Guerra Gótica (535–554): diferenças entre revisões
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m Removing Link GA template (handled by wikidata) |
trad it. |
||
Linha 23:
Com a derrota de seu último rei, [[Teia (rei)|Teia]], os ostrogodos desaparecem da história. Alguns anos depois, outros [[bárbaros]], os [[lombardos]], invadiram a Península Itálica e iniciou-se um novo ciclo histórico.
==Contexto histórico==
Em 476, [[Odoacro]], o general da trupe mercenária bárbara do exército romano do Ocidente na Itália, depôs o último imperador romano ocidental, [[Rómulo Augusto]], assumindo nominalmente o governo da Itália sob a autoridade do imperador do Oriente, [[Zenão I]], mas também governando autonomamente; durante o seu reinado, Odoacro defendeu com sucesso a Itália dos [[Visigodos]] e [[Vândalos]], recuperando Sicília. Embora contrário a Zenão, convenceu, contudo, este último a pressionar o rei dos [[Ostrogodos]], [[Teodórico]], que devastava a província [[Balcãs|balcânica]] do império, para invadir a Itália e pôr fim ao regime de Odoacro. Em 489, Teodórico invadiu a Itália com cerca de 100 000-125 000 godos dos quais 25 000 guerreiros e, após uma guerra de cinquenta anos, conquistou por completo a península, derrubando Odoacro. O reino ostrogodo na Itália era caracterizado pelos vários resultados positivos, como o restabelecimento de parte da antiga prosperidade da Itália e a conquista de vários territórios do ex-império romano do Ocidente, como [[Gália Narbonense]], [[Nórica]] e [[Panónia]]. O sistema estatal tardo-romano não foi abolido: os cargos públicos (como os administradores civis das províncias, os vigários da [[Diocleciano#Reformas|diocese]] e o [[perfeito do pretório]]) continuaram a ser exercidos pelos cidadãos romanos, embora a sua autonomia fosse limitada a um funcionário godo chamado "conte". Teodorico, apesar da sua fé [[Arianismo|ariana]], tal como o seu povo, demonstrou-se tolerante contra os seus súbditos e católicos romanos.
Após a morte de Teodórico (526), o poder foi herdado pelo seu sobrinho [[Atalarico]] sob a regência da mãe, [[Amalasunta]]; Atalarico mostrou-se também ele um entendido ainda em tenra idade, e Amalasunta foi forçada a partilhar o trono com [[Teodato]] (534).<ref>{{Harvnb|Ravegnani|2004|p=11}}</ref> Nesse ínterim (527), tinha subido ao trono do império romano do Oriente um novo e ambicioso imperador, [[Justiniano I]], que tencionava reconquistar os territórios pertencentes aos ''pars occidentis''. Terminada a paz com a [[Pérsia]] (532), Justiniano decidiu reconquistar [[África]], que acabara nas mãos dos Vândalos: a expedição, chefiada pelo general [[Belisário]], foi concluída com êxito e com a anexação da África vândala ao império. Enquanto isso, Justiniano manteve relações amistosas com Amalasunta, com quem parece ter iniciado negociações sobre a cessão de Itália ao império.<ref name=Rav12>{{Harvnb|Ravegnani|2004|p=12}}</ref> As tendências pró-bizantinas de Amalasunta foram, contudo, alvo de contestações por parte dos Godos, e em 535, Teodato, depois de concordar com a franja anti-bizantina dos Godos, organizou um golpe de estado com o qual derrubou Amalasunta e a exilou numa ilha do [[Lago Bolsena]]; que mais tarde viria a ser estrangulada por ordem de Teodato nesse mesmo ano.<ref name=Rav12/> Justiniano, aliado de Amalasunta, aproveitar-se-ia do pretexto para declarar guerra aos godos.
{{Referências}}
==Bibliografia==
* {{Citar livro|sobrenome=Ravegnani|ano=2004|nome=Giorgio|título=I Bizantini in Italia|editora=Il Mulino|local=Bolonha|ref=Harv}}
== Ver também ==
|