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A constituição de 1923 foi elaborada em termos não-raciais, e o sistema eleitoral por ela instituído era igualmente aberto, pelo menos em teoria. Condicionamentos dos direitos políticos em relação à renda pessoal, educação e propriedade, semelhantes ao ''[[Cape Qualified Franchise]]'', foram igualmente aplicados a todos; porém, dado que a maioria da população negra não enquadrava-se dentro destes pré-requisitos, os eleitores e o Parlamento colonial eram esmagadoramente brancos. O resultado desta composição foi que os interesses dos negros foram escassamente representados em sua totalidade, algo que a maioria dos rodesianos brancos mostrou pouco interesse em mudar.{{sfn|Gowlland-Debbas|1990|pp=48–53}} Entre as justificativas comumente apresentadas, estava a de que a população negra não interessava-se pelo processo político de modelo ocidental, e a de que eles não seriam governantes diligentes caso assumissem.{{sfn|Weinrich|1973|pp=69–72}}
 
Durante a década de 1930, a Rodésia do Sul adotou um arcabouço legislativo segregacionista, que incluía o ''Land Apportionment Act'' (lei sobre a repartição das terras), o ''Industrial Conciliation Act'' (lei referente aos procedimentos de conciliação trabalhista na indústria), o ''Natives Registration Act'' (lei tangente ao registro civil dos nativos) e o ''Masters and Servants Act'' (lei tocante às relações entre mestres e auxiliares).{{sfn|Chanaiwa|2010|p=298–300}} Estas leis eram inclinadas em favorecer a minoria branca, que correspondia a cerca de 5% da população total.{{sfn|Weinrich|1973|p=15}} O ''Land Apportionment Act'', de 1930, destinou cerca de metade das terras do país para a propriedade e residência de cidadões brancos, ao mesmo tempo que dividia o restante em territórios tribais, áreas nacionais e destinados à venda aos cidadõescidadães negros.{{sfn|Gowlland-Debbas|1990|pp=48–53}} Já o ''Industrial Conciliation Act'', também adotado de modo semelhante na vizinha África do Sul, codificava sobre as [[relações trabalhistas]] em todos os setores da indústria, da economia em geral e no seio de todas as categorias profissionais. No entanto, ele não reconhecia aos trabalhadores negros o estatuto de empregado, muito menos o direito à [[sindicalismo|sindicalização]]. Ele somente autorizava a criação de conselhos trabalhistas nos quais tomariam assento empregadores e trabalhadores brancos, que eram responsáveis por realizarem negociações em nome dos negros.{{sfn|Chanaiwa|2010|p=298–300}}
 
Os colonos brancos e seus descendentes foram responsáveis por grande parte das competências administrativa, industrial, científica e agrícola da colônia, e construíram uma [[economia de mercado]] relativamente equilibrada e parcialmente [[industrialização|industrializada]], apresentando um forte setor agrícola e manufatureiro, [[siderurgia|siderúrgicas]] e [[metalurgia|metalúrgicas]] e modernas empresas de [[mineração]].{{sfn|Duignan & Jackson|1986|p=164}} Os rodesianos brancos possuíam a maior parte das melhores terras agricultáveis, em geral tinham um nível de escolaridade alto, e recebiam os melhores salários e moravam nas casas mais confortáveis. Por outro lado, apesar de terem escolaridade, instalações médicas, salários e estilos de vida muito bons para os padrões africanos,{{sfn|Gastil|1980|pp=158–159}} os rodesianos negros tinham suas vidas cotidianas marcadas pela discriminação, que ia desde a reserva de vagas de emprego para os brancos à pequenas segregações nos vagões de trens, nas filas dos correios, e em outros locais.{{sfn|Kavalski & Zolkos|2008|pp=56–57}}
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* {{Note label2|a}} Renomeada [[Zimbabwe]] em 1980.{{sfn|Wessels|2010|p=273}} O nome oficial da colônia sob o mandato britânico era [[Rodésia do Sul]]; porém o governo colonial passou a usar o nome Rodésia em outubro de 1964, quando a [[Rodésia do Norte]] mudou seu nome para [[Zâmbia]] após conquistar a independência.{{sfn|Palley|1966|pp=742-743}}
* {{Note label2|b}} Os poderes reservados ao governo britânico em ''[[Whitehall]]'' pela Constituição de 1932 eram os concernentes às relações externas, alterações contitucionaisconstitucionais, o salário do governador de designação britânica, e as regulamentações sobre a administração nativa, as receitas da mineração e as ferrovias. Leis pertinentes a esses assuntos tinham que receber parecer favorável do governador (e, por extensão, de ''Whitehall''); porém, todas as demais leis poderiam ser decididas na capital [[Harare|Salisbury]] sem interferência.{{sfn|Rowland|1978|pp=247–248}}
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