Filosofia helenística: diferenças entre revisões

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=== Epicurismo ===
[[Ficheiro:Busto di epicuro, da villa papiri ercolano, copia romana da orig. del 250 ac. ca, MANN.JPG|miniaturadaimagem|[[Epicuro|Epicuro de Samos]]]]
O epicurismo surge como uma doutrina diferenciada, em um contexto em que a filosofia costumava preocupar-se com os aspectos subjetivos e mais abstratos. [[Epicuro]] rejeita qualquer conhecimento que provenha de algo transcendente aos sentidos e afirma que a felicidade está ao alcance do homem através dessa filosofia voltada à verdade, distanciada do divino e ligada a uma noção mecânica do universo. Epicuro teria nascido em meio à [[História de Atenas|cultura ateniense]] - assim, sua filosofia pode ser entendida como essencialmente grega.<ref>Petit, 1987, p. 93</ref> Existiriam no epicurismo três características básicas: um [[atomismo]] descendente de [[Demócrito]], que permitiria a Epicuro explicar que o universo era formulado em princípio pela [[matéria]] (além de uma outra realidade, invisível, intangível) e que a alma seria mortal; a crença na indiferença dos deuses, posto que existiriam mas, uma vez que teriam atingido a felicidade, não viveriam com o propósito de dar forma ou reger o universo; eE uma noção fixa acerca dos sentidos, considerando-os verdadeiros caminhos para a compreensão da verdade e o alcance do bem, sendo o bem aqui entendido por prazer.<ref>Abbagnano, 2014, p. 390</ref> Esse prazer seria, em última instância, a ausência de perturbação, ou seja, a ''ataraxía''. A verdade traduzida por aquilo que estava ao alcance do homem seria, então, o caminho para a felicidade e para a liberdade.
 
As noções acerca da física dentro da filosofia de Epicuro, sobretudo o atomismo, estão dispostas de modo a se considerar a ideia de [[Criação_(Teologia)|criação]] como tola, uma vez que não haveria o que criasse o fator criador. Em outras palavras, não seria possível que um todo se originasse do nada; logo, seria necessário que algo criasse aquilo que desse origem ao universo.<ref>Chauí, 2010, p. 97-98</ref> Posto isso, a reflexão epicurista leva, entre outros pontos, ao fato de que até mesmo a alma poderia morrer, uma vez que sua vida estaria ligada à vida do corpo - aqui fica clara a importância dada aos [[sentidos]]. Além disso, a formação e a transformação das coisas (gerando a criação do novo) seria ocasionada pelos movimentos dos [[átomo|átomos]]:<ref>Abbagnano, 2014, p. 390</ref> o todo sempre existiu e é composto pelos átomos; a novidade vem apenas da mudança atômica.