Claudia Roquette-Pinto: diferenças entre revisões

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'''Claudia Roquette-Pinto''' ([[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]], agosto de [[1963]]) é uma [[poetisa]] [[brasil]]eira, ficou muito famosa por seu poemas sobre sexualidade na favela, com base em estudos na arte de bokovsky.
 
Estudou tradução literária em Rio de Janeiro e dirigiu por cinco anos o jornal cultural ''Verve''. Em [[2001]] recebeu o [[Prêmio Jabuti de Literatura]] pelo livro ''Corola''. Formou-se em tradução literária pela PUC-RJ. Dirigiu, durante cinco anos, o jornal cultural Verve. Tem cinco livros de poesia publicados: Os Dias Gagos(Edição da autora, RJ,1991);  Saxífraga (Editora Salamandra, RJ, 1993);  Zona de Sombra (Editora 7 letras, RJ, 1997); Corola (Ateliê Editorial, SP, 2001 – Prêmio Jabuti de Poesia/2002) e Margem de Manobra(Editora Aeroplano, 2005).
 
Neste livro, o leitor encontrará certas marcas distintivas da poética de Claudia Roquette-Pinto: a escrita que parece querer representar a temporalidade mesma – lenta e densa- do pensamento, certa depurada educação pelos olhos, e aquela arte da composição que por meio de cortes, parênteses, travessões, variadas vozes, respirações moduladas, aliterações, rimas internas, perfaz como que uma elaborada''sintaxe'' ''total'' do poema.     
 
Entretanto, desde seu poema inicial – o antológico “sítio” -, este livro acena com a interferência de um plano que vem invadir com força uma poesia, até aqui, de tendência abstratizante. Neste poema, inesperadamente, a morte pousa sobre a cabeça de uma criança como um moribundo. Logo adiante, outro “dois pontos insólito”: uma “flor dilacerada” repete, “entre as coxas”, “o buraco da bala no peito”. Trata-se aqui, portanto, da invasão de uma realidade violenta e exterior aos domínios do pensamento e do poema (cabe aqui perguntarmos: seria essa uma tendência da poesia da década atual, de que este livro seria um dos sinais, a de abrir-se ao mundo, de recuperar certo lirismo e certo sujeito – desprovidos de toda ingenuidade -, indicando uma diferença em relação a uma poética da ''clôture'', através da qual os anos 90 deglutiam e reinventavam Cabral e os concretos?)     
 
Com efeito, esse plano traumático do real operará no livro, com relação aos demais planos que nele também surgem com força – notadamente: o erotismo, o amor – sob uma lógica de superposição e deslizamento: a “Margem de manobra” é corpo, mas corpo que se insere num real incontornável. Superposição que encontramos na própria polissemia de alguns títulos, como “Mira” e “Sítio”: deslizamento que faz com que uma cor, “Azul”, signo em princípio daquela educação depurada dos olhos, torne-se inesperadamente um genocídio por cianeto: superposição, finalmente, que atinge sua realização mais condensada em extraordinários poemas como “Na Montanha dos Macacos” e “Os dias de então”, em que se fundem pulsões de vida e de morte, uma baioneta adentra uma barriga como um pênis uma vagina, as rosas no jardim de Kinneys misturam-se ao urânio 238 que causa anomalias genéticas em várias gerações.     
 
Em meio à tal violência, produzindo o registro tensional desse livro, muitos e belos poemas de intenso erotismo – “O primeiro beijo”, “Kit e Port”, “Homem: Modo de Abrir” - onde encontramos aquelas imagens exatas (pois a poesia de Claudia é também uma poesia das sensações) como um “coração, fosforescente, no escuro”.
 
==Obras==