Marcos Valério: diferenças entre revisões

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Como um dos sócios-proprietários de duas agências de comunicação de [[Minas Gerais]], a DNA e a SMP&B, passou a prestar seus serviços a campanhas eleitorais de políticos, inicialmente para os do [[PSDB]]. Foi investigado sobre um suposto esquema de financiamento irregular—com recursos públicos e doações privadas ilegais—à campanha da reeleição em [[1998]] do então governador mineiro e atual senador [[Eduardo Azeredo]] ([[PSDB]]), o esquema do ''[[Mensalão tucano|valerioduto tucano]]''<ref name=DENUNCIA>[http://media.folha.com.br/brasil/2007/11/22/denuncia_inquerito_n2280.pdf SOUZA, Antonio Fernando Barros e Silva de., Procurador Geral da República. ''Denúncia.'', Ministério Público Federal, 20 de novembro de 2007]</ref>, nunca comprovados. Segundo as palavras do [[Procurador Geral da República]], tal esquema ''foi o laboratório do [[mensalão]] do PT''<ref name="DENUNCIA"/><ref name=VALTUCANO>[http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u357047.shtml PEIXOTO, Paulo e GUIMARÃES, Thiago. ''Ao menos mais 20 serão investigados no valerioduto tucano.'' Belo Horizonte: Agência Folha, 21 de dezembro de 2007.]</ref>. Valério só veio a ganhar os holofotes da cena política brasileira no início de junho de 2005, quando o deputado [[Roberto Jefferson]] ([[PTB]]-[[RJ]]) fez suas primeiras acusações sobre o suposto esquema do "[[mensalão]]".
 
Jefferson, até então aliado do governo do presidente [[Luiz Inácio Lula da Silva|Lula]], foi apontado, em um vídeo divulgado pela revista [[Veja]], como "avalista" de um esquema de corrupção na estatal dos [[Correios]]. Em seguida, em entrevista exclusiva ao jornal [[Folha de São S.Paulo]], Jefferson contra-atacou acusando o governo e seu principal partido, o [[Partido dos Trabalhadores|PT]], de darem suporte a um esquema de corrupção generalizada que envolveria o suposto pagamento mensal de R$ 30 mil a deputados de vários partidos da base aliada do governo, em troca de apoio político.
 
De acordo com Jefferson, a operação do "mensalão" estaria a cargo de Marcos Valério, em estreita colaboração com [[Delúbio Soares]], tesoureiro do PT, e sob as ordens de [[José Dirceu]], Ministro da Casa Civil e principal nome do governo Lula. Valério seria o responsável pela distribuição dos pagamentos mensais, utilizando dinheiro supostamente proveniente de empresas estatais e privadas, e que chegaria em malas a [[Brasília]], onde seria então distribuído entre os parlamentares indicados por Delúbio.
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Paralelamente, outras investigações passaram a ser conduzidas pela [[Polícia Federal]] e pela [[Procuradoria Geral da União]], para apurar as acusações de corrupção em estatais e as denúncias de tráfico de influência e compra de votos.
 
As investigações acabaram trazendo à luz que Marcos Valério realizou vultosos e sucessivos empréstimos junto a bancos privados, repassando-os ao PT e a outros partidos da base aliada, entre os anos de 2003 e 2005. Tais empréstimos tinham como garantia os contratos das empresas de publicidade de Valério junto a órgãos públicos.
 
Em seus depoimentos, Valério e Delúbio Soares terminaram por admitir as movimentações e empréstimos, afirmando, porém, que os repasses serviriam para "[[caixa 2]] de campanha", o custeio não-declarado (ou "não-contabilizado", nas palavras de Delúbio) das campanhas eleitorais de 2002 e 2004, não sendo utilizados para a compra de votos de parlamentares. Além disso, ambos sustentaram que nunca houve o uso de recursos públicos, já que o dinheiro seria proveniente dos empréstimos feitos por Valério, que teriam que ser pagos em algum momento pelo PT. Incidentalmente, entre os que que receberam repasses das empresas de Valério, foi identificado Roberto Brant, do [[PFL]], partido de oposição ao governo. O deputado afirmou, em sua defesa, que o dinheiro teria sido repassado para sua campanha eleitoral, doado por uma empresa privada e intermediado por Valério.
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No dia 13 de dezembro de 2011 após uma concessão do STJ, ganhou a liberdade.<ref>[http://oglobo.globo.com/pais/stj-concede-liminar-marcos-valerio-ganha-liberdade-3438883]</ref>
 
Em 2012 deu novos depoimentos acusando Lula de envolvimento no mensalão.<ref>[http://exame.abril.com.br/brasil/politica/noticias/marcos-valerio-volta-a-vincular-lula-com-mensalao]</ref>
 
Com o final do julgamento do mensalão, no dia 18 de dezembro de 2012 o ministro e então presidente do [[Supremo Tribunal Federal]] (STF), [[Joaquim Barbosa]], publica a carta de sentença e Marcos Valério recebe pena de 40 anos, 4 meses e 6 dias, com multa de R$ 3 milhões por corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e formação de quadrilha. Após o STF julgar e aceitar embargos infringentes para o crime de quadrilha, a pena diminui para 37 anos e 5 meses e 6 dias. Marcos Valério cumpre pena em regime fechado.<ref>{{citar web|URL = http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2013-11-16/veja-a-pena-e-o-regime-de-prisao-dos-12-condenados-no-mensalao.html|título = Veja a pena e regime de prisao dos 12 condenados no mensalao|data = 16 de novembro de 2011|acessadoem = 23 de fevereiro de 2015|autor = iG São Paulo|publicado = iG São Paulo www.ig.com.br}}</ref>
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== Fontes ==
* Do Sertão ao Mar de Lama, Fábio Victor, [[Folha de São S.Paulo]], 31 de Julho de 2005.
{{Wikiquote|Marcos Valério Fernandes de Souza}}