Charlotte Brontë: diferenças entre revisões
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'''Charlotte Brontë''' ([[21 de Abril]] de [[1816]] — [[31 de Março]] de [[1855]]) foi uma escritora e poeta inglesa, a mais velha das três irmãs Brontë que chegaram à idade adulta e cujos romances são dos mais conhecidos da literatura inglesa
== Família ==
Charlotte
== Primeiros Anos e Educação ==
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Em Agosto de 1824, Charlotte e as suas irmãs [[Emily Brontë|Emily]], Maria e Elizabeth, foram enviadas para a escola de filhas do clero em Cowan Bridge, [[Lancashire]], uma escola que descreveu em detalhe no seu romance "''Jane Eyre''" com o nome de Lowood School. Charlotte iria sempre afirmar que as fracas condições da escola afetaram permanentemente a sua saúde e desenvolvimento e apressaram a morte das suas irmãs mais velhas, Maria (nascida em 1814) e Elizabeth (nascida em 1815), que morreram de [[tuberculose]] em Junho de 1825. Pouco depois da morte das suas irmãs, o seu pai retirou as restantes filhas da escola.<ref name="Fraser, Rebecca 2008 pp. 261">Fraser, Rebecca (2008). ''Charlotte Brontë: A Writer's Life'' (2 ed.). 45 Wall Street, Suite 1021 New York, NY 10005: Pegasus Books LLC. pp. 261. ISBN 978-1-933648-88-0.</ref>
De regresso a casa, em Haworth Parsonage, uma pequena reitoria perto do cemitério de uma aldeia fria e ventosa nas colinas de Yorkshire, Charlotte passou a ser "''uma amiga maternal e guardiã das suas irmãs mais novas''"<ref>{{citar livro|nome = John|sobrenome = Cousin|título = A Short Biographical Dictionary of English Literature|ano = 1910|isbn = |editora = E.P. Dutton & Co.}}</ref>. Juntamente com os seus irmãos ainda vivos ([[Branwell Brontë|Branwell]], [[Emily Brontë|Emily]] e [[Anne Brontë|Anne]]), Charlotte começou a escrever sobre as vidas e lutas dos habitantes dos seus reinos imaginários. Charlotte e Branwell começaram a escrever histórias [[byron]]ianas sobre um país que tinham invantado chamado Angria, ao mesmo tempo que Emily e Anne começaram a escrever artigos e poemas sobre Gondal, o país que também tinham inventado. As sagas (parte das quais ainda existe nos dias de hoje em forma de manuscrito) eram elaboradas e rebuscadas e instigou-as desde a infância e adolescência com um interesse quase obsessivo que as preparou para a sua vocação literária durante a idade adulta.<ref>''Miller, Lucasta (2005). The Brontë Myth. New York: Anchor.'' p. 5</ref>
Charlotte continuou a sua educação em Roe Head, Mirfield, entre 1831 e 1832, onde conheceu as duas amigas com quem trocaria correspondência o resto da vida: Ellen Nussey e Mary Taylor.<ref name="Fraser, Rebecca 2008 pp. 261"/> Durante este período, Charlotte escreveu a novela "''The Green Dwarf''" em 1833 com o pseudónimo Wellesley. Charlotte regressou à escola, desta vez como professora, em 1835 e permaneceu nesta função até 1838. Em 1839, aceitou a primeira de muitas posições como governanta em várias famílias do Yorkshire, uma carreira que seguiu até 1841. Em termos políticos, Charlotte era conservadora, mas promovia a ideia de tolerância em vez de revolução. Tinha princípios morais muito fortes e, apesar da sua timidez, estava sempre pronta para defender os seus princípios.<ref>"''Michele Roberts on Charlotte Bronte, the gourmet''". New Statesman. UK. 5 May 2003. Retrieved 13 de Janeiro de 2011.</ref>
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== Bruxelas ==
Em 1842, Charlotte e Emily viajaram para [[Bruxelas]] para trabalhar num internato dirigido por [[Constantin Héger]] e pela sua esposa Claire Zoé Parent Heger. Em troca de alimentação e educação, Charlotte ensinava inglês e Emily música. A sua estadia no internato foi encurtada pela morte súbita da sua tia Elizabeth Branwell de [[obstrução intestinal]] em Outubro de 1842. Charlotte regressou sozinha a Bruxelas em Janeiro de 1843 depois de aceitar um posto como professora no internato. A sua segunda estadia não foi feliz. Começou a sentir-se sozinha, com saudades de casa e começou a apaixonar-se por Constantin Heger. Acabou por regressar a Haworth em Janeiro de 1844 e mais tarde usou partes da sua experiência no internato para escrever
==
[[Ficheiro:CharlotteBrontePortrait.jpg|thumb|right|200px|Charlotte por J. H. Thompson.]]
