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Ainda que a difração ocorra sempre quando as ondas em propagação encontram mudanças, seus efeitos geralmente são marcados por ondas cujo [[comprimento de onda]] é comparável às dimensões do objeto de difração. Por isso, a difração é observada mais recorrentemente nas ondas sonoras, pois são ondas com comprimento de onda grande, variando de 2cm a 20m, dimensões mais comuns em nosso mundo e perceptíveis para nós. A difração da luz, nesse sentido, torna-se extremamente mais rara de acontecer, ou perceber, tendo em vista seu pequeníssimo comprimento de onda de 555[[Nanómetro|nm]],<ref>HALLIDAY & RESNICK. 1960. Fundamentos de física, volume 4: óptica e física moderna. 9ª edição. Rio de Janeiro: LTC, 2012.</ref> embora possa ocorrer fenômenos grandiosos com [[Interferência|interferência óptica]], tais como o arco-íris.
 
Se o objeto obstrutor oferecer múltiplas fendas, poderá resultar em um padrão complexo de intensidade variável. Isso se deve à interferência, isto é, a uma sobreposição de partes diferentes de uma onda que se propaga até o observador por caminhos diferentes.[[Richard Feynman]] escreveu: ''“Ninguém nunca foi capaz de definir a diferença entre interferência e difração satisfatoriamente. É somente uma questão de linguagem, e não há diferenças físicas específicas ou importantes entre elas.”''<ref>http://en.wikipedia.org/wiki/Diffractionhttp://en.wikipedia.org/wiki/Diffraction</ref> Tem-se, entretanto, que difração é o fenômeno devido a um obstáculo, já interferência refere-se mais a uma interação entre dois ou mais fenômenos ondulatórios.
 
== História ==
Embora atualmente o fenômeno da difração seja estudado por si mesmo, antigamente seus estudos foram baseados na curiosidade em desvendar satisfatoriamente a discussão sobre a natureza ondulatória da luz.
 
Os efeitos da difração da luz foram primeiramente analisados e descritos pelo cientista italiano [[Francesco Maria Grimaldi]], que cunhou o termo "difração" (do latim ''diffringere'', 'quebrar em pedaços'), referindo-se à luz quebrando-se em diferentes direções. Seu conceito de luz era essencialmente ondulatório e explicou a difração da luz analogamente à difração de ondas na água, em que as ondas do mar quebram seu movimento regular ao encontrar um barco ancorado. Determinou também uma relação entre a densidade do meio onde a luz propaga-se e a sua velocidade.<ref>[http://plato.if.usp.br/1-2003/fmt0405d/apostila/oticacorp/node3.html apostila] Plato</ref> Os resultados das observações de Grimaldi foram publicados postumamente em 1665.<ref>https://en.wikipedia.org/wiki/Diffraction</ref>
 
Muitos outros cientistas preocuparam-se em determinar a curiosa natureza da luz, estudando, portanto, os efeitos da difração. Surgiram, no século XVII, dois pensamentos científicos distintos: a teoria corpuscular da luz, defendida por [[Isaac Newton]]; e a teoria ondulatória da luz, defendida por [[Christiaan Huygens]]. Em ambos os lados, vários cientistas apoiavam uma teoria ou outra com seus conhecimentos e constatações e acabavam refutando inteiramente os aspectos da teoria contrária, pois o conceito de partícula (corpúsculo) é totalmente diferente do conceito de onda. Uma partícula transporta matéria, uma onda não o faz; uma partícula pode se locomover no vácuo, uma onda precisa de um meio para propagar-se (era o que se pensava naquele período); uma onda atravessa obstáculos menores que seu comprimento, uma partícula não o faz.<ref>[http://www.ebah.com.br/content/ABAAAexUAAH/relatorio-difracao Difração] Ebah</ref>
 
Escolheu-se o modelo de Newton como o mais coerente por sua explicação sobre as cores e por causa de sua fama devido às suas outras realizações, ainda que a teoria ondulatória de Huygens não tenha caído no esquecimento. Após 123 anos, [[Thomas Young]] questionou várias afirmações da teoria corpuscular. As afirmações de Newton não explicavam por que a luz tinha a mesma velocidade mesmo sendo emitida por corpos diferentes e por que certos corpúsculos eram refletidos e outros refratados. Para ele, considerar a luz uma onda explicaria bem melhor esses fenômenos: as ondas luminosas poderiam, assim como as ondas do mar, anular-se umas às outras ou intensificar-se. Young utilizou desses conceitos para explicar a interferência (através do experimento da dupla fenda) e os “anéis de Newton” tão conhecidos. Entretanto, quanto ao fenômeno da difração e da dupla refração, as explicações de Young deixaram a desejar.<ref>[http://www.ebah.com.br/content/ABAAAexUAAH/relatorio-difracao relatório difração] Ebah</ref>
 
Em 1819, a [[Academia Francesa de Ciências]], dominada por partidários de Newton e disposta a provar que a teoria ondulatória estava errada, promoveu um concurso o qual premiaria o melhor trabalho sobre difração. O engenheiro francês [[Augustin-Jean Fresnel]] venceu defendendo a teoria ondulatória da luz, explicando matematicamente a propagação retilínea da luz, as leis de refração de [[René Descartes]] e a difração. Mas os newtonianos não estavam satisfeitos. Um deles, [[Siméon Denis Poisson]], chamou atenção para o "estranho fato" de que, se a teoria de Fresnel estivesse correta, as ondas luminosas convergiriam para a sombra de uma esfera ao passarem pela borda do objeto, produzindo um ponto luminoso no centro da sombra. A comissão julgadora realizou um teste e descobriu que o ''ponto claro de Fresnel'', como é chamado até hoje, realmente existia.<ref>HALLIDAY & RESNICK. 1960. Fundamentos de física, volume 4: óptica e física moderna. 9ª edição. Rio de Janeiro: LTC, 2012.</ref> Na verdade, atualmente entendemos a luz com um comportamento duplo de onda-partícula após a chegada da Física e Mecânica Quânticas, explicações trabalhadas por [[Albert Einstein]] e outros.