Juana Inés de la Cruz: diferenças entre revisões

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'''Juana Inés de Asbaje y Ramírez de Santillana''' ou '''Juana de Asbaje''' (de Asuaje, segundo alguns), chamada de ''A Fénix da América'' e também de ''A Décima Musa''. Escritora barroca [[Nova Espanha|nova-espanhola]] (mexicana), poetisa e dramaturga da segunda metade do século XVII. Nasceu em um povoado do vale do [[México]], San Miguel Nepantla, próximo a Amecameca, e aprendeu [[náhuatl]] com seus vizinhos. Filha natural, sua mãe foi a "criolla" Isabel Ramírez de Santillana e seu pai Pedro Manuel de Asbaje y Vargas Machuca, militar espanhol da província basca de Guipúzcoa (Vergara). Descobriu a biblioteca de seu avô e assim tornou-se aficcionada pelos livros. Aprendeu tudo o que era conhecido em sua época, isto é, leu os clássicos gregos e romanos e a teologia do momento. Aprendeu [[português]] por conta própria, assim como [[latim]], o que fez como [[autodidata]] em vinte lições. Como se sabe a partir dos dados que se mencionam em algumas de suas obras, o fez escutando as aulas que eram dadas à sua irmã, isto às escondidas. No entanto, também podemos saber disso por [[Marco Aurelio Almazán]].
 
Quando adolescente, esteve na corte vice-real mexicana, e sobre esse tempo há muito poucos dados biográficos, ainda que se saiba que foi dama de companhia da vice-rainha [[Marquesa de Mancera]]. Quis entrar na Universidade e em algum momento passou pela sua cabeça vestir-se de homem, mas, no final das contas, concluiu que era menos disparatado tornar-se [[monge|monja]]. Depois de uma tentativa fracassada com as [[Carmelitas]], cuja regra era de uma rigidez extrema que a levou a um período de convalescência, ingressou na [[Ordem de São Jerónimo|Ordem das Jerônimas]], onde a disciplina era algo mais relaxada. Tinha uma cela de dois andares e governanta. Ali passou a sua vida, escrevendo versos sacros e profanos, canções a cada Natal, [[auto]]s sacramentais e duas comédias[[comédia de [[capa e espada|comédias decapa-e-espada]]. Também serviu como administradora do [[convento]], com bastante habilidade.
 
Com a erudição acumulada durante anos de estudo, correspondia-se com os grandes nomes do mundo hispânico, tendo escrito até ao [[Papa]]. Sóror Juana escreveu literatura centrada na liberdade, o que era um prodígio naquela época. No seu poema ''Hombres Necios'' ("Homens Estúpidos"), ela defende o direito da mulher a ser respeitada como ser [[humano]] e critica o [[sexismo]] da [[sociedade]] do seu tempo, gozando dos homens que condenam a [[prostituição]], ao mesmo tempo em que aproveitam a sua existência. Além de livros religiosos como a [[Bíblia]], que representavam certamente mais de 90% dos livros que chegavam à [[América]] na época, há relatos de que ela possuía obras atípicas para um cidadão da América do [[século XVII]], como escritos de [[Leibniz]], dentre outros.