Imperador do Japão: diferenças entre revisões

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O imperador é chamado, em japonês, Tennō, palavra que significa 'soberano dos céus'. Há, ainda, referências a ele como Mikado (帝) que quer dizer 'porta sublime'. O imperador japonês é o único monarca no mundo a carregar o título 'imperador'.
 
A função do Imperador do Japão oscilava, até meados do [[século XX]], entre um [[clérigo]] de alto nível com grandes poderes simbólicos e um autêntico governante imperial. Houve um [[culto imperial]] ([[Arahitogami]]) que considera o Imperador como sumo sacerdote mediador entre os homens e a divindade, devido aos laços próximos com os deuses japoneses (laços de herança). A violência e as operações militares foram consideradas incompatíveis com o papel pelo menos durante 14 séculos: por isso os monarcas japoneses não atuaramactuaram como comandantes militares, ao contrário do habitual no Ocidente. A principal função do imperador durante a maior parte dos últimos mil anos era habitualmente a de simplesmente autorizar ou outorgar legitimidade aos que exerciam o poder.
 
Sob a [[wikisource:pt:Constituição do Japão|Constituição moderna do Japão]], o imperador converteu-se numa figura cerimonial e titular do cargo de [[chefe de estado]] de uma [[monarquia constitucional]] (ver [[Política do Japão]]).
[[Imagem:Imperial Seal of Japan.svg|thumb|right|150px|Selo Imperial do Japão]]
O atualactual Imperador, Sua Majestade Imperial, o Imperador [[Akihito]], sucedeu ao seu pai [[Hirohito]] em [[1989]].
 
A residência oficial do Imperador japonês é o Palácio de ''[[Kokyo]]'', localizado no centro de [[Tóquio]], desde meados do [[século XIX]]. Antes os Imperadores residiam em [[Quioto (cidade)|Quioto]].
 
Certos dados e datas referentes à instituição imperial são objetoobjecto de discussão entre os historiadores japoneses. Muitos imperadores citados na [[Anexo:Lista de imperadores do Japão|lista de Imperadores do Japão]] morreram muito jovens e dificilmente se pode considerar que tenham "governado" de verdade. Outros foram eclipsados pelos antecessores, os quais se tinham retirado aparentemente para um mosteiro mas continuaram exercendo a sua influência, num processo chamado "[[governo enclausurado]]". De qualquer modo, é importante manter a lista oficial inteira, porque mesmo hoje em dia a forma habitual de datação na história japonesa é pelos reinados dos imperadores.
 
== História ==
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=== Origem ===
Considera-se que os mais antigos imperadores registradosregistados nos livros [[Kojiki]] e [[Nihonshoki]], como o [[Imperador Jimmu]],
não têm credibilidade histórica. O primeiro monarca da lista como imperador que é geralmente reconhecido pelos historiadores como tendo existido historicamente foi o [[Imperador Ojin]], mas o tempo do seu reinado é impreciso (presumivelmente foi no século IV tardio ou no começo do século V). Estes dois livros declaram que a casa imperial manteve uma linhagem contínuo, embora hoje alguns historiadores defendam que muitos imperadores antigos dos quais se dizia serem descendentes do Imperador Ojin não tinham ligação genealógica com esse seu antecessor. A genealogia que inicia no século V tardio pode ser considerada como fiável, o que quer dizer que a dinastia é contínua desde pelo menos há 1500 anos.
 
=== Surgimento===
Até ao [[século VI]], a dinastia imperial de hoje era apenas um reino local (rei de Yamato) no Japão Central. Nos séculos V e VI, incrementou-se gradualmente o seu domínio sobre os vizinhos, o que resultou num estado relativamente centralizado ([[Príncipe Shotoku]]). Esse resultado continha praticamente todas as áreas geográficas da cultura Japonesa, por exemplo as partes centrais do que é o Japão atualactual. Isto significa que as áreas remotas que se encontravam povoadas sobretudo por tribos indígenas, como os Emishi, Hayato, e Kumaso, estavam fora dos seus limites. O século V foi também o último período de entradas significativas, como a imigração em massa, ajudando a formação do [[Japoneses|povo japonês]]. Em meados do século VI, as ancestrais famílias reais tinham também convergido geneticamentegenealogicamente para dar origem a [[Kimmei]] e seus filhos, dos quais descende a linha imperial contínua.
 
Certas datas e pormenores podem estar em disputa entre historiadores japoneses. Muitos imperadores citados na [[Anexo:Lista de imperadores do Japão|lista de imperadores]] formal morreram com muito pouca idade e é difícil dizer que tenham "governado" no sentido do termo.
 
=== Casa de Fujiwara ===
Houve seis famílias não-imperiais que controlaram os imperadores japoneses como marionetesmarionetas: os [[Soga]] (530's-645), os [[clã Fujiwara|Fujiwara]] (850's-1070), os [[Clã Taira|Taira]] (por um período relativamente curto), os [[clã Minamoto|Minamoto]] (e [[Shogunato Kamakura|Kamakura]]) (1192-1331), os [[Shogunato Ashikaga|Ashikaga]] (1336-1565) e os [[Tokugawa]] (1603-1867). Cada [[shogun]] das famílias Minamoto, Ashikaga e Tokugawa devia ser oficialmente reconhecido pelos imperadores, que eram os comandantes "oficiais" do exército, mesmo quando não podiam impor a sua própria vontade.
 
