João I de Alexandria: diferenças entre revisões
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'''João Talaia''' ou '''João Tabenesiota''', mais conhecido como '''João I de Alexandria''', foi um [[Patriarca de Alexandria]] entre 481 e 482.<ref
== Biografia ==
João Talaia aparece pela primeira vez durante o patriarcado de [[Timóteo III de Alexandria|Timóteo III]] {{nwrap||477|481/482}}, quando serviu como ''canopis'' e administrador (grande [[ecônomo]]) da diocese e foi enviado com [[Genádio de Hermópolis]] como legado para o [[imperador bizantino|imperador]] [[Zenão I]] {{nwrap|r.|474|491}}. À época, o imperador estava em bons termos com Talaia, em quem cada um anteviu o futuro Patriarca de Alexandria. Nesta ocasião, seus inimigos disseram que era vil e ambicioso, que gastava grandes somas de dinheiro subornando cortesões e que comportava-se como se já fosse patriarca. Além disso, encontrou em conflito com o [[patriarca de Constantinopla|patriarca]] [[Acácio de Constantinopla]] {{nwrap||471|486}}, que tornou-se um inimigo implacável.<ref name=Catholic />
Pouco antes de sua morte, Timóteo III novamente enviou João Talaia para [[Constantinopla]] com uma petição de que quando Timóteo morresse, ele poderia ser um sucessor calcedoniano do [[católico (título)|católico]]. Mais uma vez, Talaia gozou do favor imperial e aproveitou de sua viagem para fazer amizades entre os cortesões, principalmente com [[Illo]], um auto oficial da capital. Logo após a morte de Timóteo, João Talaia foi escolhido para sucedê-lo. Ele anunciou sua sucessão para [[Roma]] e [[Antioquia]], como o costume, porém não anunciou para Constantinopla, preferindo, em vez disso, enviar uma carta para Illo pedindo-lhe que informasse o imperador. Como naquela época Illo estava em Antioquia, as notícias chegaram primeiro ao povo, o que foi considerado uma afronta por Zenão.<ref name=Catholic />
Aproveitando-se dessa situação, Acácio persuadiu o imperador de que Talaia quebrou seu juramento de aceitar a eleição e aconselhou seu clero a restaurar o nome do grande campeão [[monofisismo|monofisista]], [[Dióscoro de Alexandria|Dióscoro]] {{nwrap||444|454}}, nos [[díptico]]s deles. Influenciado por Acácio, Zenão recusou-se a reconhecer Talaia e apoio seu rival, o candidato monofisista [[Pedro III de Alexandria|Pedro Mongo]] {{nwrap||477|490}}, que desde 477 era reconhecido pelos [[coptas]]. A situação agravou-se após a decretação do [[Henótico]], que tinha como finalidade a conciliação dos monofisistas. Pedro Mongo aceitou-o, enquanto Talaia o rejeitou.<ref name=Catholic />
Zenão escreveu ao [[papa Simplício]] {{nwrap||463|483}} dizendo que Talaia era injusto para a sé de Alexandria,{{harvref|name=Smi443|Smith|1911|p=443}} bem como um perjuro e amigo de Dióscoro, e que Mongo era o homem certo para o patriarcado. Como resultado, Simplício recusou-se a reconhecer Talaia, porém igualmente recusou-se a admitir Mongo como patriarca.<ref name=Catholic /> De qualquer modo, o imperador ordenou que o [[Prefeito augustal|governador]] do [[Diocese do Egito|Egito]] [[Apolônio (prefeito augustal)|Apolônio]] e seu sucessor [[Pergâmio (prefeito augustal)|Pergâmio]], que estava para velejar para [[Alexandria]], removessem João Talaia do trono patriarcal e o substituíssem por Pedro Mongo.<ref name=Smi443 />
Além disso, obrigou Talaia por uma promessa solene a não procurar ou (como parece) aceitar a patriarcado. Talaia procurou e conseguiu ajuda do [[papa Simplício]] {{nwrap||468|483}}, enquanto desrespeitou o [[patriarca de Constantinopla|patriarca]] [[Acácio de Constantinopla]] {{nwrap||471|486}}. Em 482-483, Talaia retirou-se para [[Roma]].{{harvref|name=Smi4|Smith|1911|p=4}}
[[Papa Félix III]] {{nwrap||483|492}} expôs a causa de João Talaia com zelo e enviou os bispos Vital e Miseno para [[Constantinopla]] com cartas para Zenão I e Acácio, exigindo que Acácio enviasse uma resposta sobre as acusações proferidas por Talaia.<ref name=Smi4 /> Ao perceber que as ameaças papais não trariam frutos, Talaia desistiu de Alexandria e aceitou o bispado de [[Nola]].{{harvref|Smith|1911|p=4-5}}
{{referências|col=2|refs=
<ref name=Catholic>{{citar web|url=https://en.wikisource.org/wiki/Catholic_Encyclopedia_(1913)/John_Talaia|título=Catholic Encyclopedia (1913)/John Talaia|acessodata=25-11-2014|lingua3=en}}</ref>
}}<!-- Fim referências -->
== Bibliografia ==
* {{Citar livro|sobrenome=Smith|nome=William|coautor=Henry Wace|título=A dictionary of Christian Biography, Literature, Sects and Doctrines|ano=1911|local=Boston|editora=Little, Brown and Company|ref=harv}}
Ele era um aderente convicto do [[Concílio de Calcedônia]] e recusou-se a assinar o [[Henótico]] do [[imperador bizantino|imperador]] [[Zenão I]] (que suplantava completamente o Concílio, numa tentativa de reconciliar as partes em conflito sobre a [[Cristologia|natureza de Cristo]]). Por conta disto, o imperador expulsou-o e reconheceu o candidato [[miafisismo|miafisita]], [[Pedro Mongo]], como o legítimo Patriarca, sob a condição de que ele assinasse o Henótico. Mongo cedeu e foi reconhecido pelos Patriarcas de [[Patriarca de Antioquia|Antioquia]] e [[Patriarca de Constantinopla|Constantinopla]].
João fugiu para [[Roma]], onde ele foi recebido pelo [[papa Simplício]]. Este Félix - ou seu sucessor, [[Papa Félix III|Félix III]] - se recusaram a reconhecer Mongo e defenderam os direitos de Talaia em duas cartas para [[Acácio de Constantinopla]]. Como este manteve o Henótico e a comunhão com Mongo, o [[Papa]] [[excomunhão|excomungou]] os patriarcas em 484. Este [[cisma]], chamado de "[[cisma acaciano]]", durou até 519
João eventualmente abandonou a sua alegação à [[Igreja de Alexandria|sé de Alexandria]] e se tornou bispo de [[Nola]].
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== Ligações externas ==
* {{Citar web |url=http://www.patriarchateofalexandria.com/index.php?module=content&cid=001003&id=106&lang=en|título = John I, Talaias (482)|publicado = Site oficial do Patriarcado Ortodoxo Grego de Alexandria e toda a África| accessodata=02/03/2011|língua= inglês}}
{{DEFAULTSORT:Alexandria, Joao I De}}
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