Contratorpedeiro: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
HTPF (discussão | contribs)
m
Linha 1:
{{Mais notas|data=dezembro de 2013}}
[[FileImagem:USS Sampson (DDG-102) at sea.jpg|thumb|450px|right|Moderno contratorpedeiro norte-americano da [[Classe Arleigh Burke|classe ''Arleigh Burke'']]: [[USS Sampson (DDG-102)|USS ''Sampson'']].]]
Um '''contratorpedeiro''' é um tipo de [[navio de guerra]], rápido e manobrável, com uma pequena autonomia, concebido para escoltar navios maiores numa [[esquadra#esquadra no âmbito naval|esquadra naval]] ou comboio de navios e defendê-los contra agressores menores, mas perigosos. Como a sua designação indica, a missão inicial dos contratorpedeiros era a defesa contra [[barco torpedeiro|torpedeiros]], mas, depois, a missão passou a ser, sobretudo, a defesa contra [[submarino]]s e [[aeronave]]s
 
Internacionalmente, os contratorpedeiros, são, frequentemente, referidos pelo termo em [[língua inglesa|inglês]] "'''''destroyer'''''". Esse termo é, ocasionalmente, adaptado para "'''destróier'''", na [[língua portuguesa]]. Por sua vez, o termo "''destroyer''" tem origem, por um lado, na tradução para inglês do nome de baptismobatismo do primeiro contratorpedeiro do mundo, o espanhol ''Destructor'' e, por outro lado, na abreviação de ''torpedo boat destroyer'' (navio destruidor de torpedeiros), a designação original britânica daquele tipo de navios. Conforme a língua e o país, este tipo de navio é classificado, oficialmente, de ''contratorpedeiro'' ([[língua francesa|francês]]: ''contre-torpiller'' <ref name="armada">{{citar web|url=http://www.marinha.pt/PT/noticiaseagenda/revistadaarmada/Documents/2006/RA_402_NOV06.pdf|título=As Metamorfoses dos "Destroyers"|autor=Saturnino Monteiro CMG|data=novembro de 2006|publicado=Revista da Armada,Nº 402 • ANO XXXVI (pg.20/21)|acessodata=2 de julho de 2012}}</ref> e [[língua grega|grego]]: ''antitorpiliko''), ''caçatorpedeiro'' ([[língua italiana|italiano]]: ''cacciatorpediniere'' e [[língua neerlandesa|neerlandês]]: ''Torpedobootjager''), ''destruidor'' ([[língua espanhola|espanhol]]: ''destructor'' e [[língua alemã|alemão]]: ''Zerstörer'') ou ''caçador'' ([[língua sueca|sueco]]: ''jagare'' e [[língua norueguesa|norueguês]]: ''jager'').
 
Até depois da [[Primeira Guerra Mundial]], os contratorpedeiros eram embarcações ligeiras, sem autonomia para operações oceânicas independentes. Para realizarem operações oceânicas, os contratorpedeiros tinham que se agrupar em [[flotilha]]s, apoiadas por navios de apoio logístico. Pouco antes da [[Segunda Guerra Mundial]], começaram a ser desenvolvidos contratorpedeiros maiores e mais poderosos, capazes de operarem independentementede forma independente. Os contratorpedeiros tornaram-se cada vez mais poderosos, começando a substituir os [[cruzador]]es, como principais navios de combate de superfície, à medida que aquele tipo de navios deixou de ser usado, pela maioria das [[marinha]]s, nas décadas de [[década de 1950|1950]] e de [[década de 1960|1960]].
 
Atualmente, os contratorpedeiros são os maiores navios de combate de superfície da maioria das marinhas do mundo, já que apenas quatro nações ([[Estados Unidos]], [[Rússia]], [[França]] e [[Peru]]) ainda operam o tipo mais pesado dos cruzadores e já nenhuma opera [[couraçado]]s. Os modernos contratorpedeiros de mísseis guiados são equivalentes, em deslocamento, mas muito superiores, em termos de poder de fogo e outras capacidades, aos cruzadores da Segunda Guerra Mundial.
 
==Primórdios do contratorpedeiro==
[[FicheiroImagem:ContratorpederoDestructor.jpg|thumb|rightdireita|350px|Contratorpedeiro espanhol ''Destructor'' - [[1886]].]]
[[FicheiroImagem:Kotaka.jpg|thumb|rightdireita|350px|Contratorpedeiro japonês ''Kotaka'' - [[1887]].]]
[[FileImagem:Flamber3-Bougault.jpg|rightdireita|350px|thumb|Contratorpedeiro de esquadra francês ''Flamberge'' - [[1901]].]]
A emergência e o desenvolvimento do contratorpedeiro, até à Segunda Guerra Mundial, relacionou-se, diretamente, com a invenção do [[torpedo|torpedo automóvel]], na [[década de 1860]], por Ivan Luppis, oficial da marinha do [[Império Austro-Húngaro]]. Uma pequena força naval dispunha agora da possibilidade de destruir navios de guerra inimigos mais poderosos, através do, simples uso de pequenas lanchas a vapor para lançar-lhes torpedos. Foram construídos [[barco]]s rápidos, armados com torpedos, chamados [[Barco torpedeiro|torpedeiro]]s.
 
Por alturas da [[década de 1880]], os torpedeiros tinham evoluído para pequenos [[navio de guerra|navio]]s de 50 a 100 [[tonelada]]s, suficientemente rápidos para escaparem aos [[navio-patrulha|navios de patrulha]] inimigos, mas, ainda assim, já com um peso considerável.
 
