Massacre do Norte: diferenças entre revisões
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O '''Massacre do Norte''', ou '''Esbulhar do Norte''', foi uma série de campanhas levadas a cabo por [[Guilherme I de Inglaterra|Guilherme, o Conquistador]], no inverno de 1069 até 1070 para subjugar o [[norte da Inglaterra]].
Em outono de 1069, [[Sueno II da Dinamarca]] tinha invadido a Inglaterra, em apoio às forças de [[Edgar de Wessex|Edgar, o Atelingo]]. Edgar foi o último membro remanescente da Casa de Wessex com uma pretensão ao trono da Inglaterra. Os dinamarqueses, com seus aliados ingleses, foram capazes de
Parece que o principal objetivo do massacre era devastar os condados do norte e eliminar a possibilidade de novas revoltas. Para este fim, o exército de Guilherme realizou uma campanha de destruição geral das casas, estoques e culturas, bem como os meios de produção de alimentos. Homens, mulheres e crianças foram mortos e milhares teriam morrido devido à fome que se seguiu. De acordo com o ''[[Domesday Book]]'' grandes áreas de Yorkshire e outros municípios do norte ainda estavam situados no lixo em 1086. Embora seja evidente que o exército de Guilherme foi responsável por uma grande parcela da morte e destruição no norte, alguns historiadores têm sugerido que o dano infligido pelas forças do duque podem não ter sido tão extensas quanto se pensava.
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[[Ficheiro:Baile Hill - geograph.org.uk - 765177.jpg|miniaturadaimagem|esquerda|Restos de [[Castelo de mota|mota]] na Colina Baile, em Iorque, 1068-1069.]]
Copsi, um apoiador de [[Tostig Godwinson|Tostig]] (um conde anglo-saxão anterior de Nortúmbria, que havia sido banido por Eduardo, o Confessor), era natural de Nortúmbria e sua família teve a história de serem governantes de [[Bernícia]], e às vezes da região. Copsi lutou no exército de [[Haroldo III da Noruega|Haroldo Hardrada]] com Tostig, contra Haroldo Godwinson na [[batalha de Stamford Bridge]] em 1066, ele conseguiu escapar após a derrota de Haroldo III da Noruega. Quando Copsi ofereceu homenagem a Guilherme em [[Barking]], em 1067, Guilherme o recompensou, fazendo-o conde de Nortúmbria.<ref name=kapelle103>William E. Kapelle. The Norman Conquest of the North. pp. 103–106.</ref> Depois de apenas cinco semanas como conde, Copsi foi assassinado por Osulf, filho do
Com dois condes assassinados e uma mudança de lados, Guilherme decidiu intervir pessoalmente na Nortúmbria.<ref name=horspool10>Horspool. The English Rebel. p. 10.</ref> Ele marchou para o norte e chegou em Iorque durante o verão de 1068. A oposição se dissolveu, com alguns deles – incluindo Edgar – refugiando-se na corte do rei escocês [[Malcolm III da Escócia|Malcolm III]].<ref name=stenton606>Stenton. Anglo-Saxon England. p. 606</ref>
Voltando para Nortúmbria, Guilherme mudou de rumo e nomeou um normando, [[Roberto de Comines]], como conde,
Possivelmente encorajado pelos combates no norte do país, rebeliões eclodiram em outras partes da Inglaterra. O rei normando enviou condes para lidarem com problemas em [[Dorset]], [[Shrewsbury]] e [[Devon]], enquanto ele lidava com rebeldes na região das [[Midlands]] e [[Stafford (Staffordshire)|Stafford]].<ref name=horspool12>Horspool. The English Rebel. p. 12.</ref>
