A História do Declínio e Queda do Império Romano: diferenças entre revisões

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== Controvérsia: capítulos XV, XVI ==
O volume I foi originalmente publicado em seções, como era comum para grandes trabalhos na época. As duas primeiras foram bem recebidas e muito elogiadas. A quarta seção do volume I, especialmente os capítulos XV e XVI, foram altamente controversos, e Gibbon foi atacado como "pagão". Gibbon desafiou a história ao estimar números de mártires cristãos bem menores do que o tradicionalmente aceito. Devido ao fato de que a [[Igreja Católica]] tinha o virtual monopólio e suas próprias interpretações latinas eram consideradas sacrossantas, o resultado foi que os escritos da Igreja raramente foram questionados antes. Para Gibbon, porém, os escritos da Igreja eram fontes secundárias, e ele as preteriu em favor de fontes primárias contemporâneas do período estudado. Esta é a razão de Gibbon ser considerado "o primeiro historiador moderno".
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Ele comparou o reinado de Diocleciano ([[284]]–[[305]]), e [[Carlos I de Espanha|Carlos V]] ([[1519]]–[[1556]]) e o eleitorado do [[Sacro Império Romano-Germânico]], construindo o argumento de que os dois eram surprendentemente similares. Ambos imperadores foram assolados por guerras contínuas e taxação excessiva; ambos escolheram abdicar como imperadores aproximadamente com a mesma idade; e ambos escolheram uma vida tranquila após a aposentadoria.
 
O excerto que se segue, do capítulo XV, é o último parágrafo do volume I. Este excelente exemplo demonstra o estilo da escrita de Gibbon, o seu uso da ironia e de humor e o seu cepticismo acerca da história da cristandade num parágrafo:
 
:''"Mas como deveremos perdoar a negligência indiferente do mundo pagão e filosófico que foram apresentadas, não para seu julgamento mas para os seus sentidos? Durante a época de [[Cristo]] e seus [[apóstolo]]s, e dos seus primeiros discípulos, a doutrina que eles professavam era confirmada por inúmeros prodígios. Os coxos caminhavam, os cegos viam, os doentes eram curados, os mortos ressuscitavam, [[demónio]]s eram esconjurados e as leis da Natureza eram frequentemente suspensas em benefício da igreja. Mas os sábios de [[Roma]] e da [[Grécia]] desinteressaram-se deste horrível espetáculo e, prosseguindo as suas ocupações normais da vida e do estudo, pareciam inconscientes de quaisquer alterações na moral e no governo material do mundo. Sob o reinado de [[Tibério]], o mundo inteiro, ou pelo menos a celebrada província do [[Império Romano]], estava envolvido na obscuridão sobrenatural. Mesmo este evento miraculoso, que deve ter apelado à curiosidade e devoção da humanidade, passou sem grande notícia numa época de ciência e de história. Aconteceu durante a vida de [[Séneca]] e de [[Caio Plínio Segundo|Plínio o Velho]], que devem ter experimentado os efeitos imediatos ou recebido a informação mais privilegiada do prodígio. Qualquer um destes filósofos recolheu detalhadamente os fenómenos da natureza, [[sismo|tremores de terra]], [[cometa]]s e [[eclipse]]s que a curiosidade infatigável pode recolher. Quer um quer outro omitiram uma menção ao maior fenómeno que algum mortal testemunhou desde a criação do globo."''
 
A data de [[476|476 d.C.]], ano da deposição do último imperador de Roma ([[Rómulo Augusto|Rômulo Augusto]]) pelo [[hérulos|hérulo]] [[Odoacro]] é apontada como Edward Gibbon como o ano da [[Queda do Império Romano|queda do Império Romano do Ocidente]], o que é convencionalmente aceito e considerado como o fim da [[Idade Antiga|Antiguidade]] e início da [[Idade Média]].
 
== Ver também ==
* [[Constantino I]] ([[272]]-[[337]]) - primeiro imperador romano a reconhecer o [[cristianismo]]