Ana Perena: diferenças entre revisões
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[[Image:Guercino 004.jpg|thumb|right|300px|''Suicídio de Dido'', detalhe que representa Dido suicida socorrida por sua irmã Ana, identificada mais tarde com a deusa romana Ana Perena, [[óleo]] sobre [[tela]] de [[Guercino]], 1625, [[Roma]], Galleria Spada.]]
Segundo a [[mitologia romana]], '''Ana Perena''' (em [[latim]] '''''Anna Perenna''''') era uma antiga [[deusa]] de [[Roma]] que presidia ao curso do ano e do seu retorno perpétuo, e por isso era chamada também ''Anna ac Peranna''. Era considerada, igualmente, a deusa da abundância e do alimento. Segundo [[Virgílio]]<ref>[[Virgílio]], ''Eneida'', IV</ref> e [[Ovídio]]<ref>[[Ovídio]], ''Fastos'', III, 523</ref>, era filha de [[Belo]] e irmã e confidente de [[Dido]], rainha de [[Cartago]].
==A deusa==
A festa de Ana Perena caía nos idos de março ([[15 de março]]), que marcavam a primeira lua cheia do ano no antigo [[calendário romano]] lunar, quando março era o primeiro mês do ano. Era celebrada no bosque da deusa na primeira pedra milhar da [[Via Flamínia]]. Dela participavam muitos [[plebeus]] da cidade.
[[Macróbio]] conta que as oferendas feitas a ela eram ''ut annare perannareque commode liceat'', isto é, "para passar um bom ano do início ao fim"<ref>[[Macróbio]], ''Saturnais'', I, 12.6</ref>. Também [[João Laurêncio Lido]], escritor de origem grega com obras sobre temas de arqueologia, diz que
Em seus ''Fastos'', Ovídio faz uma descrição muito viva das diversões e da licenciosidade de sua festa ao ar livre. Conta que eram armadas barracas e construídos pavilhões, nos quais os rapazes deitavam ao lado das moças, e as pessoas pediam a Ana que lhes concedesse vida longa para que pudessem beber muitos cálices de vinho na sua festa<ref>[[Ovídio]], ''Fastos'', III, 523f</ref>.
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Essa lenda deu motivo para que o povo contasse piadas e cantasse canções grosseiras na festa de Ana Perena. Como a festa da deusa caía no mês de Marte, era razoável que Marte e ela estivessem unidos, pelo menos em alguns ritos da época, como parceiros de culto.
[[Marco Terêncio Varrão|Varrão]] mencionava que vivia em Cartago uma Ana que, apaixonada por
==Culto==
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