Cidade Maurícia: diferenças entre revisões

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[[Imagem:Recife-Map1665.jpg|thumb|right|250px|Mapa holandês de 1665 que mostra Maurícia (''de Stadt Mauritius'') e o Istmo do Recife (''Reciffo''). Ambos estão conectados por uma ponte.]]
'''Cidade Maurícia''', também '''Mauriciópolis''' ou, em [[Língua holandesa|holandês]], '''Mauritsstad''', foi o nome de uma parte da cidade do [[Recife]] durante o período do [[Nova Holanda|Brasil holandês]]. Maurícia foi construída a partir de 1638 nano Nordeste da [[Ilha de Antônio Vaz]] (notar no mapa que o resto da ilha permaneceu com o bioma natural) pelo conde [[João Maurício de Nassau-Siegen]], à época governador colonial da Nieuw Holland e por mera resultante de [[Pernambuco]]. A designação "Cidade Maurícia" persistiu até 1654, ano da expulsão dos holandeses pelos luso-brasileiros. Posteriormente, ambos os territórios de Recife (a Nordeste de Maurícia) e Maurícia iriam ser reincorporados a Olinda que muito perdeu com o incêndio já que da vila mais imponente da América Portuguesa precisou se refazer do zero já décadas após o incêndio inclusive perdendo mais peso ainda para o porto meridional o que iria no século seguinte acumular tensões até gerar a guerra dos Mascates quase na mesma altura da Guerra dos Emboabas. A construção de Maurícia foi talvez a causa principal para a falência da Nova Holanda, visto que o excesso de gastos para gerar e manter tantos luxos de uma civilização tão avançada para o período nas Américas no padrão norte-europeu acabou por tirar valioso capital que poderia ter sido investido na solidificação da conquista do território e combate aos insurgentes do hinterland próximo na zona de produção mor do mainland ainda dominada por portugueses em boa parte. Antes da sua construção o chefe polaco-lituano da defesa militar da Nieuw Holland havia alertado para usar a mesma tática que usaram os portugueses na conquista do sul de Itamaracá a despeito da maioria franco-tupi vizinha a noroeste, visto que esta ilha e a capitania vizinha possuíam condições bem mais propícias para uma defesa tanto contra ataques vindos do mar como do hinterland e mainland, ao contrário de Recife e Maurícia mais expostas a ambos, Recife exposta ao mar e Maurícia ao hinterland (por isso mesmo se resumiu ao Nordeste da ilha e não voltada ao hinterland próximo do lado da Boa Vista onde se situava o palácio de verão de Nassau já fora dos limes da urbe, na zona rural). Talvez a demora entre a queima de Olinda e a sede provisória na incipiente Recife se deu justamente por tais discussões e obviamente gastos. Nassau com seu espírito elitista e civil era pouco pragmático comparado aos militares e acionistas da Companhia e achava Recife (até então um pequeno porto e povoado bem inferior em porte a vila de Olinda e a cidades reais à poucas dezenas de km dali em protetorados ultramarinos quase vizinhos - não fazia sentido aos holandeses Pernambuco ter uma área de produção tão grande e uma sede inferior a outros protetorados, já que sua riqueza se concentrava no hinterland e pouca era sua população urbana; além do mais justamente por ter dado certo como protetorado privado acabou privada do mesmo planejamento que contavam as cidades reais da zona com suas largas ruas e imensos quarteirões muito espaçosos e que cabiam boa área verde de lazer inserido nestes) muito acanhada para ser a sede do protetorado mais rico de uma potência eurasiana ocidental além-mar baseada numa economia mais complexa que a mera mineração andina, sendo assim não saiu de sua cabeça construir algo que realmente representasse a grandeza e prosperidade da Nieuw Holland.<ref name="HUMANAE">Neves, A.L.; Mendonça Júnior, J.L. ''[http://www.esuda.com.br/revista/final/artigos/Lemoine_Mendonca-Junior.pdf Os edifícios religiosos e a estrutura urbana dos bairros de Santo Antônio e São José – 1654-1800.]'' Humanae, v.1, n.1, 2007.</ref>
 
==História==