Inicialmente, considerava-se que uma esquadra de guerra só estaria em perigo de ser torpedeada, quando estivesse ancorada, mas à medida que foram sendo desenvolvidos torpedos mais rápidos e com maior alcance, o perigo estendeu-se para a navegação oceânica. Em resposta a esta nova ameaça foram construídos navios de patrulha mais armados -, chamados de "''torpedo catchers'' (apanhadores de torpedos)" pela ''[[Royal Navy]]'' britânica -, que eram usados para escoltar a esquadra no marem alto mar. Uma vez que tinham que acompanhar a esquadra, estes navios tinham que ter a mesma capacidade oceânica e a mesma autonomia, tornando-se, necessariamente maiores. Estes navios passaram a ser classificados, oficialmente, como "destruidores de torpedeiros" ou "contratorpedeiros".
 
A partir do momento em que os contratorpedeiros se tornaram mais do que simples "apanhadores de torpedos" para guarda de ancoradouros, verificou-se que eles eram também o tipo de navio de guerra ideal para assumirem a própria função de torpedeiro. Os contratorpedeiros foram, então, armados com [[Tubo de torpedo|tubos lança-torpedos]], além das [[canhão|peças de artilharia]]. Na época, e até à Segunda Guerra Mundial, praticamente, as únicas funções dos contratorpedeiros era a de proteção da sua própria esquadra contra ataques de torpedos inimigos e a realização desse tipo de ataques contra os navios inimigos.
 
O torpedeiro japonês ''Kotaka'', encomendado em [[1885]], foi o precursor dos contratorpedeiros que apareceram na década seguinte. Projetado pelosno JaponesesJapão, os componentes do ''Kotaka'' foram pré-fabricados nos estaleiros ingleses da [[Yarrow, sendoShipbuilders]], depoissendo transportadaslevados para o [[Japão]], onde foram montados, sendocom o lançamento do navio lançadoacontecendo em [[1887]]. O ''Kotaka'' estava armado com quatro peças de tiro rápido de 37&nbsp;mm e com seis tubos lança-torpedos, atingindo os 19 [[nó (unidade)|nós]], sendo com 203 t,era o maior torpedeiro deda época semprecom 203 t. Nos testes de mar, o navio demonstrou que podia ir mais além da sua mera função de defesa costeira e que seria capaz de seguir os navios maiores até ao alto mar.
 
Quase, imediatamenteApós a seguir à encomenda do ''Kotaka'', em novembro de [[1885]], a [[Marinha Espanhola]] encomendou aos estaleiros ingleses de Clydebank, um navio destinado a combater torpedeiros, que seria construído de acordo com o conceito desenvolvido pelo seu oficial superior Fernando Villaamil. O navio, baptizadobatizado de ''Destructor'', foi lançado em [[1886]]. O seu projeto era o de uma grande [[canheneira|canhoneira]]-torpedeira]], com 380 t de deslocamento, armada com uma peça de 90 [[milímetro|mm]] Hontoria, quatro [[metralhadora]]s Nordenfelt de 57&nbsp;mm, duas peças Hotchkiss de 37&nbsp;mm e 3 tubos lança-torpedos Schwarskopf. Tinha uma guarnição de 60 homens e atingia os 22,5 nós de velocidade. Pela sua artilharia, velocidade, dimensões, concepção específica para caçar torpedeiros e capacidade oceânica, o ''Destructor'' é considerado o primeiro contratorpedeiro do mundo a ser construído.
 
Pensa-se que o ''Destructor'' influenciou a designação e o conceito dos contratorpedeiros desenvolvidos, posteriormente, pela ''Royal Navy''. Pouco depois, esta marinha iniciou experiências com a [[Classe (navio)|classe]] ''Rattlesnake'' decom 17 grandes torpedeiroscontratorpedeiros, a primeira classe de navios projetados para combater torpedeiros.
 
Nos testes os ''Rattlesnake'' demonstraram ser, marginalmente, mais rápidos que os torpedeiros, mas não, suficientemente, rápidos para serem decisivos. Os primeiros navios britânicos a terem a designação, oficial, de "''torpedo boat destroyers'' (TBD)" foram os dois navios da classe ''Havoc'', lançados em [[1893]]. Os ''Havoc'' dispunham de 240 t de deslocamento, uma velocidade de 27 nós e estavam armados com uma peça de 76&nbsp;mm, três peças de 57&nbsp;mm e três tubos lança-torpedos de 460&nbsp;mm. Tanto a sua velocidade como a sua autonomia já lhes permitiam acompanhar a esquadra de guerra.
Linha 31:
Em março de [[1886]], a ''[[Marinha Francesa|Marine nationale]]'' francesa ordena que sejam montados quatro canhões-revólver de 37&nbsp;mm nos seus ''Torpilleur nº 65'' e ''Torpilleur nº 74'', que passam a ser classificados como "''contre-torpilleurs''". A instalação acaba por ser feita no ''Torpilleur nº 68'' que se torna no primeiro contratorpedeiro francês. Em [[1888]] também a canhoneira ''Gabriel-Charmes'', armada com uma peça de 138,6&nbsp;mm é convertida em contratorpedeiro, passando a ser o ''Contre-torpilleur nº 151''. Em [[1890]] todos os contratorpedeiros franceses são reclassificados como "torpedeiros". A [[França]] volta a ter, oficialmente, contratorpedeiros, em [[1896]], quando os [[aviso]]s-torpedeiros ''Cassini'', ''D'Iberville'' e ''Casabianca'' são reclassificados como "contratorpedeiros de esquadra".
 
