Espírito Santo: diferenças entre revisões

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No [[:pt:Cristianismo|cristianismo]] o '''Espírito Santo''' é a terceira ''[[prosopon]]'' da [[Santíssima Trindade]] - juntamente com [[Deus Pai]] e [[Deus Filho]] - e é o [[Deus]] onipotente<ref name=Erickson103>{{cite book| author = Millard J. Erickson| year = 1992| title = Introducing Christian Doctrine.| publisher = Baker Book House| page = 103}}</ref><ref name=Hammond>{{cite book| author = T C Hammond| coauthors = Revised and edited by David F Wright| year = 1968| title = In Understanding be Men:A Handbook of Christian Doctrine.| edition= sixth| publisher = [[Inter-Varsity Press]]| pages = 54–56 and 128–131}}</ref><ref name=cathhs>{{1913CE|Holy Spirit}}</ref>. Ele é visto como sendo uma das pessoas do [[Deus Triuno]], que revelou seu Santo Nome [[YHWH]] ao seu povo em [[Israel]], enviou seu Filho Eternamente Gerado [[Jesus]] para salvá-los da [[retribuição divina|fúria divina]] e enviou o Espírito Santo para santificar e dar vida à sua Igreja<ref name=Catholic_Catechism_Holy_Name>{{cite web|title=Catechism of the Catholic Church: GOD REVEALS HIS NAME|url=http://www.vatican.va/archive/ENG0015/_P16.HTM#BK}}</ref><ref name=Summa_Theologica_Procession_of_Divine_Persons>{{cite book| title=The Summa Theologica: First Part - The Procession of the Divine Persons|author=St. Thomas Aquinas|year=1920|edition=second and revised edition (Literally translated by Fathers of the English Dominican Province)|url=http://www.newadvent.org/summa/1027.htm#article1}}</ref><ref name=Mystici_Corporis_Christi>{{cite book|title=Mystici Corporis Christi|author=Pope Pius XII|year=1943|url=http://www.papalencyclicals.net/Pius12/P12MYSTI.HTM#fn39}}</ref>. O Deus Triuno se manifesta como três "pessoas" ([[grego koiné]]: ''[[hypostasis]]'')<ref>{{1913CE|Person}}</ref> de uma única substância divina ([[grego antigo]]: ''[[ousia]]'')<ref name=Systematic_theology>Grudem, Wayne A. 1994. ''Systematic Theology: An Introduction to Biblical Doctrine.'' Leicester, England: Inter-Varsity Press; Grand Rapids, MI: [[Zondervan]]. Page 226.</ref>, chamada [[Deus no cristianismo|Deus]]<ref name=Catholic_Catechism_Trinity>{{cite web|title=Catechism of the Catholic Church: The Dogma of the Holy trinity|url=http://www.vatican.va/archive/ENG0015/_P17.HTM#1FT}}</ref>.
 
Vale lembrar que "a crença nesses termos foi definida somente nos séculos 4 e 5 depois de [[Cristo]], e como tal, não é explícita e formalmente bíblica. A [[trindade]] de pessoas no interior da unidade de natureza é definida em termos de "pessoa" e "natureza", que são termos filosóficos gregos; de fato, eles não aparecem na [[Bíblia]]. As definições trinitárias surgiram como o resultado de longas controvérsias, nas quais esses termos e outros como "essência" e "substância", foram erroneamente aplicados a [[Deus]] por alguns teólogos".<ref>{{citar livro|nome = John L.|sobrenome = McKenzie|título = Dicionário Bíblico|ano = 1984|isbn = 978-85-349-0374-5|editora = Paulus|seção = "Trindade"}}</ref>
 
Em primeiro lugar, é preciso levar em conta os vários significados da palavra "[[espírito]]" no [[Antigo Testamento]] (grafada de agora diante com letras minúsculas por não pretender significar uma pessoa divina conforme os autores inspirados) e que em muitos casos são os mesmos usos encontrados no [[Novo Testamento]] - ''ruach'' em hebraico equivale à palavra grega ''pneuma''. Dependendo do contexto podem significar vento, sopro ou hálito; normalmente significam ânimo, vigor, vitalidade, força, capacidade e poder, disposição ou inclinação para fazer alguma coisa. "O "espírito de [[Iahweh]]" é muitas vezes a [[força]] que inspira a profecia (Nm 11,17ss; 24,2; 2Sm 23,2; 1Cr 12,18; Is 61,1; Mq 3,8; Ez. 2,2; 3,2, 14,24, etc). (...) O espírito de Iahweh é um espírito carismático quando é concedido aos que têm um cargo em Israel: juízes (Jz3,10; 11,29; 6,34; 13,25; 14,6.19; 15,14), reis (1Sm 11,6; 16,13s) em particular o rei messiânico (Is 11,2), o servo de Iahweh (Is 42,1), Ciro (Is 48,16), artesãos (Ex 31,3; 35,31). Na literatura mais tardia, ele é derramado sobre todo o povo na regeneração messiânica (Is 32,15; Ez 39,29; Zc 12,10) e sobre os homens sábios (Jó 32,8; Pv 1,23). O espírito não confere àqueles que o recebem somente as qualidades necessárias para cumprirem a sua missão, mas lhes inspira também atos acima e além do que se poderia esperar de seus hábitos e possibilidades. Também cumpre notar que o espírito é um carisma passageiro nos juízes e em [[Saul]], mas permanece sobre [[Davi]] e o rei messiânico. Aqui há uma evolução evidente no sentido de uma hipostatização do espírito, não no sentido de que ele seja concebido como uma pessoa, mas como uma fonte substancial de força e de atividade. É a força criadora de Iahweh (Gn 1,2; Jó 33,4). Move o carro de [[Ezequiel]] (Ez 1,12.20s; 10,17) porque é o elemento divino de poder. É o poder salvífico de Iahweh; Israel é salvo não pelo poder nem pela força mas pelo espírito de Iahweh em Zc 4,6. É a presença divina efundida no mundo e no governo de Iahweh da parte de Israel (Sl 139,7; Sb 1,7; Is 63,10s; Ag 2,5). É o espírito santo de Iahweh (Sl 51,9; Is 63,10s uma expressão rara) ou seu bom espírito (Ne 9,20; Sl 143,10). Resumindo, ''o espírito no [[Antigo Testamento]], originalmente vento e sopro, é concebido como uma entidade divina dinâmica, pela qual Iahweh realiza seus objetivos; ele salva, é uma força criadora e carismática, e como agente de sua ira é um poder demoníaco'' (1Sm 16,14-16,23; 18,10; 19,9). '''''Todavia é impessoal'''''".<ref>{{citar livro|nome = John L.|sobrenome = McKenzie|título = Dicionário Bíblico|ano = 1984|isbn = 978-85-349-0374-5|editora = Paulus|capítulo = "Espírito"}}</ref>
 
