Robert Koch: diferenças entre revisões

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As suas principais contribuições para a [[ciência médica]] incluem a descoberta e descrição do agente do [[carbúnculo]] e do seu ciclo, a [[etiologia]] da [[infecção]] traumática, os métodos de fixação e coloração de [[bactéria]]s para estudo no [[microscópio]] com respectiva identificação e classificação, e a descoberta, em 1882, do [[bacilo]] da [[tuberculose]] (o [[Bacilo de Koch]]) e sua responsabilização etiológica. O seu primeiro artigo sobre esta descoberta contém a primeira declaração do que veio a ser conhecido pelos [[postulados de Koch]].
 
Em 1883, descobriu - ou redescobriu, segundo alguns autores - o [[vibrio cholerae|''Vibrio cholerae'']].
 
Foi contemplado com o [[Nobel de Fisiologia ou Medicina]] de 1905.
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=== Investigação sobre o carbúnculo ===
[[Ficheiro:Niemegk5 Kochhaus.JPG|thumb|250px|right|Casa em que Robert Koch viveu no período 1868-1869.]]
O [[carbúnculo]] era, na época, prevalente entre os animais dedas [[fazenda|fazendas]] da região de Wollstein. Koch, apesar de não ter equipamentos científicos e de estar afastado inteiramente de [[biblioteca]]s e contato com outros trabalhos científicos, embarcou num estudo sobre esta [[doença]]. O [[laboratório]] dele era um apartamento de quatro salas que era a sua casa, e seus equipamentos, além do [[microscópio]] que lhe foi dado pela sua mulher, foi ele mesmo quem providenciou. Mais cedo o ''[[Bacillus anthracis]]'' tinha sido descoberto por [[Aloys Pollender]], [[Pierre Rayer,]] e [[Casimir Davaine]], e Koch se determinou a provar cientificamente que este [[bacilo]] é, de fato, a causa da doença. Ele inoculou [[camundongo]]s, através de estilhaços de [[madeira]] feitos em casa, com ''Bacillus anthracis'', isolados do [[baço]] de animais de fazendas que morreram de [[antrax]], e verificou que estes camundongos estavam morrendo pelo bacilo, enquanto que camundongos inculados ao mesmo tempo com [[sangue]] de baço de animais saudáveis não adoeceram. Isso conformouconfirmou o trabalho de outros que mostrava que a doença pode ser transmitida pelo sangue de animais infectados pelo bacilo.
 
Mas isto não satisfez Koch, ele também queria saber se o ''Bacillus anthracis'' que nunca tinha entrado em contato com nenhum tipo de animal podia causar doença. Para resolver este problema ele obteve culturas puras de bacilos, cultivando-os em humor aquoso do olho de boi. Estudando, desenhando e fotografando estas culturas, Koch registrou a multiplicação dos bacilos e anotou que, quando as condições lhes são desfavoráveis, eles produzem dentro de si mesmos [[esporo]]s arredondados os quais podem resistir às condições adversas, especialmente falta de [[oxigênio]] e que, quando as condições adequadas de vida são restauradas, os esporos dão origem aos bacilos novamente. Koch cultivou bacilos por várias gerações nestas culturas puras e mostrou que, apesar delas não terem contato com nenhum tipo de animal, eles podem assim mesmo causar [[antraz|antrax]].
 
Os resultados deste trabalho foram demonstrados por Koch a [[Ferdinand Julius Cohn|Ferdinand Cohn]], professor de [[botânica]] da [[Universidade]] de [[Breslau]], que promoveu um encontro entre seus colegas para testemunharem esta demonstração, entre os quais estava [[Julius Friedrich Cohnheim]], professor de anatomia patológica. Ambos, Cohn e Cohnheim ficaram profundamente impressionados com o trabalho de Koch e quando Cohn, em 1876, publicou o trabalho de Koch no ''Botanical Journal'' do qual ele era editor, Koch imediatamente tornou-se famoso. Ele continuou, todavia, a trabalhar em Wollstein por mais quatro anos e durante este período ele melhorou seus métodos de fixação, coloração, [[fotografia]] das bactérias e fez mais um importante trabalho no estudo de doenças nas infecções bacterianas de feridas, publicando seus resultados em 1878. Neste trabalho ele provou, como tinha feito com antrax, uma base prática e cientifica para o controle destas infecções.
 
Koch ainda estava, de qualquer modo, sem estabelecimento apropriado ou condições para o seu trabalho e não o teve até 1880, quando ele foi indicado a membro do departamento Imperial da Saúde (Imperial Health Bureau) em Berlim e foi munido, primeiro com uma sala pequena, e depois com um laboratório melhor no qual ele pôde trabalhar com Loeffer, Gaffky e outros, tanto quanto com seus assistentes. Aqui Koch continuou a aperfeiçoar os métodos bacteriológicos que ele esteve usando em Wollstein. Inventou novos métodos para cultivar culturas puras do bacilo em meios sólidos como [[batata]] e [[ágar]] mantido num tipo especial de recipiente ([[Placa de Petri]]) inventado pelo seu colega, [[Julius Richard Petri]], o qual ainda é habitualmenteamplamente usado na atualidade. Ele também desenvolveu novos métodos de coloração de bactérias os quais as deixam mais facilmente visível e ajudam a identificá-las. O resultado de todo esse trabalho foi a introdução de métodos pelos quais a bactéria patogênica pôde ser simplesmente e facilmente obtidas em culturas puras, livre de outros organismos e através dos quais elas puderam ser detectadas e identificadas. Koch também decretou as condições conhecidas como Postulados de Koch, os quais devem ser satisfeitos antes que fosse aceito que uma bactéria especifica cause uma doença em particular.
 
=== Estudo da tuberculose ===