==O contratorpedeiro antesAntes da Primeira Guerra Mundial==
[[FileImagem:IJN Kasumi in England Meiji 35.jpg|thumb|rightdireita|350px|Contratorpedeiro japonês ''Kasumi'' - [[1901]].]]
[[FicheiroImagem:CT Amazonas (CT-1) 7 setembro de 1923.jpg|thumb|350px|rightdireita|Contratorpedeiro brasileiro ''Amazonas'' - [[1908]].]]
[[ImageImagem:USS Perkins (DD-26).jpg|thumb|rightdireita|350px|Contratorpedeiro USS '' Perkins'' - [[1909]].]]
O projeto do contratorpedeiro evoluiu, na viragempassagem do século XIX para o [[século XX]], emcom a adoção de novos conceitos e certosavanços fatores-chavetecnológicos. O primeiro foi a introdução da [[turbina a vapor]]. AO demonstraçãonavio dobritânico naviomovido propulsado por [[turbina]] britânico, ''Turbinia'', emde [[1897]] - significativamente, uma embarcação da envergadura de um torpedeiro - apressou a ''Royal Navy'' a encomendar um protótipo de contratorpedeiro, o.O HMS ''Viper'' com este tipo de propulsão. Lançadofoi lançado em [[1899]],. oO ''Viper'' foi o primeiro navio de guerra do mundo propulsado apor turbinas, atingindo a velocidade notável de 36 nós, nos testes de mar. Por volta de [[1910]] a turbina tinhapassou a sidoser amplamente adoptadaadotada por muitas marinhas para as suas embarcações miasmais rápidas.
 
O segundo grande avanço foi a substituição do [[convés]] de avante fechado -, em estilo "carapaça de tartaruga" -, típico dos torpedeiros, por um castelo de [[proa]] aberto e elevado, que permitia, não só uma maior capacidade para enfrentar o mar alto, mas também mais espaço por baixo do [[convés]].
 
Os britânicos experimentaramadotaram a propulsão a óleo nos contratorpedeiros da classe ''Tribal,'' em [[1905]], mas voltaram ao carvão, na classe ''Beagle'' em [[1909]]. Outros países também adoptaramadotaram a propulsão a óleo, como os EUAEstados Unidos com os seus contratorpedeiros da classe ''Paulding'' em [[1909]].
 
Foi adoptadoseguido um projeto padrão quase igual para todos os contratorpedeiros. O [[casco era(navio)|casco]] passou a ser alongado e estreito, com um [[calado, relativamente,]] reduzido. A [[proa]] dispunha de um castelo elevado -, sob o qual ficavam os alojamentos dasdos tripulações -tripulantes que ocupava de 1/4 a 1/3 do comprimento do casco. ÀA ré dos alojamentos da tripulação ficava a casa das máquinas com as várias [[caldeira]]s, [[máquina]]s e turbinas. No convés estavam montadas um ou duas peças de tiro rápido à proa, mais outras a meio-navio e à ré. Os tubos lança-torpedos -, mais tarde instalados em lançadores múltiplos -, estavam normalmente, a meio-naviomeia nau.
 
Entre [[1890]] e [[1914]] os contratorpedeiros tornaram-se, visivelmente, maiores, passando das 300 t de deslocamento iniciais, para as comuns 10001 000 t no início da [[Primeira Guerra Mundial]]. No entanto, os projetistas continuaram focalizados no objetivo da colocação das maiores máquinas possíveis no menor casco possível, resultando numa construção algo frágil. Os cascos eram, muitas vezes construídos com [[aço]] de apenas 30&nbsp;mm de espessura.
 
Os primeiros contratorpedeiros eram locais muitobarcos sobrelotados de tripulantes. Por exemplo, na classe ''Havoc'' nenhum membro da tripulação poderia descansar com sossego, com os oficiais a dormiremdormiam nas cadeiras almofadadas da messe, umae veznão quehavia nãocamas existiampara camasos demais tripulantes. O vapor e a condensação também ajudavam a tornar as condições de habitabilidade muito difíceis.
 
Por volta de 1910 o torpedeiro a vapor, nãovirou hidroplanador, tinha-seum tornadobarco redundante como um tipo separado de embarcação, separada do contratorpedeiro. A Alemanha continuou, no entanto, a construir aquele tipo de torpedeiros até ao fim da Primeira Guerra Mundial, apesar destes serem, de fato, pequenos contratorpedeiros costeiros. Aliás, aA Alemanha nunca distinguiu os torpedeiros dos contratorpedeiros, dando-lhes [[número de amura|números de amura]] dentro da mesma série, não lhes dando nomes de baptismobatismo. O termo torpedeiro passou a ser dado, bastante mais tarde, a outro tipo, bastante diferente de embarcação, o torpedeiros hidroplanadores de alta velocidade, dos tipos S-''Boote'' alemães, MTB britânicos, MAS italianos e PT norte-americanos da [[Segunda Guerra Mundial]].
 
O propósito, inicial, do contratorpedeiro, era o de dar proteção contra torpedeiros, mas as marinhas, depressa, começaram a apreciar a flexibilidade da rápida e multifuncional embarcação que resultou dali. A ''Royal Navy'' estabelecia como missões para os contratorpedeiros: reconhecimento avançado do percurso da esquadra quando existe a presença de torpedeiros, reconhecimento de uma costa hostil por onde a esquadra possairia passarnavegar, vigiar os portos inimigos de modo a molestar os seus torpedeiros e impedir o seu retorno à base e atacar a esquadra inimiga.
 
A primeira grande utilização do contratorpedeiro deu-seaconteceu durante o devastador ataque japonês à frota russa em [[Port Arthur]], no início da [[Guerra Russo-Japonesa]], em [[1904]]. Três divisões de contratorpedeiros atacaram a frota russa no porto, disparando um total de 18 torpedos que danificaram gravemente, dois couraçados russos.
 
