Roberto I, Duque da Borgonha: diferenças entre revisões

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Roberto detinha um caráter violento e selvagem. Nas palavras de alguns historiadores, especialmente E. Petit, apoiado por Eugene Jarry <ref>Em ''Formação territorial da Borgonha. Ensaio de geografia histórica'', Paris, 1948. Em J. Richard, ''Os duques de Borgonha e a formação do ducado do século XI ao século XIV'', p. 146, r. 3.</ref>, o que não é subscrito pelo historiador J. Richard<ref name=richard>Esta versão dos fatos é identica à tése desenvolvida por E. Petit em ''História dos duques da Borgonha da linhagem capetiana'', T. I, p. 167-169.
<br />
O historiador [[Jean Richard (historien)|Jean Richard]] em ''Os duques de Borgonha e a formação do ducado do século XI ao século XIV'', Société ''As Belas Letras'', Paris, 1954, p. 12, r. 3, a refuta e, da sua parte, se contenta de escrever especialmente sobre a morte de Damásio: <br />'''«Nós não sabemos nada sobre o tipo de morte a que sucumbiu Damásio de Semur»'''. <br />Mas no entanto ele fornece os seguintes detalhes: {{citação|[[Hildeberto de Lavardin|Hildeberto (Hildeberto de Mans)]], refere que o duque, seu genro, o havia feito perecer «''propria manu''», o que permitiu aos historiadores da região de Brionnais em supor que ele havia encontrado a morte durante a guerra do Auxerrois. Quanto a Petit, acrescenta à morte de Damásio, a do filho deste, morto por «dois soldados do duque», que aqui o evidênciam as fontes (''História dos duques da Borgonha da linhagem capetiana'', T. I, p. 167-168). O mesmo historiador, de acordo com uma interpretação devida a Maillard de Chambure, ''História e descrição da Igreja de Notre-Dame de Semur-en-Auxois '' (M.C.A.C.O., I série, I, 1832-1833, p. 76-84), supôs que Damásio teria sido envenenado durante um banquete no qual se encontrava o seu genro, isto de acordo com o tympanum da ''Porte des Bleds'', na Igreja de Notre-Dame de Semur-en-Auxois, executado apenas depois [[1250]] e que representa um banquete na corte do rei Gondofares, entre outras cenas da lenda de [[São Tomé]]. As contorsões de uma dançarina são assimiladas como as convulsões de Damásio envenenado (P. de Truchis, ''Notre-Dame de Semur'', em ''Guia do congrèsso arqueológico. D’Avallon'', 1907; Kleinclausz, ''Quomodo'', p. 70, n° 2). Este erro de interpretação foi devido a uma confusão entre os dois Semur, cometido por [[Claude Courtépée|Courtépée]] que sabia entretanto que o selo da duquesa Hélia havia sido descoberto no castelo de Semur-en-Brionnais (''Description…'', III, p. 84) e afirma ainda que Notre-Dame de Semur havia sido construída por Roberto I para expiação da morte de Damásio. A morte deste foi anterior a [[1048]], como o mostra uma carta de Cluny (n° 2940)}}.</ref> que escreveu: "Nós não sabemos nada sobre o tipo de morte a que sucumbiu Damásio de Semur", o duque Roberto poderia, em um acesso de raiva depois de uma discussão durante uma refeição, ter matado Damásio de Semur <ref name=richard/>, seu padrasto bem comoocomo seu cunhado, Jocerando<ref>Em ''História da Ordem de Cluny depois da fondação da abadia atè à morte de Pedro, o Venerável'' de J.-Henri Pignot, T. II, 1868, p. 4, r. 1, J.-H Pignot escreve sobre a morte de Jocerando: «Jocerando foi morto enquanto jovem por um soldado que procurou por asilo em Cluny».</ref>, filho de Damásio, que queria intervir.
 
==Expedição na Espanha==
O abade [[Hugo de Cluny]], que desempenhou um papel em Espanha na propagação da reforma gregoriana e na erradicação do [[rito moçárabe]], interessou a nobreza borgonhesa pela [[Reconquista]]. Roberto I entrou em [[1058]] em [[Barcelona]], ​​na corte do conde desta cidade, [[Raimundo Borel I de Barcelona|Raimundo Borel]]. Ele estava acompanhado de seu segundo filho, [[Henrique da Borgonha|Henrique]], filho de sua primeira esposa Hélia de Semur. Após o encontro, Henrique havia se casado com uma parente do conde<ref>M. Chaume nomeia esta parente: «Clemence de BarceloneBarcelona, presumida neta de Raimundo Borel I».</ref>, cujo apelido passou para os seus descendentes<ref>''Os duques de Borgonha e a formação do ducado do século XI ao século XIV'', p. 13, r. 1, e M. Chaume, ''Os primeiros cruzados borgonhões no outro lado dos Pirinéus'' , Anais da Borgonha, XVIII, 1946, p. 161-165, e ''Ao lado dos cruzados borgonhões da Espanha'', Anais da Borgonha, IX, 1937, p. 68-73.</ref>.
 
==Violencia e banditismo==
A escassez de informações sobre Roberto I é imensa, lamenta J. Richard. No entanto, os fatos que os historiadores conhecem dele nos últimos anos de sua vida são apenas de violência e banditismo a que ele se entregou. Estes abusos podem refletir a sua crescente falta de dinheiro, talvez mais do que um carácter prevalente<ref>J. Richard em ''Os duques de Borgonha e a formação do ducado do século XI ao século XIV'', p. 12.</ref>. Historiadores como J. Garnier e A. Kleinclausz deram-lhe mesmo o apelido de "Roberto sem-terra”. Os abusos do duque cometidos contra igrejas e mosteiros foram numerosos. Ele tinha recolhido as colheitas, apreendeu os dízimos, havia tomado as adegas. Em Auxerrois, em Langrois, em Dijon e Auxois, em todos os lugares aumentaram as queixas dos religiosos. Tais crimes não podiam ficar impunes. Eles conseguiram que Roberto fosse excomungado. Os religiosos o convocaram para o concílio realizado em Autun (ano de [[1060]]?), onde ele se redimiu honradamente. É provável que tenha sido no concílio de Autun onde decidiu que sua viagem a Roma, devia de ocorrer entre os anos de [[1060]] e [[1064]] e deveria pedir o perdão por seus crimes.
 
==Descendência==