Catedral de Santiago de Compostela: diferenças entre revisões

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===Peregrinação===
{{AP|Caminhos de Santiago}}
Desde o início do {{séc|IX}}, com o achado das [[relíquia]]s do apóstolo e com o patrocínio e proteção do rei Afonso&nbsp;III das Astúrias, a notícia espalha-se rapidamente por toda a Europa cristã e os peregrinos começam a acorrer ao lugar denominado ''Campus Stellae'' (provavelmente a origem do nome Compostela), o qual se converteu progressivamente num centro de peregrinação com a fundação de um convento e de diversas hospedagens na cidade. Em 850, {{ilc|Gotescalco|Gotescalco[[Godescalco (bispo)|Gotescalc|Gottschalkde Le Puy|Gotescalco}}Godescalco]], bispo francêsfranco da diocese de [[Le Puy-en-Velay|Le Puy]] peregrinou até ao sepulcro e é considerado o primeiro peregrino estrangeiro documentado.<ref name=vil64 /><ref name=navasc222 />{{Harvy|bloz|Bravo Lozano & Raurich|1999|p=6}}
 
No século XII, religiosos da [[Ordem de Cluny]] elaboraram para o arcebispo Gelmires a ''“[[Historia Compostelana]]”'' e o ''“[[Codex Calixtinus]]”''; este último foi publicado {{ca.|1140}}. Os reis ibéricos promoveram a criação de uma rede de mosteiros clunicenses no norte da península Ibérica, especialmente ao longo ou nas proximidades das rotas de peregrinação, os chamados Caminhos de Santiago, o que originou o aparecimento de grandes edifícios de estilo românico. A Igreja concedeu um privilégio, outorgado pelo papa Calisto II e confirmado pelo {{Lknb|papa Alexandre|III}} {{nwrap|p.|1159|1181}}, segundo o qual nos anos em que o dia de Santiago, 25 de julho, coincidisse com um domingo a peregrinação a Compostela dava aos peregrinos de Compostela as mesmas graças que eram concedidas aos peregrinos de [[Roma]] nos [[Jubileu (catolicismo)|anos jubilares]] celebrados a cada 25 anos. A [[Bula pontifícia|bula]] que confirma a atribuição desse privilégio, a ''Regis aeterni'', datada de 1179 é a mais antiga bula de concessão que ainda existe.<ref name=anoc />
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A fachada das Pratarias ({{langx|gl|das Praterías}}) é a fachada do lado sul do [[Cruzeiro (arquitetura)|cruzeiro]] da catedral e é a única fachada românica que ainda se conserva. Foi edificada entre 1103 e 1117 e durante os séculos posteriores foram-lhe sendo adicionados outros elementos provenientes de outras partes da catedral, como o Pórtico do Paraíso ou o {{ilc|Coro Pétreo|Coro Pétreo do Mestre Mateus|Coro Pétreo da Catedral de Santiago de Compostela}}.<ref name=nav223 /> Outras modificações substanciais foram a construção da Torre do Relógio no {{séc|XIV}} e da Fachada do Tesouro. A Praça das Pratarias é delimitada pela catedral e pelo seu clautroclaustro em dois dos seus lados. Em frente à Fachada das Pratarias encontra-se a [[Casa do Cabido (Santiago de Compostela)|Casa do Cabido]]. O nome das Pratarias deve-se ao facto da praça ser o local da cidade onde se concentravam as oficinas e lojas de [[ourives]] de prata.{{Carece de fontes|arte|data=dezembro de 2013}}
 
Consta de duas porta de entrada com arquivoltas e tímpanos intensamente decorados. As arquivoltas assentam sobre onze colunas adossadas; a central e a dos extremos são de [[mármore]] branco e as restantes são de [[granito]]. Na do centro aparecem as figuras de doze profetas e nas laterais estão representados os apóstolos. Sobre os tímpanos há um grande [[friso]] que está separado do corpo superior por uma franja sustentada por [[Cachorro (arquitetura)|cachorros]] grotescos; neste nível encontram-se duas janelas decoradas com arquivoltas românicas.<ref name=nav223 />
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;Capela de São Bartolomeu ou da Santa Fé
Antigamente chamada da Santa Fé de Conques e atualmente de [[São Bartolomeu]], tem um retábulo plateresco em mármore policromado, obra do [[Flamengos|flamengo]] Mateo Arnao, que contém uma imagem da Virgem do Bom Conselho no centro, flanqueada por imagens de São Bartolomeu e de Santiago peregrino. Devido à imagem central, a capela também é conhecida como Capela da Virgem do Bom Conselho. No frontão está representado o {{NT||{{ilc|[[Varão das Dores||Vir dolorum|Vir Dolorum}}}}]] (''Vir dolorum''), prefiguração de Jesus Cristo.{{Carece de fontes|arte|data=dezembro de 2013}}
 
Na mesma capela encontra-se a sepultura renascentista do cónego Diego de Castela, bisneto do rei [[Pedro I de Castela|Pedro&nbsp;I, o Cruel]], falecido em 1521. O túmulo é também da autoria do mestre Arnao<ref name=eccl1 /> e tem a figura de um corpo [[jacente]] vestido com capa de chuva e adornos de bordado; a cabeça está sobre duas almofadas e os pés repousam sobre em leão. Em baixo há uma inscrição onde se lê: ''«É um elogio do defunto e configura parcialmente o seu retrato espiritual, salientando-se o cargo. prestígio e condição do personagem.»'' Sobre o sarcófago há um [[baixo-relevo]] da [[Ressurreição de Jesus]] e dois anjos que seguram uma [[coroa de louros]] para honrar o morto.{{Carece de fontes|arte|data=dezembro de 2013}}