==O contratorpedeiro na Primeira Guerra Mundial==
[[FicheiroImagem:Wickes dd75.jpg|thumb|rightdireita|350px|Contratorpeiro USS ''Wickes'' - [[1917]].]]
[[FicheiroImagem:Velox.jpg|thumb|rightdireita|350px|Contratorpedeiro HMS ''Velox'' da classe V - [[1918]].]]
Enquanto que os embates entre navios capitais, foram raros, durante a [[Primeira Guerra Mundial]], as unidades de contratorpedeiros estiveram, quase, continuamente, envolvidas em incursões e ações de patrulhamento. O primeiro tiro da guerra no mar, foi disparado a [[5 de agosto]] de [[1914]] pelo HMS ''Lance'', navio da 2ª Flotilha de Contratorpedeiros da ''Royal Navy'', num combate com o [[navio de guerra de minas|lança-minas auxiliar]] alemão ''Köningin Louise''. A primeira baixa naval britânica foi o HMS ''Amphion'', onavio cruzador ligeiro condutor da 3ª Flotilha de Contratorpedeiros, ao embater numa mina lançada pelo ''Köningin Louise''.
 
Os contratorpedeiros estiveram envolvidos em escaramuças preparativas da Batalha de Heligolândia e desempenharam uma série de funções na [[Batalha de Galipoli]], atuando como transportes de tropas e navios de apoio de fogo, bem como na sua função de reconhecimento em proveito da esquadra. Mais de 80 contratorpedeiros britânicos e 60 torpedeiros alemães tomaram parte na [[Batalha da Jutlândia]], que incluiu várias ações entre navios pequenos e ataques temerários, por parte de contratorpedeiros desapoiados, contra navios capitais. A Batalha da Jutlândia foi concluída com uma confusa ação entre a Frota do Alto Mar alemã e parte da força britânica de contratorpedeiros de reconhecimento.
Linha 64:
A necessidade de atacar submarinos debaixo de água levou ao rápido desenvolvimento do contratorpedeiro durante a guerra, os quais foram, rapidamente, equipados com proas reforçadas para o abalroamento, [[carga de profundidade|cargas de profundidade]] e [[hidrofone]]s para identificarem alvos submarinos. O primeiro submarino vítima de um contratorpedeiro foi o alemão ''U-19'', abalroado pelo HMS ''Badger'' a [[29 de outubro]] de [[1914]]. Enquanto que o ''U-19'' só ficou danificado, no mês seguinte, o ''U-18'' foi afundado pelo contratorpedeiro HMS ''Garry''. O primeiro afundamento através de carga de profundidade ocorreu a [[4 de dezembro]] de [[1916]] quando o ''U-19'' foi vítima do contratorpedeiro HMS ''Lewelly''.
 
A ameaça submarina fez com que muitos contratorpedeiros tivessem que passar, grande parte do seu tempo, em patrulhas anti-submarinas. A partir do momento em que a Alemanha adoptouadotou a guerra submarina sem restrições, em janeiro de [[1917]], os contratorpedeiros foram chamados a escoltar comboios de navios mercantes. Os contratorpedeiros dos EUAEstados Unidos estiveram entre as primeiras unidades militares norte- americanas a ser enviadas depois da sua entrada na guerra. Até uma força de contratorpedeiros japoneses foi enviada para dar apoio aos Aliados no patrulhamento do [[Mediterrâneo]]. O patrulhamento estava longe de ser seguro, sendo 67 contratorpedeiros britânicos perdidos na guerra.
 
No final da guerra os estado da arte, em termos de contratorpedeiros, eram representado pelos navios britânicos das classes V e W.
 
==O contratorpedeiro no períodoPeríodo entre-guerras==
[[FicheiroImagem:Uranami II.jpg|rightdireita|thumb|350px|Contratorpedeiro japonês ''Fubuki'' - [[1928]].]]
[[ImageImagem:Fantasque.jpg|thumb|rightdireita|350px|Contratorpedeiro francês ''Le Fantasque'' - [[1935]].]]
[[FileImagem:Narvick-1.jpg|thumb|rightdireita|350px|Contratorpedeiro alemão do tipo ''Zerstörer'' 1936A - [[1938]].]]
A tendência, durante a Primeira Guerra Mundial, tinha sido no sentido de contratorpedeiros maiores, com armamentos mais pesados. Um número de oportunidades de atingir navios capitais tinha sido desperdiçado pelo fato dos contratorpedeiros terem gasto todos os seus torpedos numa única salva inicial. Nas classes V e W britânicas, do final da guerra, tentou-se minorizar este problema com a instalação de seis tubos lança-torpedos -, em dois lançadores triplos -, em vez dos dois a quatro tubos de modelos anteriores. As classes V e W estabeleceram o padrão para a construção de contratorpedeiros na [[década de 1920]].
 
Uma grande inovação surgiu com os contratorpedeiros japoneses da classe ''Fubuki'', projetados em [[1923]] e entregues em [[1928]]. O projeto destacou-se, inicialmente, pelo seu poderoso armamento de seis peças de 127&nbsp;mm e três lançadores triplos de torpedos. A segunda série da classe dispunha de torres que permitiam, às suas peças, um ângulo elevado de tiro para [[defesa antiaérea]] e tinha instalados os torpedos do Tipo 93 de 240&nbsp;mm, propulsados a [[oxigénio]]. Na classe ''Hatsuharu'' de [[1931]] o armamento de torpedos ainda foi mais melhorado, através do armazenamento dos torpedos de recarga à mão, perto da superestrutura, o que permitia o remuniciamento em 15 minutos.
 
