Guerra Gótica (535–554): diferenças entre revisões

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Enquanto isso, Justiniano manteve relações amistosas com Amalasunta, com quem parece ter iniciado negociações sobre a cessão da península ao império. As tendências pró-bizantinas de Amalasunta foram, contudo, alvo de contestações por parte da aristocracia gótica, e em 535, Teodato, depois de concordar com a franja anti-bizantina dos Godos, organizou um golpe de Estado com o qual derrubou Amalasunta e a exilou numa ilha do [[lago Bolsena]]; que mais tarde viria a ser estrangulada por ordem de Teodato nesse mesmo ano.<ref name=Ra12 /> Justiniano, aliado de Amalasunta, aproveitar-se-ia do pretexto para declarar guerra aos godos.
 
===Império romano do Oriente===
A força que invadiu o reino ostrogótico em 535 era constituída por apenas {{Fmtn|10000}} homens ({{Fmtn|4000}} [[comitatense]]s e [[Federados (Roma Antiga)|federados]], {{Fmtn|3000}} [[isáurio]]s, {{Fmtn|200}} [[búlgaros]], {{Fmtn|300}} [[Mauritânia romana|mauros]] e [[bucelários]] ao serviço de Belisário). Durante o cerco de Roma, entre 537 e 538, novos reforços chegaram a Itália, aumentando o número de soldados disponíveis de Belisário para cerca de {{Fmtn|24000}} homens, que terá diminuído com a deserção dos {{Fmtn|2000}} [[hérulos]] que se recusaram a servir os bizantinos depois da recolha em Constantinopla o seu líder Narses.<ref name = Ravv84-85>{{Harvnb|Ravegnani|2009|p=84-85}}</ref>
 
Na segunda fase do conflito, desde a chegada de Belisário, o número de soldados bizantinos na Itália tornou-se cada vez mais fraco devido às perdas sofridas às mãos do rei godo [[Totila]] e pelas deserções em massa.<ref name=Ravv85>{{Harvnb|Ravegnani|2009|p=85}}</ref> Por outro lado, o exército godo tinha-se tornado bastante numeroso, com um significativo aumento de tão somente {{Fmtn|1000}} soldados, em 540, para {{Fmtn|15000}}, em 552.<ref name=Ravv85-86>{{Harvnb|Ravegnani|2009|p=85-86}}</ref> Em 552, Justiniano, constatando que a situação na Itália estava muito crítica, destituiu Belisário e transferiu o comando para Narses, confiando-lhe um exército de cerca de {{Fmtn|20000}}-{{Fmtn|30000}} homens, com o qual o general pôde derrotar o primeiro exército de Totila (uma força de {{Fmtn|15000}} godos contra os {{Fmtn|25000}} soldados bizantinos) na [[batalha de Tagina]], na qual o rei ostrogodo foi morto. Em outubro de 553, [[Teia (rei)|Teia]], o novo rei ostrogodo, caiu numa emboscada de Narses naquela que ficou conhecida a [[batalha do Vesúvio]], pondo fim ao reinado dos godos.
 
No atinente à tática adotada sob o comando de Belisário, os bizantinos evitaram ao máximo o confronto com o inimigo em campo aberto, ao fazer uso essencialmente de guerrilhas; também cercavam e conquistavam sistematicamente todas as cidades fortificadas que encontravam no seu caminho, evitando assim o risco de deixar para trás exércitos inimigos armados.<ref>{{Harvnb|Ravegnani|2009|p=125}}</ref> A conquista das cidades costeiras (como [[Ancona]] e [[Hidrunto]]) foi essencial para garantir o aprovisionamento (através de frotas) do exército imperial, enquanto que as regiões do centro poderiam ser utilizadas para desgastar o exercito inimigo sitiado por pequenas investidas fora das muralhas.<ref>{{Harvnb|Ravegnani|2009|p=126-128}}</ref>
 
Entretanto, a estratégia do general Narses (utilizada entre 552 e 553) era diferente, e privilegiava as grandes batalhas campais de guerrilha e sítio dos centros fortificados.<ref>{{Harvnb|Ravegnani|2009|p=126}}</ref> Chegado a Itália, em 552, Narses provocou de imediato um conflito com Totila em campo aberto sem sequer ter antes sitiado qualquer cidade; mais tarde, depois de ter capturado Roma, envolveu-se numa outra grande batalha campal com Teia, derrotando o exército godo. Só depois de aniquilar o exército dos Godos nestas duas batalhas campais, Narses procedeu ao assédio das cidades que se encontravam ainda em mãos inimigas por negarem rendição.
 
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* {{Citar livro|sobrenome=Ravegnani|ano=2004|nome=Giorgio|título=I Bizantini in Italia|editora=Il Mulino|local=Bolonha|ref=Harv}}
 
* {{Citar livro|sobrenome=Ravegnani|ano=2009|nome=Giorgio|título=Soldati e guerre a Bisanzio. Il secolo di Giustiniano|editora= Il Mulino|local=Bolonha|ref=Harv}}
 
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