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'''Pater familias''' (plural: ''patres familias'') era o mais elevado estatuto familiar (''status familiae'') na [[Roma Antiga]], sempre uma posição masculina. O termo é [[Latim|latino]] e significa, literalmente, "pai de família".
{{Wikificação|data=Fevereiro de 2008}}
'''Pater familias''' (plural: ''patres familias'') era o mais elevado estatuto familiar (''status familiae'') na [[Roma Antiga]], sempre uma posição masculina. O termo é [[Latim]] e significa, literalmente, "pai de família". A forma é irregular e arcaica em Latim, preservando a antiga terminação do genitivo em ''-as''. O termo ''pater'' se refere a um ''território'' ou [[jurisdição]] governado por um [[patriarca]]. O uso do termo no sentido de orientação masculina da organização social aparece pela primeira vez entre os [[hebreus]] no século IV para qualificar o líder de uma sociedade judaica; o termo seria originário do grego helenístico para denominar um líder de comunidade. Do termo deriva-se a palavra ''[[pátria]]''. Pátria relaciona-se ao conceito de [[país]], do italiano ''paese'', por sua vez originário do [[latim]] ''pagus'', [[aldeia]], donde também vem [[pagão]]. Pátria, patriarcado e pagão tem a mesma raiz.
 
'''Pater familias''' (plural: ''patres familias'') era o mais elevado estatuto familiar (''status familiae'') na [[Roma Antiga]], sempre uma posição masculina. O termo é [[Latim]] e significa, literalmente, "pai de família". A forma é irregular e arcaica em Latimlatim, preservando a antiga terminação do genitivo em ''-as''. O termo ''pater'' se refere a um ''território'' ou [[jurisdição]] governado por um [[patriarca]]. O uso do termo no sentido de orientação masculina da organização social aparece pela primeira vez entre os [[hebreus]] no século IV para qualificar o líder de uma sociedade judaica; o termo seria originário do grego [[Helenismo|helenístico]] para denominar um líder de comunidade. Do termo deriva-se aA palavra ''[[pátria]]'' é derivada desse termo. Pátria relaciona-se ao conceito de [[país]], do italiano ''paese'', por sua vez originário do [[latim]] ''pagus'', [[aldeia]], donde também vem [[pagão]]. Pátria, patriarcado e pagão tem a mesma raiz.
Segundo [[Joseph Campbell]] os hebreus foram os primeiros a usar o termo ''pai'' para denominar o que até então era a [[Deusa Mãe]] ou ''Mãe Terra'', a religião entre os antigos que cultuava a mulher. Ainda segundo Campbell, a convenção do termo entre os hebreus teria origem nas constantes perseguições religiosas e no desterramento que isso acarretava, ocasionando a perda da identidade territorial.<ref>[http://www.culturabrasil.pro.br/tuesisso.htm ''Tu és isso'']</ref><ref>[http://books.google.com.br/books?id=PGocizBPj0EC&pg=PA63&lpg=PA63&dq=hebreus+origens+do+patriarcalismo&source=bl&ots=HlFBclvN_2&sig=sp2txiRqk-lYZIBhbR82T9msLF0&hl=pt-BR&ei=c4jTSYfXKJmEtgOBmrjxCw&sa=X&oi=book_result&resnum=6&ct=result#PPA64,M1 ''Desvendando a sexualidade'', César A. Nunes]</ref>
 
Segundo [[Joseph Campbell]] os hebreus foram os primeiros a usar o termo ''pai'' para denominar o que até então era a [[Deusa Mãe]] ou ''Mãe Terra'', a religião entre os antigos que cultuava a mulher. Ainda segundo Campbell, a convenção do termo entre os hebreus teria origem nas constantes perseguições religiosas e no desterramento que isso acarretava, ocasionando a perda da identidade territorial.<ref>[http://www.culturabrasil.pro.br/tuesisso.htm ''Tu és isso'']</ref><ref>[http://books.google.com.br/books?id=PGocizBPj0EC&pg=PA63&lpg=PA63&dq=hebreus+origens+do+patriarcalismo&source=bl&ots=HlFBclvN_2&sig=sp2txiRqk-lYZIBhbR82T9msLF0&hl=pt-BR&ei=c4jTSYfXKJmEtgOBmrjxCw&sa=X&oi=book_result&resnum=6&ct=result#PPA64,M1 ''Desvendando a sexualidade'', César A. Nunes]</ref>
 
== ''Patria potestas'' ==
{{revisão|secção|data=fevereiro de 2013}}
Segundo a [[Lei das Doze Tábuas]], o ''pater familias'' tinha ''vitae necisque potestas'' - o "poder da vida e da morte" - sobre os seus filhos, a sua esposa (nalguns casos apenas), e os seus escravos, todos os quais estavam ''sub manu'', "sob sua mão". Para um escravo se tornar livre (alguém com ''status libertatis''), teria que ser libertado "da mão" do ''pater familias'', daí os termos ''manumissio'' e ''emancipatio''. Por lei, em qualquer caso, a sua palavra era absoluta e final. Se um filho não era desejado, nos tempos da República Romana, o ''pater familias'' tinha o poder de ordenar a morte da criança por exposição.{{esclarecer}}
 
O ''pater'', detinha o poder de vender os seus filhos como escravos - a lei romana providenciava, no entanto, que se um filho ou filha fosse vendida três vezes, não mais estaria sujeito à ''patria potestas''. O ''pater familias'' detinha o poder de aprovar ou rejeitar casamentos para os seus filhos e filhas, contudo um édito do Imperadorimperador [[César Augusto]] providenciou que, em caso de negação, tal não fosse feito sem ser por fortes razões.
 
Deve-se notar que os filhos do ''pater'', os ''filii familias'', podiam ser tanto filhos biológicos, como irmãos, sobrinhos e até filhos e filhas adoptivos. Na Roma Antiga, o agregado familiar era concebido como uma unidade jurídica e económica subordinada a uma única pessoa, dotada de um elevado grau de autoridade sobre todos os seus membros - de facto, a palavra latina ''familia'' (que é a origem etimológica da palavra portuguesa "família"), significava originalmente o conjunto dos ''famuli'' (servos e escravos) vivendo debaixo de um mesmo tecto. E a família era considerada a unidade social básica, ainda mais relevante que a ''[[gens]]'' (clã, casta, grupo de famílias).
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{{Referências}}
 
== Bibliografia ==
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* {{Link||2=http://penelope.uchicago.edu/Thayer/E/Roman/Texts/secondary/SMIGRA*/Patria_Potestas.html |3=George Long, "Patria Potestas", in William Smith, ''A Dictionary of Greek and Roman Antiquities'', London, John Murray, 1875, pp. 873‑875.}}
* {{1913CE|Roman Law}}
* Olga Tellegen-Couper, "A Short History of Roman Law".
{{Refend}}
 
{{DEFAULTSORT:Pater Familias}}