A maioria das restantes potências marítimas respondeu, também, com navios maiores. Os contratorpedeiros norte-americanos da classe ''Porter'' adoptaramadotaram peças duplas de 127&nbsp;mm e os navios da, subsequente, classes ''Mahan'' e ''Gridley'' aumentaram o número de tubos lança- torpedos para 12 e 16, respetivamente. No [[Mediterrâneo]], a construção, pela ''[[Marinha Italiana|Regia Marina]]'' italiana, dos muito rápidos [[cruzador#Cruzador ligeiro|cruzadores ligeiros]] da classe Condottieri apressou os franceses a produzirem projetos excepcionais de contratorpedeiros. Os franceses já há muito, tinham sido adeptos de grandes contratorpedeiros com a sua classe ''Chacal'', de [[1922]], a deslocar 20002 000 t e a levar peças de 130&nbsp;mm. Três classes semelhantes foram produzidas na [[década de 1930]]. A classe ''Le Fantasque'', lançada em [[1935]], levava cinco peças de 140&nbsp;mm e nove tubos lança-torpedos e atingia uma velocidade de 45 [[nó (unidade)|nós]] o que, ainda hoje, é um recordrecorde de velocidade, no âmbito de navios a vapor e de contratorpedeiros. Os contratorpedeiros italianos eram quase tão velozes, com a maioria dos projetos da década de 1930 a atingirem os 38 nós, levando ao mesmo tempo, torpedos e quatro ou seis peças de 120&nbsp;mm.
 
A Alemanha recomeçou a construção de contratorpedeiros durante a [[década de 1930]], como parte do programa de rearmamento de [[Hitler]]. Os alemães também eram adeptos dos grandes contratorpedeiros. No entanto, apesar dos contratorpedeiros iniciais, do tipo ''Zerstörer'' 1934, disporem de um deslocamento de mais de 3. 000 t, o seu armamento era equivalente ao das embarcações menores. Isto mudou a partir dos contratorpedeiros do tipo ''Zerstörer'' 1936, que estavam já armados com peças pesadas de 150&nbsp;mm. Os contratorpedeiros alemães também se caracterizavam pelo uso de máquinas inovadoras de vapor de alta pressão, que, apesar de melhorarem a sua eficiência, tinham frequentes problemas mecânicos.
 
A partir do momento em que os rearmamentos alemão e japonês se tornaram óbvios, as marinhas britânica e norte-americana focalizaram-se na construção de contratorpedeiros menores mas mais numerosos que os das outras nações. Os britânicos construiram uma série de contratorpedeiros com cerca de 1. 400 t de deslocamento, com quatro peças de 127&nbsp;mm e oito tubos lança-torpedos. Os contratorpedeiros norte-americanos da classe ''Benson'' de [[1938]] eram semelhantes em tamanho, mas levavam cinco peças de 127&nbsp;mm e dez tubos lança-torpedos.
 
Apercebendo-se da necessidade de armamento mais pesado, em termos de peças de artilharia, os britânicos construiriam os contratorpedeiros da classe Tribal, em [[1936]]. Estes navios deslocavam 1. 850 t e estavam armados com oito peças de 127&nbsp;mm em quatro torres duplas e com quatro tubos lança-torpedos. Esta classe foi seguida pelas classes J e L, que dispunham de seis peças de 127&nbsp;mm em torres duplas e oito tubos lança-torpedos.
 
Os contratorpedeiros britânicos começaram também a serem equipados com os sensores anti-submarinos, dos quais se destacava o inovador [[sonar]] ASDIC. As armas anti-submarinas mantinham-se, quase semelhantes às da Primeira Guerra Mundial.
Linha 88:
Durante as décadas de 1920 e 1930, os contratorpedeiros foram enviados, frequentemente, para áreas onde existiam tensões diplomáticas ou desastres humanitários. Em missões desse tipo, contratorpedeiros de vários países foram enviados para a China, para a Espanha e para as várias possessões coloniais.
 
==O contratorpedeiro na Segunda Guerra Mundial==
[[FicheiroImagem:USS Edsall;0612901.jpg|thumb|rightdireita|350px|Escolta contratorpedeiro USS ''Edsall'' - [[1943]].]]
Por altura da [[Segunda Guerra Mundial]] as ameaças tinham, novamente evoluído. Os submarinos tornaram-se mais eficientes e as aeronaves tornaram-se em importantes plataformas de armas na guerra naval. Mais uma vez, as forças de contratorpedeiros foram apanhadas mal equipadas para lidar com estas novas ameaças.
 
Linha 96:
Agora, eram elas próprias alvos valiosos, e já não embarcações descartáveis para a proteção de outras mais importantes. Além disso, os contratorpedeiros tornaram-se num dos tipos de navios mais afundados, apesar de serem produzidos em grandes quantidades.
 
Isto levou ao desenvolvimento de um tipo mais económico de [[navio de escolta]], especializado em luta anti-submarina, que seria empregue na proteção de comboios mercantes e outros alvos menos importante, resguardando os contratorpedeiros para a defesa da esquadra e de alvos prioritários. Estes novos escoltas económicos foram chamados "[[corveta]]s" e "[[fragata]]s" pela ''Royal Navy'' e ''destroyer escorts'' (escoltas contratorpedeiros) pela marinha dos EUAEstados Unidos. Um programa semelhante, de escoltas económicos, foi desenvolvido pelo Japão, levando aos contratorpedeiros da classe ''Matsu''. Os novos escoltas tinham o deslocamento e outras caraterísticas dos contratorpedeiros originais, a partir dos quais os contratorpedeiros contemporâneos tinham evoluído.
 
