Grande Prêmio de San Marino de 1994: diferenças entre revisões

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[[Michael Schumacher]] ganhou a corrida reiniciada. Na [[entrevista coletiva]] que seguiu a corrida, Schumacher disse que "''não podia sentir-se satisfeito, não podia sentir-se feliz''" com a vitória depois dos eventos ocorridos durante o fim de semana. [[Nicola Larini]] marcou os primeiros pontos de sua carreira quando alcançou o pódio terminando na segunda posição. [[Mika Häkkinen]] terminou em terceiro.
 
O fim de semana é lembrado por ter sido um dos momentos mais trágicos do [[automobilismo]] e do esporte em geral. A partir deste grande prêmio, a Fórmula 1 sofreu muitas modificações com o intuito de aumentar a segurança tanto dos pilotos quanto dos espectadores. Desde a corrida, foram feitas numerosas mudanças no regulamento para reduzir a velocidade de um Fórmula 1 e novos circuitos, como o [[Circuito Internacional do Bahrain]], incorporaram grandes áreas de escape para reduzir a velocidade dos carros antes que eles colidissem com um muro. Senna teve um [[funeral de Estado]] no seu país de origem, [[Brasil]], onde cerca de 500 mil pessoas foram às ruas para assistir a passagem do caixão. [[Procurador]]es italianos acusaram seis pessoas de homicídio com relação à morte de Senna, todas as quais absolvidas posteriormente. O caso levou mais de onze anos para ser concluído, devido a um [[recurso (direito)|recurso]] e um novo julgamento na sequência do original não culpado o [[veredicto]].
 
== Relatório ==
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A sessão foi parada e os quarenta minutos restantes foram então cancelados. Mais tarde, no hospital, foi anunciado que Ratzenberger faleceu como resultado das múltiplas lesões sofridas. Sua morte marcou a primeira fatalidade de uma corrida de fim de semana na Fórmula 1 desde o [[Grande Prêmio do Canadá de 1982 (Fórmula 1)|Grande Prêmio do Canadá de 1982]], quando [[Riccardo Paletti]] veio a falecer após uma colisão durante a largada. Havia ainda oito anos desde que [[Elio de Angelis]] morreu testando um carro da [[Brabham]] no [[Paul Ricard Circuit|Circuito de Paul Ricard]]. [[Sid Watkins]], então chefe do time médico da F-1, recordava em suas memórias a reação de [[Ayrton Senna]] com as notícias, declarando que "''Ayrton caiu em meu ombro a chorar''".<ref>{{Referência a livro |autor=Maurice Hamilton |título=Frank Williams |subtítulo=The Inside Story of the Man Behind Williams-Renault |local=Londres |editora=Macmillan |ano=1998 |páginas=292 |id = ISBN 0-333-71716-3}}</ref> Watkins, então, tentou persuadir Senna para que não corresse no dia seguinte, questionando-o: "''O que vai fazer agora? Você foi o campeão mundial três vezes, você é obviamente o piloto mais rápido. Deixe e vamos pescar''", mas Ayrton foi insistente, dizendo: "''Sid, há certas coisas das quais nós não temos nenhum controle. Eu não posso deixar, eu tenho que ir adiante''".
 
Senna classificou-se na ''pole -position'', à frente do líder do campeonato, [[Michael Schumacher]]. [[Gerhard Berger]], ex-companheiro de equipe e amigo do brasileiro, classificou-se em terceiro, e o companheiro de equipe de Senna, Damon Hill, começou na quarta posição. Um tempo marcado por Ratzenberger antes do acidente fatal teria sido suficiente para entrar no grid de largada a partir da 26ª e última posição.
 
=== Corrida ===
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No domingo, pela terceira vez nas três primeiras corridas do ano, Ayrton Senna largava na pole position, seguido do alemão Michael Schumacher (Benetton-Ford), segundo no grid de largada. Na manhã, durante o habitual ''briefing'' dos pilotos, Senna fez duras críticas à pista. Estava contrariado com a ausência de Rubens Barrichello na corrida, causada pelo forte acidente de sexta-feira, e ainda chocado com a tragédia que matou Ratzenberger no sábado. Mesmo assim, levou consigo uma [[bandeira da Áustria]] com a qual ele homenagearia Ratzenberger caso vencesse.
 
