João de Castro: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
João Carvalho (discussão | contribs)
Linha 16:
|nome_pai =D. [[Senhor do Paul de Boquilobo|Álvaro de Castro]]
}}
'''[[Dom (título)|D.]] João de Castro''' ([[Lisboa]], [[27 de Fevereiro]] de [[1500]] — [[Goa]], [[6 de Junho]] de [[1548]]) foi um [[nobreza|nobre]], [[cartografia|cartógrafo]] e administrador colonial [[Portugal|português]]. Foi governador e capitão general, 13.º governador e 4.º [[vice-rei da Índia|vice-rei]] do [[Estado Português da Índia]].
 
A [[TAP Portugal|TAP Portuga]]l homenageou-o ao atribuir o seu nove a uma das suas aeronaves.
Linha 49:
 
:"''Não terei, senhores, pejo de vos dizer, que ao vice-rei da Índia faltam nesta doença as comodidades que acha nos hospitais o mais pobre soldado. Vim a servir, não vim a comerciar ao Oriente; a vós mesmo quis empenhar os ossos de meu filho, e empenhei os cabelos da barba, porque para vos assegurar, não tinha outras tapeçarias nem baixelas. Hoje não houve nesta casa dinheiro, com que se me comprasse uma galinha; porque nas armadas que fiz, primeiro comiam os soldados os salários do governador, que os soldos de seu rei; e não é de espantar; que esteja pobre um pai de tantos filhos. Peço-vos, que enquanto durar esta doença me ordeneis da fazenda real uma honesta despesa, e pessoa por vós determinada, que com modesta taxa me alimente.''"
 
Foi impressa uma nota de 20$00 Chapa 2 de [[Primeira República Portuguesa|Portugal]] com a sua imagem.
 
=== A disputa pela relíquia das barbas ===
Linha 58 ⟶ 60:
 
== O Magnetismo Terrestre no ''Roteiro de Lisboa a Goa'': as experiências de D. João de Castro ==
 
Os antigos Gregos haviam descoberto que uma pedra metálica escura podia repelir ou atrair objectos de ferro - era a origem do estudo do [[magnetismo]]. Na época das grandes navegações, não se conseguia localizar um navio no mar pelas duas coordenadas, a latitude e a longitude; a determinação desta exigia um relógio a bordo que indicasse a hora exacta no meridiano de referência, e a determinação astronómica da longitude dava erros inaceitáveis. Durante a viagem até à Índia, D. João de Castro levou a cabo um conjunto de experiências que conseguiu detectar fenómenos, nomeadamente relacionados com o magnetismo e com as agulhas magnéticas a bordo. É de supor que devia esses conhecimentos a [[Pedro Nunes]], naturalmente o directo inspirador de todas as observações que realizou nas suas viagens. Quando em 5 de Agosto de 1538, D. João de Castro decidiu determinar a latitude de Moçambique, encontrou a causa que ditava o «espantoso desconcerto» das agulhas: notou o desvio da agulha, descobrindo-o 128 anos antes de [[Guillaume Dennis]] (1666), de [[Nieppe]], o qual é registado na História da Navegação como se fosse o primeiro a conhecer esse fenómeno. A sua observação nas proximidades de [[Baçaim]], em [[22 de Dezembro]] de [[1538]], de um fenómeno magnético, pelo qual se verificavam variações da agulha devido à proximidade de certos rochedos, confirmadas quatro séculos mais tarde, foi denominado atracção local. D. João de Castro refutou a teoria de que a variação da declinação magnética não se fazia por meridianos geográficos. As suas observações são o mais importante registo de valores da declinação magnética no [[Atlântico]] e no [[Índico]], no [[século XVI]], e úteis para o estudo do magnetismo terrestre. Foi uma das personalidades da ciência experimental europeia desse século, relacionando a importância desse estudo com as navegações. O seu nome ficou ligado à ciência pelas suas obras que evidenciavam uma tendência para o moderno espírito científico.<ref>http://repositorio.ul.pt/handle/10451/499|Rangel, Artur José Ruando (Tese de Mestrado)Orientador: Domingues, Francisco Contente,1959-Universidade de Lisboa - "O magnetismo terrestre no roteiro de Lisboa a Goa: as experiências de D. João de Castro"</ref> <ref>http://www.tgo.uit.no/articl/roadto.html|Em Inglês: "The road to the magnetic north pole" por Truls Lynne Hansen</ref>