Gargântua e Pantagruel: diferenças entre revisões

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Após o sucesso de ''Pantagruel'', Rabelais revisou seu material original e produziu uma narrativa aprimorada da vida e feitos do pai de Pantagruel n''''''A vida mui horrífica do grande Gargântua, pai de Pantagruel''''' (em francês, ''La vie très horrifique du grand Gargantua, père de Pantagruel''), mais conhecida pelo nome abreviado de '''''Gargântua'''''. Este volume começa com o nascimento miraculoso de Gargântua após uma gestação de onze meses. O parto é tão difícil que sua mãe ameaça castrar seu pai, o Sr. Grandgousier. O gigante Gargântua nasce pedindo cerveja, com uma ereção de várias jardas de comprimento<sup>[''carece de fontes'']</sup>, fato que proporciona muita diversão às suas aias em capítulos futuros. Depois de uma educação indiferente em casa, ele é enviado para Paris, onde as multidões o irritam tanto que ele afoga milhares de civis numa enchente de urina (os sobreviventes riem tanto que a cidade é renomeada "Par Ris", que significa "para rir" em francês). Ele rouba os sinos de Santo Antônio, mas os devolve depois de um sofista fazer apelos ridiculamente egocêntricos para o seu regresso. Enquanto ele estuda diligentemente em Paris, os padeiros do vizinho Sr. Picrochole insultam os viticultores de Grandgousier, e consequentemente são atacados por eles. Um ataque maciço de retaliação contra as terras de Grandgousier finalmente é parado em Sevilha pelo impiedoso Frei João. Grandgousier clama pela paz, mas Picrochole rechaça suas tentativas. Gargântua e o Frei João reúnem as tropas e (depois de Gargantua quase engolir seis peregrinos que haviam caído acidentalmente em sua salada) vencem uma grande batalha, fazem Picrochole recuar para a sua cidade e o derrubam. Como recompensa, o Frei João recebe fundos para estabelecer a "anti-igreja" conhecida como a Abadia de Telema, que se tornou uma das parábolas mais notáveis da filosofia ocidental. Pode ser considerada uma crítica às práticas educacionais da época, um clamor pela escolaridade gratuita, ou uma defesa de todos os tipos de noções sobre a natureza humana.
 
=== ''O Terceiro livroLivro'' ===
 
Rabelais voltou à história do próprio Pantagruel nos três últimos livros. N''''''O Terceiro Livro de Pantagruel''''' (em francês, ''Le tiers-livre de Pantagruel''; com o título original de ''Le tiers livre des faicts et dicts héroïques du bon Pantagruel''<sup>[4]</sup>), o estilo narrativo torna-se uma paródia do debate filosófico, onde o grosseiro Panurgo tem a última palavra. Ele sermona contra as restrições morais e a favor da dívida, mas aceita a oferta de Pantagruel de pagar todos os seus credores. Vendo-se financialmente estável pela primeira vez, Panurgo deixa sua braguilha de lado e procura conselhos sobre com quem deve se casar. Vários augúrios (abrir um livro de Virgílio numa página aleatória, induzir um sonho profético por meio de jejum) e conselheiros (uma [[Sibila]] de Panzoust, o mudo Nariz-de-Cabra, o velho poeta Raminagrobis, Frei João, um grupo de sábios doutores e advogados e um tolo) todos concordam que, se ele se casar, sua esposa irá traí-lo, bater nele e roubá-lo; mas ele interpreta suas profecias numa luz mais favorável. Num breve interlúdio, Pantagruel defende o juiz Brindlegoose, que tem pronunciado sentenças baseando-se no lançar de dados por 40 years, com o argumento de que ele é um velho idiota e que portanto é favorecido pela [[Fortuna (mitologia)|Fortuna]]. Como uma última tentativa de resolver a questão do casamento, Pantagruel e Panurgo fazem uma viagem pelos mares para consultar o [[Oráculo]] de Bacbuc (a "garrafa divina"). Seu navio está bem provido da erva fálica conhecida como Pantagruelião, à qual Rabelais dá uma história natural irreverente.
O terceiro livro (''Le tiers livre des faicts et dicts héroïques du bon Pantagruel'') foi publicado em [[1546]].
 
=== ''O Quarto livroLivro'' ===
 
A viagem continua n''''''O Quarto Livro de Pantagruel''''' (em francês, ''Le quart-livre de Pantagruel''; com o título original de ''Le quart livre des faicts et dicts héroïques du bon Pantagruel''<sup>[4]</sup>). O livro pode ser visto como uma releitura cômica da [[Odisseia]], ou da história de [[Jasão|Jasão e os Argonautas]]. No ''Quarto Livro'', talvez o mais satírico, Rabelais critica o que entende como a arrogância e opulência da Igreja Católica, das figuras políticas da época e superstições populares, e ele aborda várias questões religiosas, políticas , linguísticas e filosóficas.
O quarto livro (''Le quart livre des faicts et dicts héroïques du bon Pantagruel'') foi publicado em [[1552]].
 
O grupo vai à Ásia Oriental e compra muitos animais exóticos. Panurgo briga com o comerciante de ovelhas Dingdong, e vinga-se dele afogando a ele e seu rebanho. Eles passam pelas ilhas dos Meirinhos, cujos camponeses cobram para os outros baterem neles. Durante uma terrível tempestade, Panurgo está paralisado de medo, mas finge bravura depois. Após matarem um monstro marinho e serem informados da morte do gigante Lent, eles chegam à Ilha Selvagem, cujos habitantes homens-salsichas confundem Pantagruel com seu inimigo Lent, e o atacam. A batalha é interrompida por um porco divino voador, que defeca mostarda no campo de batalha. Eles vão a Ruach, cujo povo se alimenta de ar, a uma terra estéril onde um camponês e sua esposa enganam o diabo, e à arrogantemente católica Papimania, onde o povo venera o Papa e seus decretos. Após passarem por uma nuvem de palavras e sons congelados, chegam a uma ilha que venera Gáster, o deus da comida. O livro termina quando Pantagruel dispara uma saudação na ilha das [[Musa|Musas]], e Panurgo se borra de susto por causa do som, e de medo do "gato célebre Rodilardo".
 
=== Quinto livro ===