==O contratorpedeiro no pósPós-guerra==
[[FileImagem:Destroyer Vozbuzhdenyy.jpg|thumb|rightdireita|350px|Contratorpedeiro soviético ''Vozbuzhdenyy'' da classe Kotlin - [[1953]].]]
Depois do final da Segunda Guerra Mundial, ainda na [[década de 1940]] e na [[década de 1950]], foram completadas algumas classes de contratorpedeiros convencionais, construídos com base na experiência ganha durante a guerra. Estes navios eram, significativamente maiores que os contratorpedeiros do tempo da guerra e tinham as armas principais completamente automáticas, além de radar, sonar e armas anti-submarinas, como o morteiro Squid. Exemplos destes contratorpedeiros foram as classes ''Daring'' britânica, ''Forrest Sherman'' norte-americana e ''Kotlin'' soviética.
 
Alguns contratorpedeiros antigos foram modernizados para a guerra anti-submarina e no sentido da extensão do seu período devida útil, como meio de evitar a dispendiosa construção de navios novos. Dois exemplos destas modernizações foram o Programa de Reabilitação da Frota (FRAM) dos EUA e o programa britânico de conversão de antigos contratorpedeiros das classes R, T, U, V, W e Z nas fragatas anti-submarinas do Tipo 15.
 
O advento do [[míssil terra-ar|superfície-ar]] e do [[míssil terra-terra|míssil superfície-superfície]], no início da [[década de 1960]] mudou, radicalmente, a guerra naval. Foram desenvolvidos os contratorpedeiros de mísseis guiados (DDG) para levarem estas armas e protegerem a esquadra de ameaças submarinas, aéreas e de superfície. Alguns exemplos foram os contratorpedeiros soviéticos da classe ''Kashin'', os britânicos da classe ''County'' e os norte-americanos da classe ''Charles F. Adams''.
 
==Atualidade==
==O contratorpedeiro na atualidade==
[[FicheiroImagem:HMCS Algonquin (DDG 283).jpg|thumb|rightdireita|350px|Contratorpedeiro HMCS ''Algonquin'' da classe ''Iroquois'' - [[1971]].]]
[[FicheiroImagem:D13ARASarandi.jpg|thumb|rightdireita|350px|Contratorpedeiro [[ARA Sarandí (D-13)|ARA ''Sarandi'']] da [[Classe Almirante Brown|classe ''Almirante Brown'']] - [[1981]].]]
[[FicheiroImagem:Durand de la Penne D560.jpg|thumb|rightdireita|350px|Contratorpedeiro italiano ''Luigi Durand de la Penne'' - [[1989]].]]
[[FicheiroImagem:JMSDF DDH 181 Hyuga.jpg|thumb|rightdireita|350px|Contratorpedeiro porta-helicópteros japonês ''Hyuga'' - [[2007]].]]
[[FicheiroImagem:HMS Dauntless Scotstoun.JPG|thumb|rightdireita|350px|Contratorpedeiro HMS ''Dauntless'' da [[Classe Daring|classe ''Daring'']] - [[2009]].]]
A [[Forças Armadas da Rússia#Organização da Marinha|marinha da Rússia]] opera, atualmente, a classe ''Sovremenny'' de grandes contratorpedeiros multifunções de mísseis guiados, projetados a partir da década de 1960 e lançados em [[1980]], porém apenas 9 estão operacionais, dentre eles, 5 estão operacionais na marinha russa e 4 na marinha chinesa.
 
Estes navios eram classificados, pelos soviéticos, como BRK (''Bolshoy Raketny Korabl'' - grande navio de foguetes), sendo equivalentes aos contratorpedeiros DDG da NATO. Os ''Sovremenny'' são propulsados através de fornalhas que lhes permitem atingir velocidades superiores a 30 nós. O seu armamento consiste em oito obsoletos mísseis antinavio SS-N-22, lançadores para mísseis antiaéreos SA-N-7 e duas torres duplas com peças automáticas de 130&nbsp;mm, com capacidade para disparar [[Granada (arma)|granadas]] guiadas a [[laser]].
 
Apesar de também transportarem tubos lança-torpedos de 533&nbsp;mm e lança-foguetes anti-submarinos, a sua principal missão é o ataque a embarcações de superfície. Para o ataque a embarcações a curta distância os mísseis antiaéreos têm um modo especial anti-superfície, além de poderem ser usadas as peças de 450 mm, torpedos e ogivas nucleares.
 
Na [[Marinha dos EUAEstados Unidos]] os contratorpedeiros destinam-se a operar em apoio dos grupos de batalha de porta-aviões, grupos de ação de superfície, grupos anfíbios e grupos de reabastecimento. Atualmente os EUA operam contratorpedeiros AEGIS super modernos da [[Classe Arleigh Burke]], possuindo a maior e mais moderna esquadra desse tipo.
 
Os EUAEstados Unidos classificaram os seus contratorpedeiros em dois tipos, sistema esse que foi também adoptado pela [[Organização do Tratado do Atlântico Norte|NATO]] e por outras marinhas. O primeiro tipo é o dos contratorpedeiros -, com prefixo DD no seu [[número de amura]] -, menos sofisticados, que se destinam a desempenhar, primariamente, funções de luta anti-submarina.
 
O segundo tipo é o dos contratorpedeiros de mísseis guiados -, com o prefixo DDG -, multifuncionais, com capacidades antiaéreas, anti-submarinas e anti-superfície. A recente introdução de [[míssil cruzeiro|mísseis de cruzeiro]] nos contratorpedeiros da marinha dos [[EUA]]Estados Unidos permitiu uma ampla expansão do seu papel de ataque contra a costa. Como o peso econômico da operação de navios de combate de superfície mais pesados retirou, a maioria deles, do serviço ativo, as suas funções têm vindo a ser assumidas pelo contratorpedeiro levando ao crescimento do seu deslocamento. Um super moderno contratorpedeiro da classe ''Arleight Burke'' tem o mesmo deslocamento que um cruzador ligeiro da Segunda Guerra Mundial.
 
