Otão da Grécia: diferenças entre revisões
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{{Info/
| nome = Oto
| imagem = Stieler Joseph C. - Portrait of Othon as a young man - Google Art Project.jpg
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| reinado = {{dtlink|27|5|1832}}<br/>a {{dtlink|23|10|1862}}
| sucessor = [[Jorge I da Grécia|Jorge I]]
| cônjuge = [[Amália de Oldemburgo]]
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| pai = [[Luís I da Baviera]]
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| local de nascimento = [[Salzburgo]], [[Império Austríaco|Áustria]]
▲| casa real = [[Casa de Wittelsbach]]
| local da morte = [[Bamberg|Bamberga]], [[Reino da Baviera|Baviera]]
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▲| nascimento = {{Dni|1|6|1815|si}}
▲| falecimento = {{Morte|26|7|1867|1|6|1815|lang=PT}}
}}
'''Oto''' ([[Salzburgo]], {{dtlink|1|6|1815}} – [[Bamberg|Bamberga]], {{dtlink|26|7|1867}}) foi o [[Anexo:Lista de reis da Grécia|Rei da Grécia]] de 1832 até sua deposição em 1862. Filho do rei [[Luís I da Baviera]], ele ascendeu ao recém criado trono grego enquanto ainda era menor de idade. Seu governo foi inicialmente administrado por um conselho regencial de três homens composto por oficiais bávaros. Oto retirou os regentes ao alcançar a maioridade quando eles ficaram impopulares com o povo, governando então como um monarca absoluto. Eventualmente as exigências de seus súditos foram grandes o bastante e Oto acabou assinando em 1843 uma constitução, tendo enfrentado uma insurreição armada mas pacífica. Entretanto, ele armou as eleições através de fraudes e terror.
▲Ao longo do seu reinado, Otão enfrentou vários desafios políticos relacionados com a fraqueza económica da Grécia e ao papel do governo nos assuntos da Igreja. Nesta altura a política da Grécia dependia da ligação com as três Grandes Potências e a habilidade de Otão em manter o apoio das mesmas era essencial para se manter no poder. Para se manter forte, Otão teve de jogar com os interesses de cada uma das Grandes Potências e usá-los contra eles sem agravar a situação dos mesmos. Quando a marinha britânica bloqueou a Grécia em 1850 e em 1853 para impedir que estes atacassem o Império Otomano durante a Guerra da Crimeia, a opinião que os gregos tinham de Otão piorou. Como resultado houve uma tentativa de assassinato da rainha e por fim, em 1862, Otão foi deposto quando estava no campo. Morreu no exílio na Baviera em 1867.
== Primeiros anos e reinado ==
Nasceu como príncipe
Quando foi escolhido para ser rei, as Grandes Potências conseguiram uma promessa do pai de Otão que o impedia de se envolver em acções hostis contra o [[Império Otomano]] e insistiram que o seu título fosse de "rei da Grécia" e não "rei dos gregos", visto que daria a impressão de que o os habitantes da Grécia ainda estariam sob o domínio turco. Antes de fazer dezoito anos, o jovem príncipe chegou à Grécia com 3 500 tropas e três conselheiros da Baviera a bordo da fragata britânica HMS Madagascar. Otão criou imediatamente uma ligação de afecto com o seu novo país com a adopção do traje tradicional grego e da "helenização" do seu nome para Othon.▼
▲Quando foi escolhido para ser rei, as Grandes Potências conseguiram uma promessa do pai de
O reinado de
#a. Os anos da Regência: 1832-1835
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O Reino Unido e o banco Rothschild, que subscreviam os empréstimos à Grécia, insistiam na severidade financeira de Armasperg. Não demorou muito até que os gregos tivessem de pagar mais impostos do que quando estavam sob o domínio dos turcos. Aos olhos da população, estes tinham abandonado a tirania dos otomanos, que compreendiam, por um governo orientado por burocracia estrangeira, a "Bavicracia", algo que desprezavam.
Além disso a regência não demonstrava grande respeito pelos costumes locais. Por ser católico,
Os populares heróis e líderes da [[Revolução Grega]], como os generais [[Theodoros Kolokotronis]] e [[Yiannis Makriyiannis]], que se opunham à regência dominada por bávaros, foram acusados de traição, presos e condenados à morte. Porém acabaram por ser perdoados devido à pressão popular e os juízes que resistiram às pressões bávaras e recusaram assinar as penas de morte foram vistos como heróis.
Os primeiros anos do reinado do rei
[[Image:Otto's entry in Athens.jpg|thumb|240px|"A Entrada do Rei em Atenas" de [[Peter von Hess]], 1839.]]
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Atenas foi escolhida para ser a capital da Grécia por razões sentimentais e históricas e não por ser uma cidade grande. Foi elaborado um plano de modernização da cidade e procedeu-se à construção de edifícios. O maior legado desta época são os edifícios da [[Universidade de Atenas]] (1837), da Universidade Politécnica de Atenas (1837, da mesma Escola Real de Artes), os Jardins Nacionais de Atenas (1840), a Biblioteca Nacional de Atenas (1842), o Velho Palácio Real (agora o Parlamento grego 1843) e o Antigo Edifício do Parlamento (1858). Foram construídas hospitais e escolas em todos os territórios gregos, mas o sentimento geral da população era negativo e estas construções foram maioritariamente ignoradas.
