Espada de Osmã: diferenças entre revisões

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[[Imagem:Istanbul.Topkapi084.jpg|thumb|upright|Espadas de diversos sultões otomanos, em exposição no [[Palácio de Topkapı]]]]
 
A '''Espada de Osman''' ({{langx|tr|'''''Taklide-Sei'''''<ref>[[#greg|M'Gregor 1854]]</ref> ou '''''Osman Kılıcı'''''}}) era um importante [[Regalia|arma de cerimónia]] que era usada durante a [[Entronização|entronização]] dos [[Sultão|sultões]] do [[Império Otomano]].<ref name=has604 /> A [[espada]] deve o seu nome a {{Lknb|Osman|I}}, o fundador da [[Dinastia Otomana|dinastia de Osman]]. A tradição começou quando Osman foi cingido com a espada do [[Islão]] pelo seu mentor e sogro {{ilc|Sheik Edebali||Balışeyh}}.<ref>[[#Bag69|Bagley 1969]], p. 2</ref> O cingimento com a espada era uma cerimónia vital que ocorria nas duas semanas a seguir à ascensão ao trono. Tinha lugar no complexo funerário da [[Mesquita de Eyüp]], numa encosta da margem sul do estuário do [[Corno de Ouro]], em [[Istambul]].
 
Apesar da distância entre o [[Palácio de Topkapı]], onde residia o sultão, e [[Eyüp]] ser curta, o monarca embarcava com grande pompa num barco para subir o Corno de Ouro. O complexo funerário de Eyüp foi mandado construir por {{Lknb|Maomé|II, o Conquistador}} {{nwrap|r.|1432|1481}} em honra de [[Abu Ayyub al-Ansari]], um [[Sahaba|companheiro do Profeta]] [[Maomé]] que teria morrido durante o [[Cerco de Constantinopla (674–678)|primeiro cerco muçulmano]] de [[Constantinopla]] {{nwrap|r.|674|678}}. Assim, o cingimento da espada ocorria naquiloem que eraterreno considerado terreno sagrado e ligava o recém-entronisadoentronizado sultão tanto aos seus antepassados do {{séc|XIII}} como à pessoa do Profeta.<ref>[[#Qua05|Quataert 2005]], p. 93</ref>
 
O facto do emblema pelo qual o sultão era entronisadoentronizado ser uma espada era altamente simbólico: mostrava que o cargo de que era investido era em primeiro lugar e acima de tudo o de um guerreiro. A Espada de Osman era cingido ao novo sultão pelo [[Xarife]] de [[Konya]], um dervixe [[Mevlevi]] que era chamado a Istambul para esse propósito. Esse prvilégio eatva reservado aos homens daquela ordem [[Sufismo|sufista]] desde o tempo em que Osman&nbsp;I estabeleceu a sua residência em Konya, antes da capital ser movida para [[Bursa]] e depois para Constantinopla.<ref>{{cite journal|date=1876-09-18|title=Girding on the Sword of Osman|journal=[[The New York Times]]|page=2|issn=0362-4331|url=http://query.nytimes.com/mem/archive-free/pdf?_r=1&res=9C02E3DA133FE23ABC4052DFBF66838D669FDE|format=PDF|accessdate=2009-04-19}}</ref>
 
Até ao final do séculséculo XIX, a entrada na Mesquita de Eyüp para assistir à cerimónia do cingimento da espada estava vedada a não muçulmanos. O primeiro a quebrar esta tradição foi {{lknb|Mehmet|V}} {{nwrap|r.|1909|1918}}, cuja cerimónia foi aberta a pessoas de vários credos religiosos. Ocorrida a 10 de maio de 1909, a ela assistiram representantes de todas as comunidades religiosas do império, nomeadamente o [[Patriarcado Ecumênico de Constantinopla|patriarca grego]], o {{ilc|hahambaşı||Hakham Bashi|Hahambaşılığı}} (o [[rabino]] que liderava espiritualmente a comunidade [[Judeu|judaica]]) e um representante a [[Igreja Arménia]]. O facto de ter sido autorizado que não muçulmanos vissem a cerimónia possibilitou que o ''[[The New York Times]]'' publicasse uma descrição muito pormenorizada dela,
em sido admitidos.<ref name=nyt9 /> O irmão e sucessor de Mehmet&nbsp;V, {{lknb|Mehmet|VI}}, foi ainda mais longe, autorizando a filmagem da cerimónia. Dado ter sido o último sultão otomano reinante, a sua cerimónia do cingimento da Espada de Osman é a única registada em filme.<ref name=video />