A [[Força Marítima de Autodefesa do Japão]] tem ao seu serviço uma força de 18 contratorpedeiros modernos, de vários tipos e classes. Os contratorpedeiros japoneses seguem um sistema de classificação semelhante ao que estava em vigor nos EUAEstados Unidos antes de [[1975]]. Existem contratorpedeiros dos tipos: DDH - , porta-helicópteros, que servem de [[navio almirante|navios-chefe]] das flotilhas de escoltas -; DD -, anti-submarinos; -DDG, DDG - antiaéreos de mísseis guiados - e DDE, - escoltas contratorpedeiros, usados para patrulhamento regional e escolta da navegação mercante. São operadas as classes ''Hyuga'', ''Shirane'' e ''Haruna'' de DDG, as classes ''Takanami'', ''Murasame'', ''Asagiri'' e ''Hatsuyuki'' de DD, as classes ''Atago'', ''Kongo'', ''Hatazake'' e ''Tachikaze'' de DDG e as classes ''Abukuma'' e ''Yubari'' de DDE. Os DDH da classe ''Hyuga'', lançados em [[2007]], são na verdade [[porta-aviões]] ligeiros de convés corrido, classificados de contratorpedeiros apenas para ultrapassar as restrições constitucionais que impedem o Japão de ter aquele tipo de navios. Com 18. 000 t de deslocamento, o ''Hyuga'' deverá ser o maior navio dea sempre,ser classificado como contratorpedeiro.
 
Atualmente, a ''Royal Navy'' opera sete contratorpedeiros do Tipo 42. Com a desativação das unidades maiores, sobretudo a partir da [[década de 1970]], os contratorpedeiros e as fragatas tornaram-se, nos elementos principais da frota britânica. Os contratorpedeiros são optimizadosotimizados para a defesa aérea e as fragatas para o combate de superfície e a luta anti-submarina. Os contratorpedeiros britânicos têm um deslocamento médio de cerca de 50005 000 t, sendo armados com uma mistura de peças, de mísseis e de tubos lança-torpedos anti-submarinos. As peças usadas são as de 114&nbsp;mm e as automáticas de curto alcance Vulcan Phalanx de 20&nbsp;mm. Os mísseis são os Sea Dart. Todos os contratorpedeiros britânicos deverão ser substituídos pela nova classe ''Daring'', cujos navios têm um deslocamento aproximado de 72007 200 t.
 
A [[Comando das Forças Marítimas Canadenses|Marinha Canadiana]] opera, ainda, a classe ''Iroquois'' de contratorpedeiros antiaéreos de mísseis guiados porta-[[helicóptero]]s. Lançados na [[década de 1970]], os ''Iroquois'' foram os primeiros navios militares canadianos propulsados, inteiramente, a turbinas a gás. Os contratorpedeiros canadianos usam o sistema COGOG em que duas turbinas são usadas em velocidades de cruzeiro e, outras, duas - turbinas de impulso - para velocidades de até 29 nós. Este sistema já tinha sido usado pelos contratorpedeiros soviéticos da classe ''Kashin'' da década de 1960 e foi instalado, posteriormente, nos contratorpedeiros norte-americanos da classe ''Spruance''.
Linha 132:
Também a [[Exército de Salvação Popular#Marinha|marinha do Exército Popular de Libertação]] chinês incorporou alguns contratorpedeiros, que se vieram somar aos ''Sovremenny'' russos, que já estavam ao seu serviço. Três novas classes e mais modernas chinesas foram lançadas, desde [[2003]], conhecidas por ''Luyang'', ''Luyang'' II e ''Luzhou''. As últimas duas estão armadas, respetivamente, com os mísseis chineses de defesa aérea de longo alcance HQ-9 e com os russos S-300.
 
A França opera os contratorpedeiros antiaéreos das classes ''Horizon'' e ''Cassard'' e os anti-submarinos das classes ''Tourville'' e ''George Leygues''. A ''Marine nationale'' deixou de usar o termo "contratorpedeiro" após a seguir à Segunda Guerra Mundial, classificando os navios desse tipo como "[[navio de escolta#Classificação dos escolta|escoltadores de esquadra]]", ainda que usando o prefixo D de "''destroyer''" nos seus números de amura. Esta classificação foi, por sua vez, abandonada na [[década de 1990]], passando os navios deste tipo a serem classificados como "fragatas", mas mantendo o prefixo D. Os navios de escolta menores - anteriormente classificados como "[[aviso]]s-escoltadores" ou "escoltadores rápidos" - também são classificados como "fragatas" mas usam o prefixo F nos seus números de amura. Os contratorpedeiros franceses são navios com deslocamentos entre as 40004 000 t e as 70007 000 t. Os navios antiaéreos da nova classe Horizon, projetada em conjunto com a Itália e Reino Unido, lançada em [[2005]], com um deslocamento de 66306 630 t, estão armados com mísseis superfície-ar ASTER, mísseis superfície-superfície Exocet, duas peças de 76&nbsp;mm, duas peças antiaéreas de curto alcance de 20&nbsp;mm e tubos lança-torpedos.
 
Algumas outras marinhas do mundo continuam a operar contratorpedeiros modernos. Destacam-se a da Itália com as suas classes ''Luigi Durand de la Penne'' e ''Orizzonte'' (versão italiana da ''Horizon''), a da [[Índia]] com a sua classe ''Delhi'' e a da [[Argentina]] com a sua classe ''Almirante Brown''.
 
