual]]" divulgou a sua actividadeatividade e os seus métodos, tendo sido também notícia na imprensa internacional.
 
Com essa publicidade, D. Branca conseguiu, em muito pouco tempo, quadruplicar o seu capital. Centenas de pessoas dirigiam-se aos seus escritórios para obter um juro mensal de 10% que fazia concorrência ao juro oficial da banca que era de 30% por ano.
 
O crescente levantamento das contas à Banca oficial e o depósito na actividadeatividade da "Banqueira do Povo" alarmaram o Banco de Portugal e o Governo, prevendo-se a muito curto prazo a bancarrota da banca.
O Ministro das Finanças, [[Ernâni Lopes]], estrategicamente, foi à televisão advertir e acautelar os portugueses.
 
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Dona Branca, de modo a devolver a quantia que havia sido depositada pelos seus clientes, passou milhares de cheques sendo centenas deles devolvidos por falta de provisão.
 
Envolvida com colaboradores corruptos e criminosos, um deles, o seu advogado, que "legalizava" as suas acçõesações financeiras, foi finalmente detida a 8 de Outubro de 1984 e colocada preventivamente na Cadeia das Mónicas, em Lisboa.
 
Foi acusada pelo Ministério Público, juntamente com 68 arguidos, por associação criminosa, múltipla prática da emissão de cheques sem cobertura, burla agravada, falsificação e abuso de confiança, tendo sido iniciado o julgamento em 1988 no Tribunal da Boa-Hora, que teve a duração de 1 ano.