Ansel Adams: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Tudo
Etiquetas: Imagem externa Provável parcialidade Editor Visual
HVL (discussão | contribs)
m Reversão de uma ou mais edições de 85.247.41.3 para a versão 41841336 de Holdfz, com Reversão e avisos.
Linha 14:
|ocupação = Fotógrafo
}}
[[Imagem:Adams Church Taos Pueblo.jpg|thumb|right|250px|''Church, Taos Pueblo'' (1942)]]
A'''nselAnsel Easton Adams''' foi um [[Fotógrafofotógrafo]] dos [[Estados_UnidosEstados Unidos]] ([[São Francisco (Califórnia)|São Francisco]], [[20 de Fevereiro]] de [[1902]], [[Carmel-by-the-Sea]], [[22_de_Abril22 de Abril]] de [[1984]]) filho de Charles Hitchcook Adams, um [[Homemhomem]] de negócios e Olive Bray. Aos [[Dozedoze]] [[Ano|anosano]]s mostra um grande talento musical, aprendendo sozinho a tocar [[Pianopiano]]. Em [[1916]] realiza [[Fotografia|fotografiasfotografia]]s no [[Parque Nacional de Yosemite]], numa viagem com a família, usando uma [[Kodak]] Nº 1 ''Box Brownie'' que ganhou de presente dos pais. Adams voltaria todo ano para lá até o final de sua vida, suas fotografias mais conhecidas são as desse parque, principalmente as do grande monólito.
 
== Dados biográficos ==
Linha 21 ⟶ 22:
O ano de [[1926]] foi importante na [[carreira]] de Adams. Ele tirou uma fotografia no parque Yosemite, conhecida como ''Monolith'', a ''Face of Half Dome'', na sua primeira grande viagem. Essa imagem constitui uma espécie de marco inicial do reconhecimento do trabalho fotográfico de Adams.
 
Ele foi influenciado por [[Albert M. Bender]], um rico [[Mecena|mecenasmecena]]s de São Francisco. A amizade de Bender o encorajou e possibilitou uma segurança financeira para que Adams mudasse drasticamente a sua vida e permitiu a publicação do seu primeiro [[portfólio]], ''Parmelian Prints of the High Sierras''. Bender fez com que o pianista que tocava por jornada se tornasse um artista cujas fotografias, como o [[crítico]] Abigail Foerstner escreveu no [[Chicago Tribune]] ([[3 de dezembro]] de [[1992]]), "''fez para os parques nacionais algumas coisas comparáveis somente com o que os épicos de [[Homero]] fizeram de [[Odisseu]]''". Embora a transição de Adams de [[músico]] para [[fotógrafo]] não tenha acontecido imediatamente, sua paixão mudou rapidamente após Bender entrar na sua vida e seus projetos e possibilidades foram multiplicados.
 
Em [[1930]] Ansel Adams conhece o fotógrafo [[Paul Strand]], cujas imagens lhe provocaram um poderoso impacto e o ajudaram a sair do estilo [[pictorial]]. Adams começou a buscar um estilo fotográfico em que a claridade das lentes era enfatizada, e a cópia final ficava sem a aparência do início, pois era manipulada na câmera ou na [[câmara escura]].
Linha 32 ⟶ 33:
 
== Técnica ==
[[Ficheiro:Adams_The_Tetons_and_the_Snake_RiverAdams The Tetons and the Snake River.jpg|link=http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Adams_The_Tetons_and_the_Snake_River.jpgthumb|right|thumb|350x350px350px|''The Tetons and the Snake River'' (1942)]]
 
 
Um equipamento desta ordem dificilmente permitiria, por exemplo, uma produção fotográfica parecida com a de [[Henri Cartier-Bresson]] ou [[Robert Capa]], isso porque as máquinas de grande formato exigem [[Tripé|tripéstripé]]s e um posicionamento cuidadoso da máquina. Adams toca nessa questão quando no seu livro ''A Câmera'' faz comentários sobre o equipamento ideal: "prefiro mostrar a natureza de diferentes modelos de câmeras e seus recursos, esperando que o fotógrafo possa levar essas discussões em consideração no contexto de suas intenções e de seu próprio estilo".
 
Mas devemos lembrar que a câmera é apenas uma parte do processo fotográfico que Adams dividiu e detalhou com rigor na sua série de três livros: ''A Câmera'', ''O Negativo'', ''A Cópia''. Nesta série de livros, Adams mostrou o seu rigor técnico na produção fotográfica. Processo esse que começa com a escolha da máquina correta, com seus ajustes precisos em função daquilo que o fotográfico visualizou, aprender a operar o equipamento de forma que ele reproduza no negativo aquilo que o fotógrafo apreendeu na visualização, não necessariamente uma representação fiel da realidade. É na reprodução da visualização que o fotógrafo tem que possuir o conhecimento técnico capaz de dotá-lo de certa [[magia]]: produzir imagens espetaculares a partir do seu olhar, do seu espírito. A técnica assim, entra como um instrumento que flexibiliza o olhar permite que o artista veja mais além, produza as imagens que sua mente visualiza a partir de uma cena.
 
