'''Milagres''' é um [[município]] [[brasil]]eiro do [[estados do Brasil|estado]] da [[Bahia]]. Localiza-se a uma [[latitude]] 12º52'12" sul e a uma [[longitude]] 39º51'32" oeste, estando a uma altitude de 419 metros. Sua [[população]] estimada em [[2010]] era de 10.306 habitantes.
Possui uma área de 284.380;km².
==História==
Antiga aldeia dos índios [[Baetinga]] e [[Kariris]], as terras do município de [[Amargosa]] começaram a ser povoadas graças ao seu solo fértil que atraiu os colonizadores vindos de [[Nazaré (Bahia)|Nazaré]] e [[Santo Antonio de Jesus (Bahia)|Santo Antonio de Jesus]] (cidades do [[Recôncavo Baiano]]), que se estabeleceram às margens do [[rio Ribeirão]]. Recebeu inicialmente o nome de arraial de Nossa Senhora do Bom Conselho de Amargosa e pertencia ao município de [[Tapera]], sendo, então, Milagres e Tartaruga seus distritos. Graças ao desenvolvimento do estado da Bahia surgiu a consequente necessidade de escoar os produtos oriundos da [[indústria]] e [[pecuária]] do Recôncavo Baiano.
Suas primeiras casas foram construídas no ano de [[1847]], depois da expulsão dos índios remanescentes da região. Sua origem deu-se, segundo a lenda, com a aparição de uma jovem vestida de branco que vislumbrava-se no [[Morro da Lapa]]. Na base deste morro verte uma água que, segundo historiadores, curava as doenças dos que nela se banhavam e tinham fé. Esta notícia foi se espalhando pela região e atraindo muita gente em busca do [[milagre]] da cura, o que levou a pequena população a construir uma pequena casa de palha onde acontecia as primeiras concentrações de fé. Chegando nessas plagas no ano de 1840, o Frei Luiz ergueu um cruzeiro e depois uma casinha feita de palha de [[ouricuri]], onde, em 30 de novembro daquele ano, celebrou a primeira missa, daí iniciou as romarias que permanece até hoje. Por volta do ano 1850, no lugar que existia a pequena casa de palha, foi edificada a [[Igreja Matriz]] terminada no ano de 1869. A partir daí, o povo começou visitar esse lugar com mais frequência para participar dos festejos e das missas ali celebradas, o que contribuiu para a construção das primeiras casas ao redor da Igreja Matriz.
No ano de 1953, uma lei estadual tornou Milagres um distrito de Amargosa com o nome de [[Distrito de Nossa Senhora dos Milagres]]; nesse mesmo ano surgiu a construção da [[BR-116]], popularizada como "Rio-Bahia", que atravessa o município. A partir daí, o distrito deu um grande impulso para o desenvolvimento, construindo-se então, pensões, dormitórios, postos de combustíveis, oficinas mecânicas, casas de peças, borracharias, bares, restaurantes, hotéis, e muitas casas residenciais e comerciias. Quando às margens da estrada foi instalado um Distrito do DNER ([[Departamento Nacional de Estradas de Rodagem]]), seus trabalhadores acomodaram-se próximo ao entroncamento com a [[BA-046]] e, aos poucos, alguns foram fixando residência. O distrito foi elevado à condição de cidade através da Lei 1589 de 22 de dezembro de 1961, apresentada pela [[Assembleia Legislativa da Bahia]] e assinada pelo então governador [[Juracy Magalhães]], ficando o novo município gerido pelo município de Amargosa até a criação e promulgação das leis do novo município.
== Economia ==
Tem no comércio e serviços a sua maior fonte de rendas, haja vista as condições pouco favoráveis para a [[agricultura]] e pecuária. Milagres sempre abrigou os viajantes que transportavam produtos do recôncavo baiano para os diversos destinos. No entorno dessas hospedarias comercializava-se de tudo, eram os chamados [[baganeiro]]s, que vendiam alimentos, frutas, artesanatos, animais silvestres, etc. Formou-se aí, então, um ponto de trocas de produtos diversos. Com a chegada da estrada BR-116 a partir das décadas de 50 e 60 esse comércio se intensificou ainda mais, atingindo então as cidades mais próximas como [[Feira de Santana]], [[Jequié]], [[Iaçu]] e Amargosa, que passaram a formar os maiores centros fornecedores.
Embora a cidade esteja situada as margens da BR-116, a economia ainda não alavancou de forma a estar entre as grandes da região. É baseada principalmente no funcionalismo público (Prefeitura Municipal) e comércio varejista, com destaque para supermercados, bares e lojas de materiais de construção, postos de combustíveis, pousadas, hotel, artesanatos, pequenos comércios informais e o apoio rodoviário ajudam a compor a parte econômica do município.
O ápice econômico acontece entre fevereiro e maio, época das romarias (grande movimento de turismo religioso) e Festa dos Vaqueiros (aluguéis de casas).
Na zona rural, a economia é mais diversificada no [[distrito da Gameleira]]. Destacam-se as [[olaria]]s (fabricação de tijolos e telhas de argila) e o consequente transporte destes produtos para os municípios circunvizinhos. Porém, esta fonte de renda traz sérios problemas para o bioma em função do elevado nível de [[desmatamento]] e degradação do solo para a fabricação destes materiais. Como não existe um [[manejo sustentável]], o meio ambiente sofre com as degradações.
Nos demais distritos, predomina a agricultura de subsistência, a pecuária (criação de bovinos, ovinos, caprinos e suínos) e, em maior escala, a criação de frangos. A pesca da tilápia e da traíra, peixes tradicionais da região também constituem a economia rural. Também se destaca o cultivo de [[melancia]], [[milho]] e [[abóbora]] (embora o longo período de [[estiagem]] permita este cultivo apenas uma vez por ano), [[manga]], [[mamão]] e [[batata-doce]]. Além destes, outros produtos nativos também se destacam: [[umbu]], [[cajá]], [[castanha]], [[caju]], [[jabuticaba]], [[sisal]], [[seriguela]], [[mamona]], [[fumo]] e [[coco-de-ouricuri]].
== Geografia ==
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