Entre 1836 e 1837
Entretanto, devido ao facto de questionar demasiado o rei, Armansperg foi demitido pelo rei
== Partidos, finanças e igreja ==
[[File:Greek CoA (1831-1863).svg|thumb|left|180px|Brasão do Reino da Grécia durante o reinado de
[[Image:Flag of Otto of Greece.svg|thumb|left|180px|O estandarte real.]]
Ao longo do seu reinado o rei
Os partidos gregos da era otomana baseavam-se em dois factores: as actividades políticas dos representantes diplomáticos das Grandes Potências (Rússia, Reino Unido e França) e afiliação das figuras políticas gregas a estes diplomatas.
[[File:Otto of Greece II.jpg|thumb|Retrato de
[[Image:King Otto of Greece.jpg|thumb| Um retrato romântico de
A incerteza financeira da monarquia otomana resultava:
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As maquinações políticas das Grandes Potências personificavam-se nos seus três delegados em Atenas: o francês Theobald Piscatory, o russo Gabriel Catacazy e o inglês Edmund Lyons. Estes informavam os respectivos governos das actividades dos gregos ao mesmo tempo que serviam de conselheiros aos respectivos partidos aliados na Grécia.
O efeito esperado das suas políticas (e as dos seus conselheiros) era o de aumentar o poder das Grandes Potências e não o contrário. As Grandes Potências não apoiavam a redução do absolutismo crescente do rei
Os seus regentes, Armansperg e Rundhart, criaram uma política controversa de acabar com os mosteiros. A hierarquia da Igreja não ficou muito satisfeita com a medida. A Rússia era considerada uma forte defensora da Igreja Ortodoxa, mas havia crentes ortodoxos em todos os partidos. Assim que se livrou dos seus conselheiros bavários,
Uma tradição vinda já dos tempos bizantinos dizia que o rei era o chefe da Igreja. Porém, o facto de
Em 1833 os regentes tinham declarado unilateralmente a continuidade do rei como chefe da Igreja da Grécia, mas esta decisão foi um resultado directo da situação política da altura visto que o Patriarca de Constantinopla estava parcialmente sob o controlo do Império Otomano. Porém os fieis, preocupados com o facto de a nomeação de um católico como chefe da Igreja poder enfraquecer a Igreja Ortodoxa, considerarem a decisão não canónica. Pela mesma razão também não aceitaram os missionários, maioritariamente Protestantes, que criaram escolas por toda a Grécia.
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Na verdade, a sociedade grega era bastante tolerante com as outras religiões. Porém, depois de 400 anos de opressão religiosa imposta pelos otomanos, os gregos desconfiavam do "progresso liberal europeu" que lhes era imposto. O tal "progresso" imposto era visto como mais um atentado contra a sua fé e contra a sua própria compreensão de liberdade, visto que o moto da Revolução Grega era "pela fé sagrada de Cristo e a liberdade da pátria". A pátria e a fé eram inseparáveis uma vez que a Igreja tinha contribuído bastante para a sobrevivência da língua e consciência gregas durante a ocupação turca.
As comunidades católicas estavam estabelecidas na Grécia desde o século XIII em [[Atenas]], [[Cíclades]], [[Quios]] e [[Creta]]. Também existiam comunidades judaicas no país que tinham chegado após a expulsão dos judeus de Espanha e se tinham juntado aos primeiros romanoitas, para além de outros judeus que já viviam no país desde os tempos do Apóstolo Paulo. Algumas famílias muçulmanas ainda viviam na Grécia durante o reinado de
== Revolução de 3 de Setembro de 1843 e últimos anos de reinado ==
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[[File:3η Σεπτεμβρίου.jpg|thumb|left|Uma pintura que representa a revolução de 3 de Setembro de 1843.]]
Apesar de o rei
Em 1843 a população estava insatisfeita com o seu rei e esse sentimento tinha atingido proporções críticas pelo que começaram a aparecer exigências para a elaboração de uma constituição. Inicialmente
A 3 de Setembro de 1843, a infantaria liderada pelo coronel Dimitris Kallergis e o respeitado capitão da revolução e antigo Presidente do Conselho Geral de Atenas, Yiannis Makriyiannis, juntaram-se na praça em frente do Palácio de Atenas.
Mais tarde muitos dos habitantes da pequena capital juntaram-se ao movimento e a rebelião recusou sair dali enquanto o rei não lhes garantisse uma constituição. Isso implicaria que entrassem gregos para o Conselho, que o rei convocasse uma Assembleia Nacional permanente e que
Com poucos recursos, agora que já não dispunha das tropas alemãs, o rei
O prestígio do rei, que se baseava maioritariamente no apoio que as Grandes Potências lhe davam, sofreu um rude golpe com o incidente no Pacifico de 1850, quando o Ministro dos Negócios Estrangeiros inglês, [[Henry John Temple]] enviou uma frota britânica para bloquear o porto de [[Pireu]] com navios de guerra para exigir a reparação de uma injustiça feita a um súbdito britânico.
A [[Megáli Idea|Grande Ideia]], o sonho de unir todas as populações gregas do [[Império Otomano]] e assim restaurar o [[Império Bizantino]] sob domínio cristão, levou a que
Em 1861, um estudante chamado Aristeidis Dosios (filho do político Konstantinos Dosios), tentou assassinar a rainha Amália e foi considerado um herói de forma aberta pelo público. Porém, a sua tentativa de assassinato também despertou sentimentos favoráveis à monarquia e de simpatia pelo casal real na população grega.
== Exílio e morte ==
Durante uma visita de
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