Frederico III da Alemanha: diferenças entre revisões

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| nome = Frederico III
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Frederico Guilherme Nicolau Carlos, chamado por sua família simplesmente de Fritz,<ref name="macdonough17">{{harvnb|MacDonogh|2003|p=17}} </ref> nasceu no [[Novo Palácio de Potsdam|Novo Palácio]], [[Potsdam]], [[Reino da Prússia|Prússia]], em {{dtlink|18|10|1831}}. Era o herdeiro da [[Casa de Hohenzollern]], governantes da Prússia, então o mais poderoso dos estados germânicos. Seu pai, o príncipe [[Guilherme I da Alemanha|Guilherme]], era o irmão mais novo do rei [[Frederico Guilherme IV da Prússia|Frederico Guilherme IV]] e, tendo crescido na tradição militar dos Hohenzollern, transformou-se em um rígido disciplinador. Guilherme apaixonou-se por sua prima Elisa Radziwiłł, uma princesa de[[Szlachta|nobreza polonesa]], porém seus pais a consideravam inapropriada como noiva de um príncipe prussiano e pressionaram por uma parceira melhor.<ref>{{harvnb|Van der Kiste|1981|p=10}} </ref> A princesa [[Augusta de Saxe-Weimar]], a mulher escolhida para ser sua esposa, cresceu na atmosfera mais intelectual e artística de [[Weimar]], que dava aos seus cidadãos uma maior participação política e limitava os poderes de seus governantes através de uma constituição;<ref name="dorpalen2">{{harvnb|Dorpalen|1948|p=2}} </ref><ref name="kollander1">{{harvnb|Kollander|1995|p=1}} </ref> Augusta era conhecida por toda [[Europa]] por suas opiniões liberais.<ref>{{harvnb|Van der Kiste|1981|p=11}} </ref> Por causa de suas diferenças intelectuais, o casal não teve um casamento feliz<ref name="dorpalen2" /><ref name="kollander1" /> e Frederico acabou crescendo em uma casa conturbada, deixando-o com memórias de uma infância solitária.<ref name="dorpalen2" /><ref name="vanderkiste12">{{harvnb|Van der Kiste|1981|p=12}} </ref> Ele tinha uma irmã, [[Luísa da Prússia|Luísa]], oito anos mais nova e muito próxima dele. Frederico também tinha boa relação com seu tio, o rei, que já foi chamado de "o romântico no trono".<ref name="oster">{{citar periódico|autor=Oster, Uwe A.|data=março de 2013|título=Friedrich III. - Der 99-Tage-Kaiser|jornal=Damals|volume=45|páginas=60–65|issn=0011-5908}} </ref>
 
Frederico cresceu durante um tumultuado período político enquanto o conceito de liberalismo na Alemanha, que evoluiu durante a década de 1840, estava ganhando apoio entusiástico e amplo.<ref name="palmowski43">{{citar livro|autor=Palmowski, Jan|título=Urban Liberalism in Imperial Germany|local=Oxford|editora=Oxford University Press|ano=1999|página=43|isbn=978-0-19-820750-4 }} </ref> Os liberais procuravam unificar a Alemanha e eram [[Monarquia constitucional|monarquistas constitucionais]] que desejavam uma constituição para garantir proteção igualitária perante a lei, a proteção da propriedade e a salvaguarda dos direitos civis básicos.<ref>{{harvnb|Sperber|1994|p=64}} </ref> No geral, os liberais queriam um governo controlado pela representação popular.<ref name="kollander1" /> Quando Frederico tinha 17 anos, esses sentimentos liberais e nacionalistas levaram a uma [[Revoluções de 1848 nos Estados alemães|série de tumultos políticos]] pelos estados germânicos e em outros lugares da Europa. Na Alemanha, o objetivo era proteger liberdades, como a [[liberdade de reunião]] e a [[liberdade de imprensa]], além da criação de um parlamento e constituição alemães.<ref name="palmowski43" /><ref>{{harvnb|Sperber|1994|p=128-129}} </ref> Apesar dasde as revoltas não terem causado nenhuma mudança duradoura, os sentimentos liberais permaneceram uma força influente nas políticas alemães e na vida de Frederico.<ref>{{harvnb|Röhl|1998|p=554}} </ref>
 
Apesar do valor que a família Hohenzollern colocava na tradicional educação militar, Augusta insistiu que seu filho também tivesse uma educação clássica.<ref name="vanderkiste12" /> De acordo, Frederico foi minuciosamente tutelado tanto nas tradições militares quanto nas [[artes liberais]]. Seu professor particular era [[Ernst Curtius]], um famoso arqueólogo.<ref name="oster" /> Era um estudante talentoso, particularmente bom em línguas estrangeiras, tornando-se fluente em [[Língua inglesa|inglês]] e [[Língua francesa|francês]], também estudando [[latim]]. Ele estudou história, geografia, física, música e religião, excedendo em ginástica; como era requerido para um príncipe prussiano, ele tornou-se um bom equitador.<ref>{{harvnb|Mueller-Bohn|1900|p=44}} </ref> Os príncipes de Hohenzollern conheciam as tradições militares de sua dinastia desde cedo; Frederico tinha dez anos quando foi comissionado como segundo-tenente no Primeiro Regimento de Guardas de Infantaria e investido com a [[Ordem da Águia Negra]]. Enquanto envelhecia, era esperado que ele se mantivesse envolvido em questões militares.<ref name="muellerbohn14">{{harvnb|Mueller-Bohn|1900|p=14}} </ref> Porém, Frederico quebrou a tradição familiar com dezoito anos ao entrar na [[Universidade de Bonn]], onde estudou história, direito e políticas públicas e governamentais. Entre 1850 e 1852, em Bonn, seus professores incluíram [[Ernst Moritz Arndt]] e Friedrich Christoph Dahlmann.<ref name="oster" /> Seu período como universitário, junto com a influência de familiares menos conservadores, foram instrumentais para que abraçasse as crenças liberais.<ref name="nichols">{{citar livro|autor=Nichols, J|título=The Year of the Three Kaisers: Bismarck and the German Succession, 1887-88|local=Chicago|editora=University of Illinois Press|ano=1987|página=7|isbn=978-0-252-01307-2 }} </ref>