Nas últimas décadas, tem vindo esbater-se a diferença clara entre contratorpedeiros e fragatas. A classificação de um navio como contratorpedeiro, como fragata e, mesmo como corveta ou como cruzador, tem vindo a obedecer, cada vez mais, a critérios políticos ou de tradição do que às caraterísticas específicas ou funções do navio. O exemplo claro disto, foi a radical reclassificação dos navios da Marinha dos EUAEstados Unidos, em [[1975]], que - entre outras alterações -, levou a que navios, até aí considerados fragatas, passassem a ser reclassificados como cruzadores ou como contratorpedeiros. Na atualidade, a tendência de muitas marinhas é a de classificarem, universalmente, os seus [[navio de escolta|escoltas oceânicos]] como fragatas, abandonando o uso do termo "contratorpedeiro". Dois exemplos disto são os navios espanhóis da classe ''Álvaro de Bazan'', lançada em [[2002]] e os navios alemães da futura classe 125, que são classificados como fragatas, apesar de terem, respetivamente, deslocamentos de 62506 250 t e 7. 200 t, portanto, superiores aos da maioria dos anteriores navios classificados como contratorpedeiros.
 
==O contratorpedeiro no futuro==
[[ImageImagem:USS Zumwalt-class (DDG-1000) artist'sat conceptionnight.jpg|thumb|rightdireita|350px|Desenho conceptual do futuro contratorpedeiroContratorpedeiro [[USS Zumwalt (DDG-1000)|USS ''Zumwalt'']].]]
 
Os EUAEstados planeiamUnidos planejam substituir os seus contratorpedeiros da [[Classe Spruance|classe ''Spruance'']] <ref>[http://www.globalsecurity.org/military/systems/ship/dd-963.htm Classe Spruance]</ref>- último dos quais foi abatido ao serviço em [[2001]] - pela futura [[Classe Zumwalt|classe ''Zumwalt'']]<ref>[http://www.defenselink.mil/releases/2006/nr20060407-12772.html Navy Designates Next-Generation Zumwalt Destroyer]</ref>. A [[1 de novembro]] de [[2001]] a Marinha dos EUAEstados Unidos anunciou a emissão de uma proposta de revisão para o seu Programa do Futuro Combatente de Superfície. Anteriormente conhecido como DD 21, o programa passou a designar-se DD (X) para refletir, mais precisamente, o objetivo do programa, que é o de produzir uma família de navios de combate de superfície de tecnologia avançada e não apenas uma única classe de navios. Os navios da classe DD (X) ou ''Zumwalt'' estão planeadosplanejados para serem muito maiores que os tradicionais contratorpedeiros, sendo quase 3. 000 t mais pesados que os atuais cruzadores de 802.5009 600 t da [[classe Ticonderoga]] e, assim, com maior deslocamento que a maioria dos [[cruzador#cruzador pesado|cruzadores pesados]] da Segunda Guerra Mundial. O projeto irá, potencialmente, empregar armamento super avançado e um sistema integrado de propulsão totalmente elétrico. O programa de construção foi, contudo, reduzido temporariamente, subsequentemente, para duas embarcações. Com a retirada dos ''Spruance'' a Marinha dos EUAEstados Unidos começou a introduzir uma variante super avançada dos ''Arleigh Burke'' com capacidades anti-submarinas adicionais.
 
{{Referências}}
*''Destroyers'', Anthony Preston, Bison Books, 1977.
* ''The First Destroyers'' / David Lyon - Caxton Editions, 1997.
* ''Kaigun: Strategy, Tactics, and Technology in the Imperial Japanese Navy'', 1887-1941, David C. Evans, Mark R.Peattie, Naval Institute Press, Annapolis, Maryland
* ''The Origins of Japanese Trade Supremacy: Development and Technology in Asia from 1540 to the Pacific War'', Christopher Howe, The University of Chicago Press.
* ''Conway's All the World's Fighting Ships (1860-1905)'': Gardiner, Robert (Ed.), Naval Institute Press, 1985.
* ''The Atlantic Campaign'', Dan van der Vat.
 
==Ver também==
{{Commonscat|Destroyers}}
* [[Navio de escolta]]
* [[Torpedeiro (navio)|Torpedeiro]]
* [[Submarino]]
* [[Torpedo]]
* [[Fragata]]
* [[Corveta]]
 
{{Referências}}
 
==Bibliografia==
* ''Destroyers'', Anthony Preston, Bison Books, 1977.
* ''The First Destroyers'', / David Lyon - Caxton Editions, 1997.
* ''Kaigun: Strategy, Tactics, and Technology in the Imperial Japanese Navy'', 1887-1941, David C. Evans, Mark R.Peattie, Naval Institute Press, Annapolis, Maryland
* ''The Origins of Japanese Trade Supremacy: Development and Technology in Asia from 1540 to the Pacific War'', Christopher Howe, The University of Chicago Press.
* ''Conway's All the World's Fighting Ships (1860-1905)'': Gardiner, Robert (Ed.), Naval Institute Press, 1985.
* ''The Atlantic Campaign'', Dan van der Vat.
* ''History of World Sea Power'', Brett, Bernard, Deans International (London) 1985. ISBN 0-603-03723-2
 
==Ligações externas==
{{Commonscat|Destroyers}}
* [{{Link|en|2=http://history.navy.mil/photos/shusn-no/dd-no.htm|3= Contratorpedeiros da Marinha dos EUA],Estados imagens e biografias (em inglês)Unidos.}}
*[ {{Link||2=http://www.naval.com.br/opiniao/reclassificacao/reclassificacao.htm|3= Reclassificação de meios navais de superfície -, Poder Naval OnLine].}}
 
{{DEFAULTSORT:Contratorpedeiro}}
[[Categoria:Tipos de navios]]
[[Categoria:Contratorpedeiros| ]]
 
{{Bom interwiki|ru}}