Todo esse processo passa por um controle preciso das [[Variável|variáveis]], às vezes Adams parece ser muito mais um [[cientista]] falando do que um artista, quando discute os tempos de exposição, o uso dos químicos, a sensibilidade do fotógrafo em produzir os contrastes e tons ideais na cópia. Os meios técnicos assim, não são parte essencial da fotografia, ela não é somente técnica, esta deve estar a serviço da sensibilidade e criatividade do fotógrafo.
Para Adams não existe processo fixo ou ideal de fotografia, todos os elementos são variáveis e controláveis. Assim, nem as especificações técnicas do fabricante devem ser consideradas como condições ótimas, são no fundo possibilidades médias. Adams nos diz inclusive que devemos fugir de qualquer tipo de [[automação]] e esse conceito é extremamente amplo: automação para ele enquadra não só mecanismos automáticos, mas também a aceitação passiva das regras, das normas dos fabricantes, das [[Bula|bulasbula]]s dos papéis e dos [[Filme|filmesfilme]]s. Esse dados são dados médios, e se as nossas exigências estiverem acima da média temos que ultrapassar os limites, fazermos experimentações e verificarmos quais os procedimentos irão se adequar às nossas exigências criativas e estéticas.
 
No fundo podemos considerar que o estilo não deve ser um dependente da técnica, o [[estilo]] é que deve moldar os procedimentos e adequá-los à criatividade do fotógrafo. Os processos de produção da imagem fotográfica são extremamente amplos, não há verdades absolutas nem [[Paradigma|paradigmasparadigma]]s, tudo depende do olhar, da visualização e da nossa capacidade de manipular os procedimentos em prol das nossas exigências.
Para Adams não existe processo fixo ou ideal de fotografia, todos os elementos são variáveis e controláveis. Assim, nem as especificações técnicas do fabricante devem ser consideradas como condições ótimas, são no fundo possibilidades médias. Adams nos diz inclusive que devemos fugir de qualquer tipo de [[automação]] e esse conceito é extremamente amplo: automação para ele enquadra não só mecanismos automáticos, mas também a aceitação passiva das regras, das normas dos fabricantes, das [[Bula|bulas]] dos papéis e dos [[Filme|filmes]]. Esse dados são dados médios, e se as nossas exigências estiverem acima da média temos que ultrapassar os limites, fazermos experimentações e verificarmos quais os procedimentos irão se adequar às nossas exigências criativas e estéticas.
 
No fundo podemos considerar que o estilo não deve ser um dependente da técnica, o [[estilo]] é que deve moldar os procedimentos e adequá-los à criatividade do fotógrafo. Os processos de produção da imagem fotográfica são extremamente amplos, não há verdades absolutas nem [[Paradigma|paradigmas]], tudo depende do olhar, da visualização e da nossa capacidade de manipular os procedimentos em prol das nossas exigências.
 
== A arte da fotografia ==
[[Ficheiro:Ansel_Adams_Ansel Adams -_National_Archives_79 National Archives 79-AA-E23_levels_adjE23 levels adj.jpg|link=http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Ansel_Adams_-_National_Archives_79-AA-E23_levels_adj.jpgthumb|right|thumb|350x350px350px|''In Glacier National Park'' (1942)]]
E aqui podemos trazer à tona algumas idéias de [[Vilém Flusser]] relacionando-as com as imagens produzidas por Adams: a fotografia enquanto arte e por isso, expressão da criatividade, não é um mero processo de ''input'' e ''output''. Amadores que tiram retratos com máquinas automáticas, que entregam bobinas de filmes às fotópticas para buscarem as fotos prontas, ou quando produzem uma imagem digital, dificilmente estarão produzindo arte, no máximo brincam com um aparelho e tornam-se escravos do olhar da máquina, vêem apenas aquilo que a máquina vê, acreditam nas especificações dos fabricantes, a criatividade está ofuscada pela automaticidade do aparelho. Produzem imagens, mas não as compreendem enquanto processo completo, mas enquanto ato automático, até neurótico de apertar o botão.
 
Fotografia enquanto arte exige que se conheça a técnica, mas ao mesmo tempo é necessário dela não ser escravo, não correr o risco de anular a expressão imagética pela perfeição técnica. Tanto o fotógrafo profissional quanto o amador podem produzir imagens maravilhosas, a diferença é que um agiu de modo criativo, o outro agiu e viu o mundo por um aparelho, sua ação criativa está anulada pela máquina, que deveria estar a serviço do homem.
 
A série de livro de Adams é uma ferramenta valiosa para todos aqueles que se interessam pela fotografia enquanto processo criativo. Ele chega a desenvolver uma teórica fotográfica, o sistema de zonas para facilitar as possibilidades de controle criativo da fotografia. Mas ele mesmo diz que está sugerindo processos que desenvolveu ao longo de sua vida, antes de tudo propõe formas de se trabalhar e não uma cartilha para ser seguida: "''Existe gente demais fazendo somente o que lhes disseram para fazer. A maior satisfação que podemos obter da fotografia está na realização de nosso potencial individual, na percepção única de algo e em sua expressão por meio da compreensão dos instrumentos. Tire proveito de tudo: não se deixe dominar por nada, a não ser por suas próprias convicções. Jamais perca de vista a importância essencial do orifício. Qualquer esforço humano que valha a pena depende de muita concentração e grande domínio dos instrumentos básicos''."
 
Linha 58 ⟶ 60:
Adams parece possuir um olhar "duro", "ríspido", uma sensibilidade deturpada pela ânsia da perfeição. Mas isso não tira o seu mérito enquanto grande fotógrafo do século XX, ele conseguiu definir para si um estilo muito claro e se preocupou em ensinar boa parte dos procedimentos que aprendeu ou descobriu. Adams deve ser considerado um exemplo de dedicação.
 
== Galeria ==
[[Imagem:Adams Church Taos Pueblo.jpg|thumb|right|250px|''Church, Taos Pueblo'' (1942)]]
 
<gallery>