No começo da corrida, o finlandês [[Jyrki Järvilehto|J.J. Lehto]] não conseguiu largar com sua [[Benetton Formula|Benetton]] e ficou parado no grid na quinta posição. O português [[Pedro Lamy]] ([[Team Lotus|Lotus]]-[[Mugen Motorsports|Mugen-Honda]]), que largou na vigésima-segunda posição, tinha sua visão bloqueada por outros carros e não o percebeu, acertando em cheio a traseira do Benetton-Ford. Partes da carenagem do carro e pneus voaram pelo ar contra a cerca de segurança projetada para proteger os espectadores no grid de largada. Porém, nove pessoas sofreram ferimentos leves após um dos pneus ultrapassar a cerca.<ref name="Times tragic">{{citar notícia|título=A tragic weekend |url=http://www.timesonline.co.uk/article/0,,12771-1079325,00.html |obra=The Times |publicado=News International |língua=inglês |data=19 de abril de 2004 |acessodata=6 de junho de 2009}}</ref>
 
[[Ficheiro:1994Williams-RenaultFW16B.jpg|thumb|right|Foto de uma [[Williams FW16]], que [[Senna]] pilotava durante o acidente de Ímola.]]
 
O acidente resultou na entrada do ''safety car'' na pista para que os carros mantivessem a posição em velocidade reduzida, enquanto os fiscais retiravam os destroços dos carros acidentados e limpavam a pista que havia ficado suja de óleo. Durante este período, como resultado de correr a velocidades mais lentas, a temperatura dos pneus baixou. Na reunião dos pilotos antes da corrida, Senna, junto com [[Gerhard Berger]], manifestou preocupação com o fato de o carro de segurança não ser bastante rápido para manter a temperatura dos pneus alta.
 
Na quinta volta, o ''safety car'' vai aos boxes e a corrida recomeça. Senna larga bem, mantém a ponta e vai se distanciando em relação a Schumacher. Na sétima volta, a direção do Williams não obedece ao seu comando e vai direto contra o muro da curva ''[[Tamburello]]'' a 210 [[km/h]] (130 [[mph]]),<ref>{{citar web|url=http://www.grandprix.com/ns/ns00033.html|título=Senna - steering failure?|publicado=Inside F1|língua=inglês|data=27 de fevereiro de 1995|acessodata=07 de junho de 2009}}</ref> a mesma que [[Nelson Piquet]] sofreu um acidente nos treinamentos de [[1987]] pela [[Williams F1|Williams]] e Gerhard Berger no ínício da corrida em [[1989]] pela [[Scuderia Ferrari|Ferrari]].
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==== A segunda largada ====
Os resultados da corrida reiniciada seriam determinados pelos resultados agregados da primeira e segunda corrida abortada. No reinício, Gerhard Berger assumiu a liderança na pista, mas Schumacher conduziu toda a corrida devido à quantia de tempo que ele estava à frente de Berger antes da corrida ter sido interrompida. ''Schummy'' assumiu a liderança na pista na volta 12, e quatro voltas depois, Berger se retirou da corrida com problemas na suspensão. Larini assumiu a liderança brevemente quando Schumacher entrou para os boxes, mas a ordem foi restabelecida quando Larinio italiano teve sua própria parada nos boxes.<ref>{{citar web |url=http://www.grandprix.com/gpe/rr551.html |título=Grand Prix Results: San Marino GP, 1994 |acessodata=6 de junho de 2009 |língua=inglês |obra=GP Encyclopedia |publicado=www.grandprix.com}}</ref>
 
DezA dez voltas para o fim da corrida, a roda traseira direita da [[Minardi]] de [[Michele Alboreto]] se soltou do eixo quando deixava os boxes, golpeando dois mecânicos da sua ex-equipe, a [[Scuderia Ferrari|Ferrari]], e dois mecânicos da Lotus, que foram levados para o hospital precisando de tratamentos.<ref>{{cite video | people = Rider, Steve (Presenter) |year=1994 |title=San Marino Grand Prix | medium = Television |location=London, United Kingdom |publisher=BBC}}</ref>
 
Michael Schumacher ganhou a corrida à frente de Nicola Larini e Mika Häkkinen, dando a ele um máximo de trinta pontos depois de três provas disputadas na temporada de 1994. Foi o único pódio da carreira de Larini, e a primeira de apenas duas ocasiões em que ele marcou pontos em campeonatos mundiais. Na cerimônia do pódio, por respeito a Roland Ratzenberger e Ayrton Senna, nenhum [[champanhe (vinho)|champanhe]] foi estourado.