Frederico III da Alemanha: diferenças entre revisões

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[[Ficheiro:Oskar Begas Kronprinz Friedrich Wilhelm von Preußen 1867.jpg|thumb|Frederico em 1867 como major-general, por Oscar Begas.]]
Frederico lutou em guerras contra a [[Dinamarca]], [[Império Austríaco|Áustria]] e [[Terceira República Francesa|França]]. Apesar de ter sido contra ações militares em todos os casos, uma vez em guerra ele apoiou totalmente o exército prussiano e assumiu posições de comando. Já que não tinha nenhuma influência política, era a chance que tinha de provar-se.<ref name="oster" /> Frederico passou por seu primeiro combate na [[Guerra dos Ducados do Elba]]. Nomeado para supervisionar o marechal de campo [[Friedrich von Wrangel]], o supremo comandante da [[Confederação Germânica]], o príncipe herdeiro diplomaticamente lidou com as disputas entre Wrangel e outros oficiais. Os prussianos e seus aliados austríacos derrotaram os dinamarqueses e conquistaram a parte sul da [[Jutlândia]], porém depois da guerra eles passaram dois anos em negociações políticas para assumir a liderança dos estados germânicos. Isso acabou culminando na [[Guerra Austro-Prussiana]]. Frederico "foi o único membro do Conselho da Coroa Prussiana a defender os direitos do [[Frederico VIII de Schleswig-Holstein|Duque de Augustenberg]] e se opor à ideia de guerra contra a Áustria que ele descrevia como ''fratricídio''". Apesar de ser a favor da unificação e restauração do império medieval, "Fritz não conseguia aceitar que a guerra era o jeito certo de unificar a Alemanha".<ref>{{harvnb|Balfour|1964|pp=67-68}} </ref> Entretanto, ele aceitou o comando de um dos três exércitos prussianos assim que irrompeu a guerra contra a Áustria, tendo o general Leonhard Graf von Blumenthal como seu chefe de estado. A chegada oportuna de seu II Exército foi crucial para a vitória prussiana em 1866 na decisiva [[Batalha de Königgrätz]], que encerrou a guerra favoravelmente à Prússia.<ref>{{citar livro|autor=Lord, John|título=Beacon Lights of History Volume X|local=Montana|editora=Kessinger Publishing|ano=2004|página=125|isbn=978-1-4191-0920-1 }} </ref> Guilherme condecorou Frederico após a batalha com a Ordem [[Pour le Mérite]] por sua bravura pessoal no campo e liderança do II Exército.<ref>{{harvnb|Kollander|1995|p=79}} </ref> Mesmo assim, o derramamento de sangue o deixou muito consternado.<ref name="oster" /> Frederico escreveu à esposa alguns dias antes de Königgrätz, expressando suas esperanças de que essa seria a última guerra em que teria de lutar. Ele escreveu a Vitória novamente no terceiro dia de batalha: "Quem sabe se não tenhamos de travar uma terceira guerra a fim de manter o que já ganhamos?"<ref>{{harvnb|Pakula|1995|p=98}} </ref>
 
