Guerra de independência da Grécia: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 63:
O Peloponeso, devido a sua longa tradição de resistência contra os otomanos, seria o bastião da revolta. Nos primeiros meses de 1821, com a ausência do governador turco e muitas de suas tropas, a situação era favorável para a insurreição grega contra a ocupação otomana. [[Teodoros Kolokotronis]], um renomado klefte grego, que servira ao exército britânico nas Ilhas Jónicas durante as guerras napoleônicas, retornou em [[6 de Janeiro]] de [[1821]] e partiu para a Península de Mani. Os turcos souberam da chegada de Kolokotronis e exigiram a sua rendição ao [[bey]] local, [[Petros Mavromichális]], que, no entanto, não aceitou a exigência.<ref>Paroulakis (2000), p.51-52</ref>
 
[[Ficheiro:Kolokotronis statue.jpg|thumb|right|[[Estátua equestre]] de Teodoros Kolokotronis em [[NaúpliaNáuplia]], [[Grécia]]]]
O encontro crucial ocorreu em Vostitsa (atual [[Aigio]]), onde chefes e prelados de todos os cantos do Peloponeso se reuniram em 26 de janeiro. Neste lugar, os capitães kleftes assumiram prontidão para a revolta, enquanto que a maioria dos líderes civis se mostrava hesitante e pediu garantias sobre a intervenção russa. Apesar disso, as notícias sobre a marcha de Ipsilantis nos principados do Danúbio ajudaram a alterar os ânimos no Peloponeso, e, em meados de março, ocorreram incidentes esporádicos contra muçulmanos, prenunciando o início da revolução.
 
[[Ficheiro:Greek Independence 1821.svg|thumb|left|Uma popular bandeira revolucionária, ligada à família de Kolokotronis]]
Em [[17 de Março]] de 1821, a guerra foi declarada contra os turcos pelos maniotas em Areópoli. Um exército de 2 mil maniotas, sob o comando de Petros Mavromichális, que incluía Kolokotronis, seu sobrinho [[Nikitaras]] e [[Papaflessas]] avançou até a cidade [[Messênia|messena]] de [[Calamata]], onde chegaram no dia 21 de março. Após dois dias [[cerco|sitiada]], a cidade caiu em mãos gregas.<ref>Kassis, "Mani's History", p.39</ref> Nesse mesmo dia, [[Andreas Londos]], um [[primaz]] grego, insurgiu-se em [[Aigio|Vostitsa]].<ref>Paroulakis (2000), p.57</ref>
 
Em [[Acaia (Grécia)|Acaia]], a cidade de [[KalavrytaCalávrita]] foi sitiada em [[21 de Março]]. Em [[Patras]], com o clima tenso, os otomanos transferiram seus bens para o forte em [[28 de Fevereiro]] e seus familiares em [[18 de Março]]. Em [[22 de Março]] os revolucionários declararam a revolução na Praça de Agios Georgios em Patras, com a presença do arcebispo Germanos. No dia seguinte, líderes da revolução em Acaia enviaram um documento aos consulados estrangeiros, explicando as razões da revolução.<ref>Apostolos Vakalopoulos, ''History of Modern Hellenism, the Great Greek Revolution (1821-1829)''. Vol. 5 The preconditions and the foundations of the revolution (1813-1829). Thessaloniki 1980 pp. 332-333</ref> Em [[23 de Março]], os otomanos promoveram ataques esporádicos contra a cidade, enquanto que os revolucionários, liderados por Panagiotis Karatzas, os repeliam de volta para o forte.<ref>Apostolos Vakalopoulos, '''History of Modern Hellenism, the Great Greek Revolution (1821-1829)''. Vol. 5 The preconditions and the foundations of the revolution (1813-1829). Thessaloniki 1980 pp. 327-331</ref>
 
Pelo final de março, os gregos passaram a controlar efetivamente o território, enquanto que os turcos ficaram confinados aos fortes, destacando-se os de Patras, RionRio, [[Acrocorinto]], [[Monemvasia]], [[NaúpliaNáuplia]] e a capital provincial, [[Trípoli (Grécia)|Trípoli]], para onde muitos muçulmanos haviam fugido com suas famílias no início da revolta. Todos foram debilitadamente sitiados por forças irregulares locais sob comandos diversos, pois os gregos careciam de artilharia. Com a exceção de Trípoli, os fortes possuíam acesso ao mar e podiam ser supridos e reforçados pelas embarcações otomanas.
 
Kolokotronis, determinado a tomar Trípoli, a capital provincial otomana no Peloponeso, moveu-se até a [[Arcádia]] com 300 soldados gregos. Quando entrou na Arcádia, lutou contra uma força turca de 1.300 homens e conseguiu derrotá-la.<ref name="Kassis39">Kassis, ''Mani's History", 39</ref> Em [[28 de Abril]], alguns milhares de soldados maniotas, sob o comando dos filhos de Mavromichális, se integraram ao grupo de Kolokotronis. Em [[12 de Setembro]] de 1821, a capital turca no Peloponeso caiu nas mãos de Kolokotronis e seus homens.