João Carlos de Saldanha Oliveira e Daun: diferenças entre revisões

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'''João Carlos Gregório Domingos Vicente Francisco de Saldanha Oliveira e Daun''' <small>[[Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito|GCTE]] • [[Ordem Militar de Cristo|GCC]] • [[Ordem Militar de Sant'Iago da Espada|GCSE]] • [[Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa|GCNSC]]</small> ([[Lisboa]], [[17 de novembro]] de [[1790]] — [[Londres]], [[20 de novembro]] de [[1876]]), 1.º [[conde de Saldanha|conde]], 1.º [[marquês de Saldanha|marquês]] e 1.º [[duque de Saldanha]], também conhecido por '''Marechal Saldanha''', foi um [[Oficial (militar)|oficial]] do [[Exército Português]], no qual atingiu o posto de [[marechal]], diplomata e um dos políticos dominantes do [[século XIX]] em [[Portugal]], com uma carreira política que se iniciou na [[Guerra Civil Portuguesa (1828-1834)]] e só terminou com a sua morte em 1876. A sua longa carreira política, e os cargos de relevo que exerceu, fizeram dele o mais importante homem de estado do período da [[Monarquia constitucional (Portugal)|monarquia constitucional portuguesa]],<ref name="dic">[http://www.arqnet.pt/dicionario/saldanha1d.html "Marquês de Saldanha" em Esteves Pereira e Guilherme Rodrigues, ''Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico'', vol. VI. Lisboa, 1912].</ref> influenciando de forma substancial o rumo dos acontecimentos políticos em Portugal ao longo de meio [[século]]. Entre outros cargos e honrarias, foi marechal general do exército, par do reino, conselheiro de estado efetivo, ministro plenipotenciário em Londres, mordomo-mor da Casa Real, vogal do [[Supremo Conselho de Justiça Militar]], vinte e quatro vezes ministro,{{sem fontes}} assumindo designadamente as pastas da Guerra e dos Negócios da Fazenda, e, por quatro vezes, [[Anexo:Lista de chefes de governo de Portugal|presidente do Conselho de Ministros de Portugal]] (em 1835, 1846&mdash;1849, 1851&mdash;1856 e em 1870).<ref name="dbp">Maria Filomena Mónica (direção), ''Dicionário Biográfico Parlamentar (1834-1910)'', volume II, pp. 27-32. Lisboa, Assembleia da República, 2005 (ISBN 972-671-145-2).</ref> Dedicou-se ao estudo de temas filosóficos e foi um dos pioneiros da [[homeopatia]] em Portugal. O marechal duque de Saldanha é lembrado na [[toponímia]] de inúmeras povoações e por um monumento nacional, na [[Praça do Duque de Saldanha]], em Lisboa, inaugurado a 18 de fevereiro de 1909 com imponente solenidade.<ref>[http://www.arqnet.pt/dicionario/saldanhamonumento.html O monumento ao Marquês de Saldanha].</ref>
 
==Biografia==
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[[Ficheiro:Mariscal Saldanha.jpg|thumb|300px|Marechal Saldanha.]]
 
A 30 de junho, apesar de Palmela ter nesse dia passado revista às tropas, numa falsa ostentação de poder, a liderança liberal recolheu-se a [[Santo Ovídio]], em [[Vila Nova de Gaia]], tomando como certa a derrota. A 2 de julho, numa reunião extraordinária da Junta Provisória, foi decidida a dissolução do movimento, a retirada das tropas para a [[Galiza]] e o regresso imediato a Londres dos emigrados. Nessa mesma noite, a liderança do movimento retirou-se para bordo do ''Belfast'', com a notável exceção de [[Bernardo de Sá Nogueira]], o futuro [[marquês de Sá da Bandeira]], do coronel [[Joaquim de Sousa Quevedo Pizarro]] e do desembargador [[Joaquim José de Queiroz]]. O vapor partiu no dia imediato com destino a Londres e nesse mesmo dia o exército legitimista entrou na cidade do Porto, enquanto o que restava do exército liberal se retirava para a Galiza sob o comando de Sá Nogueira.
 
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===Poder, diplomacia e golpismo===
 
[[File:Duc de Saldanha photograph BNF Gallica.jpg|thumb|O Duque de Saldanha, ca. 1870]]
Terminada a guerra civil, boa parte dos líderes militares da fação vencedora ingressaram na política activa, assumindo lugares no novo Parlamento, as reabertas Cortes, e no governo. Entre os militares que fizeram esta transição estava Saldanha, que na ocasião transformou em capital político pessoal o imenso prestígio que granjeara durante a guerra. O arquitecto da vitória liberal, marechal do Exército, transitou directamente para a figura de líder incontestado da esquerda parlamentar, adquirindo paulatinamente o papel de ''eminência parda'' do regime da [[Monarquia Constitucional Portuguesa]].
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==== O final do reinado de D. Pedro e o ''devorismo'' ====
 
