Teodoro Estudita: diferenças entre revisões

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== Vida ==
=== Família e infância ===
Teodoro nasceu em [[Constantinopla]] em 759,<ref name=Chis769 /> o primogênito de FoteínoFotino, um importante oficial de finanças na burocracia palaciana da capital imperial,{{notaNT|ele é descrito como "administrador da verba imperial" (''tamieias tōn basilikōn phorōn''), uma posição que parece ter sido equivalente à de [[sacelário]] imperial (''basilikos sakellarios''). Ele era, portanto, um oficial de alta patente, com acesso ao próprio imperador.{{harvref|Pratsch|1998|p=18–21}}}}, e Teoctiste, filha de uma distinta família constantinopolitana.{{notaNT|Teodoro enfatiza a alta posição dos pais de Teoctiste, Sérgio e Eufêmia, que morreram na [[epidemia]] de [[peste bubônica|peste]] de 747-48.{{harvref|Pratsch|1998|p=26–27}}}} O irmão de Teoctiste e tio de Teodoro, Platão, era também um oficial de alta patente na burocracia financeira do palácio.{{notaNT|Ele era um zigostatazigóstata (''zygostates''), posição para a qual tinha sido treinado por seu tio.{{harvref|Pratsch|1998|p=27–28}}}} A família, portanto, controlava uma parte significativa, senão toda, a administração financeira do império durante o reinado do [[imperador bizantino|imperador]] {{lknb|Constantino|V Coprônimo}} {{nwrap|r.|741|775}}.{{harvref|Pratsch|1998|p=62–63 (com a nota 175)}} Teodoro tinha dois jovens irmãos (José, que depois se tornou o arcebispo de [[Tessalônica]], e Eutímio) e uma irmã, cujo nome é desconhecido.{{harvref|Pratsch|1998|p=28–29}}.
 
Geralmente se assume que a família de Teodoro pertencia ao partido [[iconódulo]] durante o primeiro período do [[Iconoclasma]]. Não há, porém, evidências que suportem este ponto de vista e as altas posições mantidas pelos membros da família na burocracia imperial da época tornaria qualquer apoio aos iconódulos altamente improvável. Além disso, quando Platão deixou o cargo e se dedicou ao sacerdócio em 759, ele foi [[ordem (sacramento)|ordenado]] por um abade que, se não era um [[iconoclasta]] ativo, pelo menos não ofereceu resistência às políticas iconoclastas de Constantino V. A família como um todo era, muito provavelmente, indiferente à questão dos [[ícone]]s durante este período.{{harvref|Pratsch|1998|p=42–45}}
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Após a ascensão de Irene, o padre José foi expulso e Teodoro foi recebido no palácio imperial.{{harvref|Pratsch|1998|p=118}} Os monges retornaram para o Mosteiro de Sacúdio, mas foram forçados de volta para a capital entre 797 e 798 por causa de uma invasão [[árabes|árabe]] na Bitínia. Nesta época, Irene ofereceu a Teodoro a liderança do antigo [[Mosteiro de Estúdio]] em [[Constantinopla]], que ele prontamente aceitou.{{harvref|Pratsch|1998|p=120–122}} Teodoro então iniciou um programa de construção de diversas oficinas no mosteiro para garantir sua independência, construindo também uma biblioteca e um ''[[scriptorium]]'', além de restaurar e redecorar a igreja. Ele compôs uma série de poemas sobre os deveres dos vários membros da comunidade, que provavelmente estavam inscritos e expostos por todo o mosteiro.{{harvref|Pratsch|1998|p=125}}{{notaNT|Para os poemas, {{harvnb|Speck|1984|loc=''Jamben'', pp. 114-174 ([[Epigrama]]s 3-29)}}}} Ele também compôs a [[regra monástica|regra]] para governar o mosteiro{{harvref|Pratsch|1998|p=126}} e transformou a comunidade de Estúdio num centro de uma extensa rede de mosteiros dependentes, incluindo Sacúdio. Ele mantinha contato com estes outros mosteiros sobretudo através de sua prodigiosa produção literária (cartas e [[catecismo]]s), que chegaram ao auge neste período, e pelo desenvolvimento de um sistema de mensageiros que era tão elaborado que parecia um serviço postal privado.{{harvref|Pratsch|1998|p=128–133}}
 
A este período também podem ser atribuídos os [[epigrama]]s iconófilos, [[acróstico]]s [[iâmbico]]s, compostos por Teodoro para substituírem os "epigramas iconoclastas" que estavam previamente expostos no [[portãoPortão Chalke]] do [[Grande Palácio de Constantinopla]]. Já foi sugerido que eles teriam sido encomendados por Irene como outro sinal de suas boas graças para com Teodoro, embora uma comissão sob {{Lknb|Miguel|I|Rangabe}} também possa ter sido o patrono. De toda forma, eles foram removidos em 815 por {{Lknb|Leão|V, o Armênio}}, e novamente substituídos por versos iconoclastas.{{harvref|Pratsch|1998|p=122–123 (com as notas)}}
 
Em 806, o patriarca Tarásio morreu e o imperador {{Lknb|Nicéforo|I, o Logóteta}} começou a buscar um substituto.{{harvref|Pratsch|1998|p=135–136}} Parece provável que Platão tenha colocado o nome de Teodoro como uma possibilidade,{{harvref|Pratsch|1998|p=139–140}} mas [[Nicéforo I de Constantinopla|Nicéforo I]] (não o imperador), um leigo com o estatuto de [[asecreta]] na burocracia imperial, foi o escolhido.{{harvref|Pratsch|1998|p=142}} Esta escolha provocou imediatos protestos por parte dos "estuditas" (monges de Estúdio) e, principalmente, de Teodoro e Platão, que eram contra a elevação de um leigo ao trono patriarcal. Ambos foram presos por 24 dias por ordem do imperador Nicéforo.{{harvref|Pratsch|1998|p=144–145}}
 
=== Conflito com Nicéforo ===