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A preferência por testes positivos em si não é um viés, dado que testes positivos podem ser altamente informativos.<ref name="klaymanha">{{Citation |last=Klayman |first= Joshua |first2=Young-Won |last2=Ha |year=1987 |title=Confirmation, Disconfirmation and Information in Hypothesis Testing |journal=Psychological Review |publisher=American Psychological Association |volume=94 |issue=2 |pages=211–228 |issn=0033-295X |url=http://www.stats.org.uk/statistical-inference/KlaymanHa1987.pdf |accessdate=2009-08-14 |doi=10.1037/0033-295X.94.2.211}}</ref> Contudo, em combinação com outros efeitos, essa estratégia pode confirmar crenças ou assunções pré-existentes, independentemente de serem ou não verdadeiras.<ref name="oswald82">{{Harvnb|Oswald|Grosjean|2004|pp=82–83}}</ref> Em situações reais, evidências são comumente complexas e misturadas. Por exemplo, pessoas que sejam perguntadas "Você é feliz com sua vida social?" relatam uma satisfação maior que aquelas perguntadas "Você é ''in''feliz com sua vida social?"<ref>{{Citation |last=Kunda |first=Ziva |first2=G.T. |last2 =Fong |first3=R. |last3=Sanitoso |first4=E. |last4=Reber |year=1993 |title=Directional questions direct self-conceptions |journal=Journal of Experimental Social Psychology |publisher=Society of Experimental Social Psychology |volume=29 |pages=62–63 |issn=0022-1031}} via {{Harvnb|Fine|2006|pp=63–65}}</ref>
 
Mesmo uma pequena diferença na escolha das palavras com que uma pergunta é feita é capaz de afetar como as pessoas pesquisam pelas informações disponíveis e, portanto, as conclusões às quais elas chegam. Isso foi demonstrado através de um caso fictício sobre a custódia de uma criança.<ref name="shafir" /> Os participantes leram que um dos pais (A) era moderadamente adequado em múltiplas formas para ter a guarda, enquanto o outro (B) tinha uma mistura de qualidades consideravelmente negativas ou positivas (uma relação próxima com a criança mas um emprego que o manteria distante por longos períodos). Quando perguntados qual dos pais deveria ter a guarda da criança, a maioria dos participantes escolheu o segundo (B), procurando principalmente por atributos positivos. EntretandoEntretanto, quando perguntados a qual deles deveria ser negada a guarda da criança, eles procuraram por atributos negativos e responderam que o segundo (B) deveria ter a guarda negada, implicando que o primeiro (A) éera quem deveria ter a guarda.<ref name="shafir">{{Citation |last=Shafir |first=E. |year=1993 |title=Choosing versus rejecting: why some options are both better and worse than others |journal=Memory and Cognition |volume=21 |pages=546–556 |pmid= 8350746 |issue=4 |doi=10.3758/bf03197186}} via {{Harvnb|Fine|2006|pp=63–65}}</ref>
 
Estudos similares têm demonstrado como as pessoas se envolvem em uma busca tendenciosa por informações, mas também que esse fenômeno pode ser limitado por uma preferência por testes diagnósticos genuínos. Em um experimento inicial, os participantes avaliaram outra pessoa quanto à [[Big_Five_(psicologia)#Extroversão|extroversão/introversão]] deles com base em uma entrevista. Eles escolheram as perguntas da entrevista através de uma lista. Quando os entrevistados eram apresentados como introvertidos, os participantes escolhiam questões que presumiam introversão, como "O que você acha incômodo em festas barulhentas?". Quando o entrevistado era descrito como extrovertido, quase todas as questões presumiam extroversão, como "O que você faria para dar mais vida a uma festa chata?". Questões carregadas dessa forma davam aos entrevistados pouca ou nenhuma oportunidade para demonstrar falsa a hipótese que os participantes já tinham de antemão a respeito deles.<ref>{{Citation |last=Snyder |first=Mark |first2=William B. |last2=Swann, Jr. |year=1978 |title=Hypothesis-Testing Processes in Social Interaction |journal=Journal of Personality and Social Psychology |publisher=American Psychological Association |volume=36 |issue=11 |pages=1202–1212 |doi=10.1037/0022-3514.36.11.1202}} via {{Harvnb|Poletiek|2001|p=131}}</ref> Em uma versão posterior do experimento, era menor presunção carregada nas questões que os participantes recebiam para escolher, como "Você se esquiva de interações sociais por conta de timidez?"<ref name="kunda117" /> Os participantes então preferiram fazer perguntas de teor mais diagnóstico como essa, demonstrando apenas um leve viés pelos testes positivos. Esse padrão — de uma preferência por testes diagnósticos e uma leve preferência por testes positivos — tem sido reproduzido em outros estudos.<ref name="kunda117">{{Harvnb|Kunda|1999|pp=117–118}}</ref>
 
=== Interpretação tendenciosa ===