Quatro anos depois Frederico voltou ao combate, desta vez em 1870 na [[Guerra franco-prussiana|Guerra Franco-Prussiana]], em que ele se juntou novamente com Blumenthal e comandou o III Exército, que consistia em tropas vindas dos estados germânicos do sul.<ref>{{citar livro|autor=Howard, Michael|título=The Franco-Prussian War: The German Invasion of France, 1870-1871|local=Londres|editora=Routledge|ano=2001|página=60|isbn=978-0-415-26671-0 }} </ref><ref name="kollander92">{{harvnb|Kollander|1995|p=92}} </ref> Ele foi elogiado por sua liderança depois de derrotar os franceses nas batalhas de Wissembourg e Wörth,<ref name="kollander92" /> tendo mais sucessos na [[Batalha de Sedan]] e durante o Cerco de Paris. O tratamento humano que dava a seus inimigos lhe valeu o respeito e elogios de observadores neutros.<ref name="kollander109">{{harvnb|Kollander|1995|p=109}} </ref> Após a Batalha de Wörth, um jornalista de Londres testemunhou as muitas visitas do príncipe herdeiro a soldados prussianos feridos e elogiou suas ações, exaltando o amor e respeito que os soldados tinham por Frederico. Ele afirmou a dois jornalistas de Paris após sua vitória que "Eu não gosto de guerra, cavalheiros. Se eu vier a reinar nunca farei isso".<ref>''[[The Illustrated London News]]'' </ref> Um jornalista francês comentou que "o príncipe herdeiro deixou incontáveis rastros de bondade e humanidade na terra contra a qual lutou". Por seu comportamento e realizações, o ''[[The Times]]'' escreveu em julho de 1871 um tributo a Frederico, afirmando que "o príncipe ganhou tanta honra por sua gentileza quanto por suas proezas na guerra".<ref name="kollander109" />
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[[Ficheiro:Post mortem portrait of Kaiser Frederick III.jpg|thumb|left|Frederico no seu leito de morte em 16 de junho de 1888.]]
Mesmo com sua doença, Frederico fez seu melhor para realizar suas obrigações como imperador. Imediatamente depois do anúncio de sua ascensão, ele retirou a fita e estrela da Ordem da Águia Negra de seu casaco e as colocou no vestido de sua esposa; ele estava determinado a honrar a posição dela como imperatriz.<ref>{{harvnb|Van der Kiste|1981|p=193}} </ref> Como imperador, ele oficialmente recebeu a rainha Vitória do Reino Unido e o rei [[Óscar II da Suécia|Óscar II da Suécia e Noruega]], também comparecendo ao casamento de seu filho Henrique com a princesa [[Irene de Hesse|Irene de Hesse e Reno]]. Entretanto, Frederico reinou por apenas 99 dias<ref name="kitchen">{{citar livro|autor=Kitchen, Martin|título=The Cambridge Illustrated History of Germany|local=Cambridge|editora=Cambridge University Press|ano=1996|página=214|isbn=978-0-521-45341-7 }} </ref> e não conseguiu deixar uma mudança duradoura.<ref>{{citar livro|autor=Cecil, Lamar|título=Wilhelm II: Prince and Emperor 1859-1900|local=Chapel Hill|editora=University of North Carolina Press|ano=1989|página=110|isbn=978-0-8078-1828-2 }} </ref> Um édito que ele rascunhou antes de ascender ao trono, que limitaria os poderes do chanceler e monarca sob uma constituição, nunca foi colocado em vigor,<ref name="kollander147">{{harvnb|Kollander|1995|p=147}} </ref> apesar de ter forçado Robert von Puttkamer a renunciar em 8 de junho como ministro do interior prussiano, quando evidências mostraram que ele havia interferido nas eleições para o Reichstag. O dr. Mackenzie escreveu que o imperador tinha "um sentimento quase esmagador dos deveres de seu cargo".<ref>{{harvnb|Van der Kiste|1981|p=195}} </ref> Em uma carta para Francis Napier, 10.º LordeBarão Napier, a impeatriz Vitória escreveu que "O Imperador consegue participar de seus negócios e realizar muito, mas não poder falar é, claro, o mais fatigante".<ref>{{harvnb|Van der Kiste|1981|p=196}} </ref> Frederico tinha o fervor mas não o tempo para alcançar seus desejos, lamentando em maio de 1888: "Não posso morrer ... O que pode acontecer a Alemanha?"<ref>{{harvnb|Pakula|1995|p=484}} </ref>
 
Frederico III morreu em Potsdam no dia {{dtlink|15|6|1888}}, sendo sucedido por seu filho de 29 anos [[Guilherme II da Alemanha|Guilherme II]]. Ele foi enterrado em um mausoléu ligado à Igreja da Paz em Potsdam.<ref>{{citar periódico|autor=Wanckel, Regine|data=2008|título=Evangelische Friedenskirchgemeinde Potsdam|jornal=Evkirchepotsdam }} </ref> [[William Ewart Gladstone]] o descreveu em sua morte como o "[[Frederico I da Germânia|Barbarossa]] do liberalismo alemão".<ref>{{harvnb|Kollander|1995|p=xi}} </ref> A imperatriz Vitória continuou a espalhar os pensamentos e ideais de Frederico pela Alemanha, porém não tinha mais poder dentro do governo.<ref>{{harvnb|Kollander|1995|p=179}} </ref>