Edgar, o Atelingo tinha procurado ajuda do [[Monarquia de Dinamarca|rei da Dinamarca]], [[Sueno II da Dinamarca|Sueno II]], sobrinho do rei [[Canuto II da Dinamarca|Canuto]]. Sueno montou uma frota de navios, sob o comando de seus filhos. A frota navegou até a costa leste invadindo a Inglaterra. Os [[danos]], com seus aliados ingleses retomaram a cidade de Iorque.<ref name=asc1069>ASC 1069. Tradução do inglês no [http://www.gutenberg.org/cache/epub/657/pg657.html Projeto Gutenberg.] Página visitada em 30 de agosto de 2014.</ref> Então, no inverno de 1069, Guilherme marchou com seu exército de Nottingham à cidade com a intenção de envolver o exército rebelde. No entanto, no momento em que o exército do rei tinha alcançado Iorque, o exército rebelde tinha fugido, com Edgar voltando para a [[Escócia]]. Como não tinham um lugar apropriado em terra para ficar durante o inverno, os danos decidiram voltar aos seus navios no estuário do ''Humber''. Após negociação com Guilherme, foi acordado que, se ele fizesse um pagamento a eles, então eles voltariam para suas casas na [[Dinamarca]] sem luta.<ref name=kapelle117>William E. Kapelle. The Norman Conquest of the North. p. 117</ref>
Com os danos voltado para casa, a paciência de Guilherme com os rebeldes parece ter se esgotado. Como eles não estavam preparados para atender o seu exército em batalha campal, ele empregou uma estratégia que iria atacar as fontes do exército rebelde de apoio e sua fonte de alimento.<ref name=horspool12 />
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{{Campanhainfo Conquista normanda}}
{{quote|''É melhor vencer o inimigo pela fome, invasões e táticas de terror do que em batalha, em que a sorte tem mais influência do que coragem.''|<small>[[Flávio Vegécio|Vegécio]]<ref>Vegécio.[http://books.google.co.uk/books?id=aPK7xjchZFUC&lpg=PA116&vq=famine&pg=PA116#v=snippet&q=famine&f=false Epitome of Military Science III.26] Página visitada em 30 de agosto de 2014.</ref></small>}}
A estratégia de Guilherme, implementada durante o inverno de 1069 - 1070 (ele passou o Natal de 1069 em [[Iorque]]), foi descrito por William E. Kapelle e alguns outros estudiosos modernos como um ato de [[genocídio]]. Biógrafos contemporâneos do rei normando também consideraram ser o mais cruel ato e mancha em sua alma. Escrevendo sobre o
{{quote|''O rei parou do nada de caçar seus inimigos. Cortou muitas pessoas e destruiu casas e terras. Em nenhum outro lugar se tivesse mostrado tanta crueldade. Isso fez uma mudança real.''
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''Tenho muitas vezes elogiado Guilherme neste livro, mas não posso dizer nada de bom sobre este massacre brutal. Deus vai castigá-lo.''|<small>[[Orderico Vital]], {{séc|XII}}.<ref name="vitalis28">Vegécio. [https://archive.org/stream/ecclesiasticalhi02ordeuoft#page/28/mode/2up The Ecclesiastical history of England and Normandy] p. 28 Página visitada em 30 de agosto de 2014.</ref></small>}}
As terras foram devastadas em cada lado da rota de Guilherme ao norte do [[Rio Aire (Inglaterra)|rio Aire]]. Seu exército destruiu plantações e povoados e os rebeldes foram forçados a se esconder. No Ano Novo de 1070, dividiu seu exército em unidades menores e os enviou para queimar, saquear e aterrorizar.<ref name=dalto11>Dalton. Conquest, Anarchy and Lordship: Yorkshire, 1066–1154 p. 11</ref> Florence de Worcester disse que a partir do ''Humber'' ao [[rio Tees|Tees]], homens de Guilherme queimaram aldeias inteiras e mataram os habitantes. Lojas de alimentos e gado foram destruídas para que qualquer pessoa que tivesse sobrevivido ao massacre inicial sucumbisse à fome durante o inverno. A terra foi salgada para destruir as produtividades durantes as
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