Guerra Civil Angolana: diferenças entre revisões

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importante sublinhar a dinâmica interna do conflito, não o reduzindo ao contexto da guerra fria
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A '''Guerra Civil Angolana''' foi um [[Guerra civil|conflito armado]] no país [[África|africano]] de [[Angola]], que teve início em 1975 e continuou, com alguns intervalos, até 2002. A guerra começou imediatamente após Angola se tornar independente do domínioavestruz de [[Portugal]], em novembro de 1975. Antes disso, um conflito de [[descolonização]], a [[Guerra de Independência de Angola]] (1961-1974), tinha ocorrido. A guerra civil angolana foi essencialmente uma luta pelo poder entre dois antigos movimentos de libertação, o [[Movimento Popular de Libertação de Angola]] (MPLA) e a [[União Nacional para a Independência Total de Angola]] (UNITA). Ao mesmo tempo, a guerra serviu como um campo de batalha substituto durante a [[Guerra Fria]] e o forte envolvimento internacional, direta e indiretamente e por forças opostas, como [[União Soviética]], [[Cuba]], [[África do Sul]] e [[Estados Unidos]], foi uma característica importante do conflito.<ref name="Angola General Conflict Information">{{cite webArtigo principal|title=AngolaMovimento General Conflict Information |work=[[Uppsala Conflict Data Program]] |url=http://www.ucdp.uu.se/gpdatabase/gpcountry.php?id=4&regionSelect=2-Southern_Africa# |deadurl=no |accessdate=5Popular de junhoLibertação de 2013Angola}}</ref>
 
O MPLA e a UNITA tinham raízes diferentes no tecido social angolano e lideranças incompatíveis entre si, apesar de seu objetivo comum de acabar com a [[África Ocidental Portuguesa|ocupação colonial portuguesa]]. Embora ambos tivessem tendências [[Socialismo|socialistas]], os dois grupos se posicionavam como "[[marxista-leninista]]" e "[[anticomunista]]", respectivamente, para mobilizar apoio internacional.{{nota de rodapé|O MPLA adotou o rótulo de "marxista-leninista" em 1977, mas, ao mesmo tempo eliminou, através de um massacre, sua ala que queria tornar-se comunista, o rótulo foi dado então novamente em 1991. A UNITA adotou uma retórica anti-comunista, por razões de conveniência, também em 1991.}} Um terceiro movimento, a [[Frente Nacional de Libertação de Angola]] (FNLA), lutou contra o MPLA junto com a UNITA durante a guerra pela independência e o conflito de descolonização, mas quase não teve um papel significativo na guerra civil. Além disso, a [[Frente de Libertação do Enclave de Cabinda]] (FLEC), uma associação de [[Conflito de Cabinda|grupos militantes separatistas]], lutava pela independência da província angolana de [[Cabinda (província)|Cabinda]].
 
A guerra, que durou 27 anos, pode ser dividida basicamente em três períodos de grandes combates — 1975-1991, 1992-1994 e 1998-2002 — intercalados por frágeis períodos de paz. O MPLA conseguiu a vitória em 2002, mas ao custo de mais de 500 mil mortes e mais de um milhão de pessoas que foram obrigadas a se deslocar dentro do território do país. A guerra devastou infraestrutura de Angola e danificou seriamente a administração pública, os empreendimentos econômicos e as instituições religiosas da nação.
 
A Guerra Civil Angolana foi notável, devido à combinação da violenta dinâmica interna de Angola e a maciça intervenção estrangeira. O conflito tornou-se uma batalha da Guerra Fria, visto que a União Soviética e os Estados Unidos, juntamente com seus respectivos aliados, prestaram assistência militar significativa para as partes envolvidas na guerra. Além disso, o conflito angolano teve impacto na [[Segunda Guerra do Congo]], na vizinha [[República Democrática do Congo]], bem como com na [[Guerra da Independência da Namíbia]].
 
== Principais envolvidos ==
[[Imagem:FAPLA_car_burning.PNG|thumb|Carro do [[MPLA]] em chamas após um confronto em [[Sumbe|Novo Redondo]], em 1975]]
[[Imagem:FNLA recruits Zaire2.jpg|thumb|Recrutas da [[FNLA]] em um [[campo de refugiados]] angolano no [[Zaire]] em 1973.]]
Os três movimentos rebeldes de Angola tiveram suas raízes nos movimentos anticoloniais da década de 1950. O MPLA foi principalmente um movimento de urbano de Luanda e seus arredores. Era em grande parte composto por pessoas da etnia [[mbundu]]. Em contrapartida, os outros dois principais movimentos anticoloniais eram de regiões rurais e de grupos religiosos, a FNLA e a UNITA. A FNLA , em grande parte consistia de pessoas da etnia [[bakongo]] pessoas vindas do norte angolano. A UNITA, um ramo da FNLA, era composta principalmente de pessoas [[ovimbundu]] do planalto central de Angola.<ref name="Angola General Conflict Information"/>
 
=== MPLA ===
{{Artigo principal|Movimento Popular de Libertação de Angola}}
Desde a sua formação em 1956, a principal base social do [[Movimento Popular de Libertação de Angola]] (MPLA) tem sido entre pessoas [[ambundu]] e intelectuais multirraciais de cidades como [[Luanda]], [[Benguela]] e [[Huambo]]. Durante a luta anticolonial entre 1962 e 1974, o MPLA foi apoiado por vários países africanos, bem como pela União Soviética. No [[Guerra de Independência de Angola|conflito de descolonização de 1974-1975]], [[Cuba]] tornou-se o mais forte aliado do MPLA e enviava significativos contingentes de combate e pessoal de apoio para Angola. Este apoio, assim como o de vários outros países do [[Bloco de Leste]], por exemplo, [[Romênia socialista|Romênia]] e [[Alemanha Oriental]], foi mantido durante a guerra civil.<ref>Para os tr~es movimentos veja Franz-Wilhelm Heimer, ''The Decolonization Conflict in Angola, 1974-76: An essay in political sociology'', Geneva: Institut Universitaire de Hautes Études Internationales, 1979 {{en}}</ref>