Memórias de um Sargento de Milícias: diferenças entre revisões

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'''Memórias de um sargento de milícias''' é um livro de [[1852]], escrito por [[Manuel Antônio de Almeida]].
 
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Em ''Memórias de um sargento de milícias'', os personagens são planos, ou seja, eles não mudam seu comportamento no desenrolar da história. Por exemplo, como pode ser visto nesse trecho: "Um grito de espanto, acompanhado de uma gargalhada estrondosa dos granadeiros, interrompeu o major. Descoberta a cara do morto, reconheceu-se ser ele o nosso amigo Leonardo!..." (pág. 124) Este trecho mostra Leonardo zombando de seu próprio chefe, o major Vidigal. Ou seja , Leonardo, mesmo depois de adulto, continua sendo travesso, malandro e outras características que ele mantém desde de criança.
 
Os personagens se destacam apenas por traços gerais e comuns ao grupo que pertencem. É tão exagerada, que as personagens muitas vezes não são tratadas por seus nomes, e sim por seu tipo, ou profissão: toma-largura, comadre, parteira, barbeiro, primo. Neste trecho ele descreve a comadre, e em nenhum momento do livro o autor fala o seu nome: "Era a comadre uma mulher baixa, excessivamente gorda, bonachona, ingênua ou tola até um certo ponto, e finória até outro; vivia do ofício de parteira, que adotara por curiosidade, e benzia de quebranto; todos a conheciam por muito beata e pela mais desabrida papa-missas da cidade." (pág. 35)
 
==Espaço==
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==Foco narrativo==
A narrativa é feita em terceira pessoa, pois fica mais interessante para o leitor e para o escritor usar esse tipo de narrativa para seus comentários, além de poder mostrar mais as personalidades das personagens. Contudo, o autor sempre retrata as falas de seus personagens, que serve para mostrar como era a linguagem usada pelas personagens, além de mostrar como os personagem agiam entre si. Esse tipotipos de narrativa faz com que o texto fique mais interessante, pois ficamfica em evidênciaevidente as ironias usadasusada pelo narrador.
 
No trecho que se segue, pode ser observar como o autor aproxima as falas de seus personagens das expressões usadas na época, em uma linguagem extremamente coloquial: " — Já... já... senhora intrometida com a vida alheia... já sabe o padre-nosso, e eu o faço rezar todas as noites um pelo seu defunto marido que está a esta hora dando coices no inferno!..." (pág. 45)
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==Movimento literário==
A obra ''Memorias de um sargento de milícias'' é uma obra romântica, que conseqüentemente apresenta tais características, como a visão subjetiva da dama inspirada e a vitória do primeiro amor, o amor verdadeiro, sobre as paixões mundanas. A obra, porém, é um romance urbano, que desenvolveu temas ligados a vida social. Apesar de ser um romance, a história, porém, não apresenta os exageros sentimentais comuns a maioria das obras românticas.
Fazendo o uso da ironia, o autor deixa perceber que sua intenção era divertir o leitor com os problemas sociais de sua época (''ridendo castigat mores'').
 
Apesar do livro abandonar a linguagem metafórica e a mulher e o amor não serem idealizados, como em outros romances da estética, pertencence ao [[Romantismo]]. Mesmo que em certas partes ele chegue a ironiza-loironizar o Romantismo. Por exemplo, no trecho: "tratava-se de uma cigana; o Leonardo a vira pouco tempo depois da fuga da Maria, e das cinzas ainda quentes de um amor mal pago nascera outro que também não foi a este respeito melhor aquinhoado; mas o homem era romântico, como se diz hoje, e babão, como se dizia naquele tempo" (pág. 28). Ele é considerado um Romantismo atípico.
 
A vitória do primeiro amor e o final feliz de Luizinha e Leonardo confirmam que o romance pertence ao Romantismo. Pode-se ver como amor transforma a vida de Luisinha, e ilumina a sua vida triste, uma característica romântica: "Desde o dia em que Leonardo fizera a sua declaração amorosa, uma mudança notável se começou a operar em Luizinha, a cada hora se tornava mais sensível a diferença tanto do seu físico como do seu moral. Seus contornos começavam a arredondar-se; seus braços, até ali finos e sempre caídos, engrossavam-se e tornavam-se mais ágeis; suas faces magras e pálidas, enchiam-se e tomavam essa cor que só sabe ter o rosto da mulher em certa época da vida; a cabeça, que trazia habitualmente baixa, erguia-se agora graciosamente; os olhos, até aqui amortecidos, começavam a despedir lampejos brilhantes; falava, movia-se, agitava-se. A ordem de suas idéias alterava-se também; o seu mundo interior, até então acanhado, estreito, escuro, despovoado, começava a alargar os horizontes, a iluminar-se, a povoar-se de milhões de imagens, ora amenas, ora melancólicas, sempre porém belas." (pág. 83)
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Ao contrário do que muitos dizem, a obra não é pré-Realista, uma vez que não apresenta uma análise científica dos fatos ou quaisquer outras características realistas. Pode-se dizer que, por conter características como a linguagem mais simplificada e a representação do cotidiano, o livro antecipa o [[Modernismo]], que é uma continuação do Romantismo.
 
==Conclusões==
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Nota-se que apesar de romântico, ao longo da trama vários aspectos do movimento são criticados, e diversas vezes satirizados. O livro foge à diversas características do estilo romântico, o relacionamento amoroso não é idealizado, Leonardo não se mostra corajoso e íntegro, como nos padrões do herói romântico. Mostra-se vagabundo, irresponsável, um anti-herói. Ele não é um vilão, mas não representa um modelo de comportamento; é uma pessoa comum. O final da história é como em todos os outros contos românticos: Leonardo e Luizinha se casam e vivem felizes para sempre.
 
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[[Categoria:Livros do Brasil]]
[[Categoria:Livros de 1852]]
[[Categoria:Romances]]'']]]]]]</math></math>]]]]'''</nowiki></math>]]]] ==]]]'''''