"A concepção do ''espírito como força de Deus'' apresenta parcialmente a novidade do Novo Testamento, que é mais desenvolvida em [[Paulo]] e [[João]]. É a força que impele Jesus para o deserto (Mc 1,12 - uma expressão omitida em Mt 4,1), e é a força pela qual Jesus expulsa os demônios (Mt 12,28; Lc 11,20 usa "o dedo" de Deus). (...) O pecado de falar contra o espírito santo não é perdoado (Mt 12,32; Mc 3,29; Lc 12,10). Este conceito difícil explica-se sobretudo do contexto, como uma negação do princípio em virtude do qual o pecado é perdoado. Este princípio é a vontade salvífica de Deus, que se manifesta e opera no exorcismo dos demônios por Jesus".<ref>{{citar livro|nome = John L.|sobrenome = McKenzie|título = Dicionário Bíblico|ano = 1984|isbn = 978-85-349-0374-5|editora = Paulus|capítulo = Espírito}}</ref> "''O espírito em [[Mateus]] e [[Marcos]] é geralmente o espírito do Antigo Testamento aplicado à pessoa e à missão de [[Jesus]]''. ''Fora de Mateus 28,19 ele não pode ser chamado um ser pessoal ou distinto do Pai''".<ref>{{citar livro|nome = John|sobrenome = McKenzie|título = Dicionário Bíblico|ano = 1984|isbn = 978-85-349-0374-5|editora = Paulus|capítulo = Espírito}}</ref> Mas mesmo a conhecida fórmula batismal de Mt 28,19, onde se lê "Ide, portanto, e fazei com que todas as nações se tornem discípulos, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo", jamais é mencionada desse modo em outras passagens da Bíblia onde os apóstolos declaramafirmam eo praticambatismo apenas o batismo "em nome de Jesus" (At 1,5s; 2,38s) e mesmo o grande históriador eclesiástico [[Eusébio]] de Cesaréia (séc. III-IV) normalmente cita o versículo de Mateus na forma breve ao contrário de outros autores e versões antigas da Bíblia, o que sugere que mais de uma versão do Evangelho de Mateus estivesse em circulação na época. O comentário católico da Bíblia de Jerusalém admite aacerca possibilidadedo debatismo queem onome versículode não3 estivessepessoas originalmente presente no texto do Evangelista edivinas que "''em sua forma precisa, essa fórmula reflita influência do uso litúrgico posteriormente fixado na comunidade primitiva''".<ref>{{citar livro|nome = |sobrenome = |título = Bíblia de Jerusalém|ano = 2002|isbn = 978-85-349-1977-7}}</ref>
 
Nos [[Atos dos Apóstolos]], "o ''espírito é uma força dinâmica divina'', o espírito carismático do Antigo Testamento, ''que impele os apóstolos a pregarem e testemunharem Jesus'', e os capacita para atos de coragem e eloquência, que superam totalmente as capacidades pessoais dos homens que aparecem nos evangelhos. O espírito não é reservado aos líderes carismáticos, mas é dado a todos os fiéis na plenitude messiânica".<ref>{{citar livro|nome = John|sobrenome = McKenzie|título = Dicionário Bíblico|ano = 1984|isbn = }}</ref>
 
Com referência às [[Epístolas Paulinas]], "''O espírito não é clara e explicitamente concebido por Paulo como um ser divino pessoal distinto''. ''As personificações ocasionais de que ele se serve não vão além daquelas que se acham no Antigo Testamento e no judaísmo''. A concepção predominante é a da vida nova divina que permeia a Igreja e é comunicada por Jesus".<ref>{{citar livro|nome = John|sobrenome = McKenzie|título = Dicionário Bíblico|ano = 1984|isbn = }}</ref>
 
[[Jesus]] é apresentado nos [[Evangelhos]] como sendo o [[Messias]] há muito profetizado, que batiza não com água, mas com o "Espírito Santo" e com fogo ({{citar bíblia|Lucas|3|16}}). Antes da [[paixão de Cristo|Paixão]], durante a [[Última Ceia]], Ele promete enviar do Pai outro [[Paráclito]] ao mundo, o Espírito Santo, o "[[Espírito da Verdade]]" ({{citar bíblia|João|15|26}}), que, segundo os [[Atos dos Apóstolos]], apareceu na forma de "línguas de fogo" sobre os [[discípulos]], os [[apóstolos]], durante o evento conhecido como [[Pentecostes]], que marca o início da Igreja de Jesus na Terra ({{citar bíblia|Atos|2|1}}).