===Conflitos===
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===Xoguns===
Desde fim de 1100 a 1867, o poder real esteve em mãos dos [[xogum|xoguns]], cuja autoridade provinha, em teoria, diretamentedirectamente do Imperador. Quando os exploradores [[Portugal|portugueses]] chegaram pela primeira vez ao Japão (ver “período [[Nanban]]”), consideraram a relação entre o Imperador e os xoguns como a do [[Papa]] (de escolha divina, mas com pouco poder político) e o rei (terreno, mas com um amplo poder político), embora isto seja em certo ponto inexatoinexacto já que, como o Imperador, os Papas exerceram vários graus de poder ao longo da história.
 
===A Restauração Meiji===
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===Papel actual===
[[Imagem:Flag of the Japanese Emperor.svg|thumb|right|200px|Estandarte do Imperador do Japão]]
O papel do imperador é definido no Capítulo I da [[Constituição do Japão]] de 1947. O Artigo 1º define o imperador como o símbolo do estado e da unidade do povo. O Artigo 3º requer a aprovação do gabinete para todos os atosactos do imperador em matéria de estado. O Artigo 4º estabelece especificamente que o imperador não deve ter poderes relacionados com o governo. O Artigo 6º dá ao imperador o poder para nomear o primeiro-ministro e o juiz chefe do Supremo Tribunal, logo da ratificação da Dieta e do gabinete respectivamente, e o Artigo 7º dá ao imperador o poder para tomar para si várias funções ministeriais típicas de um chefe de estado, sujeito ao aviso e aprovação do gabinete. A diferença de outros monarcas constitucionais, é que o imperador do Japão não tem [[poderes reservados]].
Embora o imperador atualmenteactualmente exerça muitos dos papéis de um soberano cerimonial como [[chefe de estado]], houve uma persistente controvérsia sobre se o imperador é de facto um verdadeiro [[monarca]] no sentido político ou meramente um [[pretendente]], ostentando tal cargo numa [[república]] constitucional parlamentar. Numa monarquia tradicional, o poder político vem da soberania monárquica, cuja [[prerrogativa real]] é logo exercida ao capricho dos legisladores eleitos, da forma estabelecida na [[convenção constitucional]]. Se não há prerrogativa real, então a soberania deve ser exercida pelo povo, tal como estabelece o [[Artigo 1º da Constituição do Japão]]. Portanto, o imperador é simplesmente um atoractor político dentro de um governo que realmente não adere ao sistema de Westminster onde a posição de “chefe de estado” requer de uma pessoa com soberania ou com mandato popular para assumir tal ofício. Os esforços na [[década de 1950]] dos poderes conservadores para emendar a constituição a fim de nomear explicitamente o imperador como chefe de estado não resultaram. Apesar de tudo, o imperador leva a cabo todas as funções diplomáticas associadas normalmente ao chefe de estado e assim é reconhecido pelos poderes estrangeiros.
 
===Tratamento e nome===
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O Artigo 2º da [[Constitução do Japão]], promulgada em 1947 bajo a influencia da ocupação norteamericana e aún com fuerza, provee que “O Trono Imperial será dinástico e sucedido de acordo com a Lei de Casa Imperial aprobada pela Dieta.” A [[Lei da Casa Imperial]] de [[16 de enero]] de [[1947]], promulgada pela 92º sesión da Dieta Imperial, retuvo a exclusión das dinastas mujeres contenida na lei de 1889. O governo do Primer Ministro [[Yoshida Shigeru]] remendó rápidamente a legislação para dar à Lei da Casa Imperial concordancia com a [[Constitução do Japão]] escrita pelos americanos, que entró em efecto em mayo de 1947. En um esfuerzo por controlar o tamaño da família imperial, a lei establece que sólo os legítimos descendientes varões na linha de sucessão masculina pueden ser dinastas; que os príncipes e princesas imperiais pierden su estatus de membros da Familia Imperial se se casan fuera de ésta; e que o Imperador e outros membros da Familia Imperial não pueden adoptar filhos. También evitó que outras ramas que não descendiesen de Taisho accedieran a ser príncipes imperiais.
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===Estado atualactual===
[[Imagem:Reagan hirohito.jpg|thumb|200px|Os [[Ronald Reagan|Reagan]] e o Imperador [[Hirohito]] em Tóquio, 1983]]
 
A sucessão é regulada pelas leis promulgadas pela [[Dieta Japonesa]]. A lei actual exclui as mulheres da sucessão, embora muito ocasionalmente as mulheres tivessem ocupado o trono em séculos precedentes. Uma mudança a esta lei tem sido considerada desde [[2005]] dado que o Príncipe Herdeiro [[Naruhito]] é pai de uma filha. Isto cria um desafio tanto logístico como político: qualquer mudança na lei pode significar uma revisão para estabelecer a sucessão no primogênitoprimogénito mais que no primeiro varão; não obstante, o atualactual imperador não é o primogênitoprimogénito, pois tem irmãs mais velhas.
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Hay una potencial crisis sucesoria dado que não han nacido crianças varões na família imperial desde o Príncipe Akishino em 1965. Luego do nacimiento da [[Princesa Aiko]], houve cierto debate público sobre a enmienda à Lei da Casa Imperial para permitir a as mujeres suceder no trono. En enero de 2005, o Primer Ministro [[Jun'ichiro Koizumi]] designó a um painel especial compuesto de jueces, profesores universitarios e súbditos civiles em orden a estudiar mudanças à Lei da Casa Imperial e para hacer recomendações ao governo .