Legio II Parthica: diferenças entre revisões

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|comandantes_notáveis= [[Sétimo Severo]] (campanha)<br/>[[Caracala]] (campanha)<br/>[[Alexandre Severo]] (campanha)
<!-- Contato -->
|guarnição= [[Albano Laziale|Castra Albana]], [[Itália (província romana)|Itália]] {{nwrapnowrap||197|218}}<br/>[[Apameia]], [[Síria (província romana)|Síria]] {{nwrapnowrap||218|234}}<br/>[[Moguntiaco]], [[Germânia Superior]] {{nwrapnowrap||234|238}} <br /> Castra Albana (238 - início do {{séc|IV}}<br/>[[Cizre|Bezabde]], [[Mesopotâmia]] (em 360)<br/>[[Hasankeyf|Cefa]], Mesopotâmia {{nwrapnowrap|{{ca.}}|400}}
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'''Legio II ''Parthica''''' ("Segunda Legião [[Império Parta|Parta]]") foi uma [[legião romana]] mobilizada pelo [[imperador romano|imperador]] [[Sétimo Severo]] {{nwrapnowrap|r.|193|211}} em 197 para sua campanha contra o [[Império Parta]] (daí o [[cognome]] ''Parthica''). A legião ainda estava ativa no início do {{séc|V}} e tinha como símbolos o [[touro (astrologia)|touro]] e o [[centauro]].
 
== Campanha contra os partas e Castra Albana (197 - {{séc|IV}}) ==
Juntamente com as suas legiões gêmeas, a [[Legio I Parthica|I ''Parthica'']] e a [[Legio III Parthica|III ''Parthica'']], a II ''Parthica'' foi mobilizada para viabilizar o ataque à fronteira oriental do Império. A campanha foi um sucesso e [[Ctesifonte]], a capital parta, foi tomada e saqueada. Após esta guerra, a II ''Parthica'' retornou para a [[Itália (província romana)|Itália]] e ficou aquartelada perto de [[Roma]], em Castra Albana ([[Albano Laziale]]), motivo pelo qual ela também ficou conhecida como "legião albana". A II ''Parthica'' foi a primeira legião a ser deslocada para a Itália em mais de 200 anos e como ela não estava guarnecendo de modo fixo nenhuma [[província romana]], ela funcionava tanto como uma unidade de reserva, a ser utilizada para defender outras partes do Império, e também como um elemento de segurança contra rebeliões internas. Os imperadores do {{séc|III}} geralmente tinham problemas com [[usurpador romano|usurpador]]es e Severo, ao acampar a II ''Parthica'' perto da capital, sabia muito bem disso.
 
Mesmo assim, a legião serviu na campanha de Severo na [[Britânia (província romana)|Britânia]] {{nwrapnowrap||208|211}} e, depois, já sob [[Caracala]] {{nwrapnowrap|r.|211|217}}, contra a tribo germânica dos [[alamanos]] (213). Depois disso, a legião foi novamente enviada para a Pártia e seu comandante, [[Macrino]] {{nwrapnowrap|r.|217|218}}, foi o responsável pelo assassinato de Caracala na região em 217 No ano seguinte, porém, a II ''Parthica'', já acampada em [[Apameia]] (na província da [[Síria (província romana)|Síria]], abandonou Macrino e se aliou com [[Heliogábalo]] {{nwrapnowrap|r.|218|222}}, apoiando a sua ascensão ao império e derrotando Macrino na [[Batalha de Antioquia (218)|Batalha de Antioquia]]. O novo imperador condecorou a legião com o cognome de ''Pia Fidelis Felix Aeterna'' ("sempre fiel, leal e abençoada") por isso.
 
Em 231, a legião lutou sob o comando de [[Alexandre Severo]] {{nwrapnowrap|r.|222|235}} contra o [[Império Sassânida]] e retornou com o imperador para as províncias da [[Germânia]]. Foi em [[Moguntiaco]] que Alexandre também foi assassinado em 235. Nas lutas que se seguiram para tomar o poder, a II ''Parthica'' se aliou com [[Maximino Trácio]] que, em 238, foi declarado ''persona no grata'' pelo [[senado romano]], que nomeou [[Gordiano III]] {{nwrapnowrap|r.|238|244}} como imperador. Maximino então marchou contra Roma para lutar por seu alegado direito, levando a II ''Parthica'', entre outras legiões, consigo. O que aconteceu em seguida é um bom exemplo do poder político que detinha uma legião no {{séc|III}}: a legião como um todo entendeu que as chances de seu comandante e concluiu que apoiá-lo era mau negócio. Maximino foi então assassinado antes que pudesse provocar algum dano ao senado. Como recompensa, a II ''Parthica'' foi perdoada de ter apoiado um inimigo público e lhe foi permitido que voltasse para seu acampamento em Castra Albana.
 
Nas décadas seguintes, a legião foi utilizada como reforço em diversas províncias do Império e continuou a ser usada como [[peão (xadrez)|peão]] nas constantes batalhas pelo trono imperial do {{séc|III}} O imperador [[Galiano]] {{nwrapnowrap|r.|260|268}} condecorou a II ''Parthica'' com os títulos de ''V Fidelis V Pia'' e ''VI Fidelis VI Pia'' (respectivamente "Cinco" e "Seis vezes leal e fiel"). Porém, é incerto onde ela estava baseada quando recebeu estes títulos. Em condições normais, seria de acreditar que o imperador [[Valeriano]] a teria levado consigo em sua campanha no oriente na década de 250 e que ela teria se envolvido no desastre da derrota frente o rei [[Sapor I]] dos [[persas]] em [[Edessa (Mesopotâmia)|Edessa]] (260), na qual o imperador foi capturado. Se sim, ela evidentemente sobreviveu ao desastre em condições de batalha e evitou os riscos posteriores de ser ligada à rebelião dos {{ilc|macriânios||macrianii}} e à tentativa de independência de [[Império de Palmira|Palmira]] sob a rainha [[Zenóbia]].
 
É possível que ela tenha retornado para a Europa como parte do exército dos macriânios e que tenha sido perdoada por Galiano depois, após eles terem sido derrotados. Infelizmente, não há evidências sobre o seu destino após este período<ref name=piacoins />.
 
== Na Mesopotâmia==
No início do {{séc|IV}}, a II ''Parthica'' já tinha deixado a Itália e estava na fronteira do [[Rio Tigre|Tigre]] em meados do século, pouco antes da grande derrota romana frente aos persas em [[Singara]], na [[Mesopotâmia]]. Em 360, o [[Império Sassânida|sassânida]] [[Sapor II]] {{nwrapnowrap|r.|241|272}} atacou e conquistou a cidade fortificada romana de Bezabde (moderna [[Cizre]], na [[Turquia]]), que estava sendo defendida pela II ''Parthica'', [[Legio II Armeniaca|II ''Armeniaca'']] e a [[Legio II Flavia Virtutis|II ''Flavia Virtutis'']]<ref>[[Amiano Marcelino]], ''Res Gestae'', xx 7.</ref>. De acordo com a ''[[Notitia Dignitatum]]'', a II ''Parthica'' estava em [[Hasankeyf|Cefa]], na Turquia, por volta de 400, sob o comando do [[duque da Mesopotâmia]]<ref>''Not. Dign'', ''in partibus orientis'', xxxvi.</ref>.
 
==Ver também==