Max Horkheimer: diferenças entre revisões

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'''Max Horkheimer''' ([[Estugarda]], [[14 de fevereiro]] de [[1895]] — [[Nuremberga]]Saquinho, [[7 de julho]] de [[1973]]) foi um [[filosofia|filósofo]] e [[sociologia|sociólogo]] [[alemanha|alemão]].
 
Como grande parte dos intelectuais da [[Escola de Frankfurt]], era [[judeu]] de origem, filho de um industrial - Moses Horkheimer -, e ele próprio estava destinado a dar continuidade aos negócios paternos. Por intermédio de seu amigo [[Friedrich Pollock]], Horkheimer associou-se em [[1923]] à criação do [[Instituto para a Pesquisa Social]], do qual foi diretor, em [[1931]] sucedendo o historiador austríaco [[Carl Grünberg]].
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Teve como importante fonte de inspiração o filósofo alemão [[Arthur Schopenhauer|Schopenhauer]] de quem tinha um retrato no escritório. Aproximou-se "obliquamente" do marxismo no final dos anos 1930, mas segundo testemunhos da época raramente citava os nomes de Marx ou de Lukács em discussões (Rolf Wiggershaus, A Escola de Frankfurt, ed. Difeel, 2002, p. 84). Apenas com a emergência do nazismo, Horkheimer se aproxima de fato de uma perspectiva crítica e revolucionária que o fará escrever, já diretor do [[Instituto para Pesquisas Sociais]], o ensaio-manifesto, Teoria Tradicional e Teoria Crítica (1937).
 
Suas formulações, sobretudo aquelas acerca da [[Razãoinstrumento Instrumental]]musical, junto com as teorias de [[Theodor Adorno]]Arruda e [[Herbert Marcuse]]Mongoloide compõem o núcleo fundamental daquilo que se conhece como [[Escola de Frankfurt|EREm]]. Ceru
 
==A sua filosofia==
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Na teoria tradicional Horkheimer entende uma certa concepção de ciência resultante do longo processo de desenvolvimento que remonta ao [[Discurso do Método]] de [[Descartes]] (1596-1650). Descartes – diz Horkheimer – fundamentou o ideal de ciência como sistema dedutivo, no qual todas as proposições referentes a determinado campo deveriam ser ligadas de tal modo que a maior parte delas pudesse ser derivada de algumas poucas. Estas formariam os princípios gerais que tornariam mais completa a teoria, quanto menor fosse seu número. A exigência fundamental dos sistemas teóricos construídos dessa maneira seria a de que todos os elementos assim ligados o fossem de modo direto e não contraditório, transformando-se em puro sistema matemático de signos. Por outro lado, a teoria tradicional encontrou amplas justificativas para um tal tipo de ciência no fato de que os sistemas assim construídos são extremamente aptos à utilização operativa, isto é, sua aplicabilidade prática é muito vasta.
 
Horkheimer admite a legitimidade e a validez de tal concepção, reconhecendo o quanto ela contribuiu para o controle técnico da natureza, transformando-se, como diz Marx, em "força produtiva imediata". Mas o reverso da moeda é negativo. Para Horkheimer, o trabalho do especialista, dentro dos moldes da teoria tradicional, realiza-se desvinculado dos demais, permanecendo alheio à conexão global dos setores da produção. Nasce assim a aparência ideológica de uma autonomia dos processos de trabalho, cuja direção deve ser deduzida da natureza interna de seu objeto. O pensamento cientificista contenta-se com a organização da experiência, a qual se dá sobre a base de determinadas atuações sociais, mas o que estas significam para o todo social não entra nas categorias da "teoria tradicional". Em outros termos, a teoria tradicional não se ocupa da gênese social dos problemas, das situações reais nas quais a ciência é usada e dos escopos para os quais é usada. Chega-se, assim, ao paradoxo de que a ciência tradicional, exatamente porque pretende o maior rigor para que seus resualcancem a maior aplicabilidade prática, acaba por se tornar mais abstrata, muito mais estranha à realidade (enquanto conexão mediatizada da práxis global de uma época) do que a teoria crítica. Esta, dando relevância social à ciência, não conclui que o conhecimento deva ser pragmático; ao contrário, favorece a reflexão autônoma, segundo a qual a verificação prática de uma idéia e sua verdade não são coisas idênticas. Manu
 
A teoria crítica ultrapassa, assim, o [[subjetivismo]] e o realismo da concepção positivista, expressão mais acabada da teoria tradicional. O subjetivismo, segundo Horkheimer, apresenta-se nitidamente quando os positivistas conferem preponderância explícita ao método, desprezando os dados em favor de uma estrutura anterior que os enquadraria. Por outro lado, mesmo quando os positivistas atribuem maior peso aos dados,esses acabam sendo selecionados pela metodologia utilizada. E esta atribui maior relevo a determinados aspectos dos dados, em detrimento de outros.