Apesar das honrarias que foi obrigado a conceder a Saldanha, D. [[Pedro IV de Portugal]] nunca confiou no seu [[marechal]]. Assim, terminada a guerra e abertas as cortes em [[15 de agosto]] de [[1834]], Saldanha não foi chamado ao governo, tomando assento na Câmara dos Deputados, para a qual fora eleito. No parlamento assumiu-se como o líder da oposição ao primeiro ministério constitucional, presidido por [[Pedro de Sousa Holstein, Duque de Palmela|Pedro de Sousa Holstein, o duque de Palmela]], o seu rival nos tempos de exílio.
 
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==== A ''Revolução de Setembro'' e a ''Revolta dos Marechais'' ====
 
Afastado do poder, Saldanha retirou-se ostensivamente para Sintra, aí permanecendo até ao advento da [[Revolução de Setembro]], que inicialmente apoiou. Contudo, por esta altura iniciou uma clara inflexão na sua postura política, rejeitando o esquerdismo do ''[[setembrismo]]'', passando a defender a [[Carta Constitucional de 1826]] como a solução para a organização política de Portugal, integrando-se claramente na fação afeta ao [[Cartista|cartismo]].
 
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==== A ''Emboscada'', a Convenção de Gramido e a Regeneração ====
 
Chegado a Lisboa, Saldanha moveu-se rapidamente no sentido de reganhar a confiança do Exército e de se posicionar para assumir o poder. Perante um governo fraco, presidido pelo seu antigo rival o [[Duque de Palmela]], a ascensão de Saldanha foi fácil: foi nomeado Ministro da Guerra e pouco depois, na noite de 5 para 6 de outubro, liderou o golpe palaciano que ficaria conhecido pela ''[[Emboscada (golpe)|Emboscada]]'', assumindo então a presidência do governo.
 
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==== O regresso à diplomacia ====
 
Quando em 1856 o marquês de Saldanha cedeu o poder a um ministério constituído pelo [[Partido Progressista Histórico]], ficou numa situação de disponibilidade pessoal e política: viúvo desde 1855 e com um imenso prestígio pessoal e político. Prudentemente, o governo convidou-o a regressar à actividade diplomática, nomeando-o embaixador em Roma.
 
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Com a queda do seu governo ditatorial, Saldanha foi novamente forçado ao exílio dourado, desta feita nomeado como ministro plenipotenciário em Londres, onde veio a falecer com 86 anos de idade.
 
Foi impressa uma nota de 50$00 Chapa 5 de [[Ditadura Nacional|Portugal]] com a sua imagem.
 
==O ''cursus honorum'' de um colosso político==
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Ao longo de mais de meio século de actividade política, Saldanha conseguiu construir um ''[[cursus honorum]]'' sem paralelo na vida política portuguesa até aos nossos dias. Para além de [[conde de Saldanha|conde]], [[marquês de Saldanha|marquês]] e [[duque de Saldanha]], foi [[marechal]] do [[Exército Português]], o mais alto posto militar disponível, foi ainda [[embaixador]], [[deputado]] e [[par do reino]], vinte e quatro vezes [[ministro]] e quatro vezes presidente do Conselho de Ministros (primeiro-ministro). Para ser usado pelo seu filho primogénito, foi-lhe concedido o título de [[conde de Almoster]]. Para além disso coleccionou medalhas e honrarias como ninguém o fizera antes, ou o fez depois. O Marechal Saldanha possuía as seguintes condecorações:
;Ordens nacionais:
*Grã-cruz da [[Ordem Militar de Cristo]];
*Grã-cruz da [[Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito]];
*Grã-cruz da [[Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa]];
*Grã-cruz da [[Ordem Militar de SantiagoSant'Iago da Espada]];
*Grã-cruz da [[Ordem de São João de Jerusalém]];
;Ordens estrangeiras:
*Grã-cruz da [[Ordem de São João de Jerusalém]];
*Grã-cruz da [[Ordem de São Fernando]];
*Grã-cruz da [[Ordem de Isabel a Católica]], de Espanha;
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*Sócio da Sociedade Estatística de França e de muitas outras associações cientificas e literárias da Europa.
 
Por decreto de 30 de outubro de 1862, foi agraciado com as honras de patenteparente (d' el-rei).
 
==Obras publicadas==
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[[Categoria:Embaixadores de Portugal na Itália]]
[[Categoria:Naturais de Lisboa]]
[[Categoria:Académicos de Portugal]]
[[Categoria:Grã-Cruzes da Ordem Militar de Cristo]]
[[Categoria:Grã-Cruzes da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito]]
[[Categoria:Grã-Cruzes da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa]]
[[Categoria:Grã-Cruzes da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada]]