Em Maio de 1846, Charlotte, Emily e Anne publicaram uma colecção de poemas em conjunto com os
{{quote1|Não gostávamos da ideia de chamar a atenção, por isso escondemos os nossos nomes por detrás dos de Currer, Ellis e Acton Bell. A escolha ambígua foi ditada por uma espécie de escrúpulo criterioso segundo o qual assumimos nomes cristãos, claramente masculinos, já que que não gostamos de nos declarar mulheres, uma vez que naquela altura suspeitávamos que a nossa maneira de escrever e o nosso pensamento não eram aqueles que se podem considerar 'femininos'. Tínhamos a vaga impressão de que as escritoras são por vezes olhadas com preconceito e tínhamos reparado como os críticos por vezes as castigam com a arma da personalidade e as recompensam com lisonjas que, na verdade, não são elogios.}}<ref>"Aviso Biográfico de Ellis e Acton Bell", do prefácio da edição de 1910 de "O Monte dos Vendavais".</ref>
De
O irmão de Charlotte, Branwell, o único varão da família, morreu de [[
James (ed.) ''The Oxford
Book of Literary Anecdotes'' ISBN
0-19-812139-3.</ref></blockquote>
=== Obras ===
▲{{quote2|(...) entraram dois cavalheiros à frente de uma senhora pequena, delicada e séria, com cabelo loiro liso e olhos firmes. Teria pouco mais de trinta anos e usava um vestido barège com um padrão de verde-musgo esbatido. Entrou de luvas, em silêncio, séio e os nossos corações batiam loucos de antecipação. Era então esta a escritora, o poder desconhecido cujos livros puseram toda Londres a falar, a ler, a especular; algumas pessoas dizem até que foi o nosso pai quem escreveu os livros, aqueles livros maravilhosos (...). O momento é tão ofegante que o jantar chega com um alivio para a solenidade da ocasião e todos sorrimos quando o meu pai lhe oferece o braço (...), porque, apesar de ser um génio, Miss Brontë mal lhe chega ao cotovelo. A minha impressão pessoal é de que ela é um pouco séria e severa, especialmente para as meninas que querem conversar (...). Todos esperaram pela conversa brilhante que nunca chegou. Miss Brontë retirou-se para o sofá no escritório e murmurava uma palavra de vez em quando à nossa gentil governanta (...) a conversa começou a tornar-se cada vez mais indistinta, as senhoras à volta dela ainda estavam expectantes, o meu pai estava demasiado perturbado pela melancolia e pelo silêncio para conseguir lidar com o que estava a acontecer (...) depois de Miss Brontë se ter ido embora, fiquei surpreendida quando vi o meu pai a abrir a porta de entrada com o chapéu posto. Levou um dedo aos lábios e saiu para a escoridão, fechando a porta silenciosamente atrás de si (...) muito depois (...) Mrs. Procter perguntou-me se sabia o que tinha acontecido (...). Foi um dos serões mais aborrecidos que [Mrs. Procter] tinha passado em toda a sua vida (...) as senhoras que tinham vindo à espera de ter uma conversa agradável, e a melancolia, e o constrangimento, e como o meu pai, muito perturbado com a situação, tinha deixado a sala e a casa silenciosamente para ir para o seu clube.}}
==== Juvenilia ====
* ''The Young Men's Magazine, Number 1 – 3'' (August 1830)
* ''The Spell''
* ''The Secret''
* ''Lily Hart''
* ''The Foundling''
* ''The Green Dwarf''
* ''My Angria and the Angrians''
* ''Albion and Marina''
* ''Tales of the Islanders''
* ''Tales of Angria'' (escrito entre 1838–1839 – uma coleção de escritos de sua infância e juventude, incluindo cinco pequenas novelas)
** Mina Laury
** Stancliffe's Hotel
** The Duke of Zamorna
** Henry Hastings
** Caroline Vernon
** The Roe Head Journal Fragments ''The Green Dwarf, A Tale of the Perfect Tense,'' escrito em 1833 sob o pseudônimo Lord Charles Albert Florian Wellesley. Ele mostra a influência de Walter Scott nas obras de Charlotte Brontë, e as modificações em seu estilo gótico inicial levaram Christine Alexander a comentar que, na obra, "fica claro como Brontë estava ficando cansada do modo gótico ''per se".''<ref>Alexander, Christine (March 1993). "'That Kingdom of Gloo': Charlotte Brontë, the Annuals and the Gothic". ''Nineteenth-Century Literature'' '''47''' (4): 409–436.</ref>
==== Romances ====
* ''[[Jane Eyre]]'' (1847)
* ''Shirley'' (1849)
* ''[[Villette (livro)|Villette]]'' (1853)
* ''O Professor'', escrito antes de ''Jane Eyre'' e enviado primeiramente junto com ''O Morro dos Ventos Uivantes'' e ''Agnes Grey'', e depois separadamente; rejeitado por muitas editoras, foi publicado postumamente em 1857.
* ''Emma'', não finalizado; Charlotte Brontë escreveu apenas vinte páginas do manuscrito, que foi também publicado após sua morte, em 1860. Nas duas últimas décadas, surgiram ao menos duas continuações desses fragmentos:
** ''Emma'', por "Charlotte Brontë and Another Lady", publicado em 1980; apesar de ter sido atribuído a Elizabeth Goudge<ref>"Review of Emma Brown by Charlotte Cory". ''The Independent''. 13 September 2003. Archived from the original on 19 September 2011. Retrieved 12 June 2013.</ref>, a real autora é Constance Savery.<ref>"Constance Savery, Life and Works". www.constancesavery.com. Retrieved 12 June 2013.; see for example Publishers of Savery's Adult Novels</ref>
** ''Emma Brown'', de Clare Boylan, publicado em 2003.
==== Poesia ====
* ''Poems by Currer, Ellis, and Acton Bell'' (1846)
== Doença e Morte ==
[[Ficheiro:CharlotteBronte.jpg|thumb|left|200px|Charlotte no ano da sua morte.]]
Em Junho de 1854, Charlotte casou-se com Arthur Bell Nicholls, o coadjutor do pai, e, segundo muitos intelectuais, a pessoa que inspirou personagens como Rochester e St. John em
"''The Life of Charlotte Brontë''", uma biografia publicada por Gaskell após a sua morte, foi o primeiro de muitos trabalhos biográficos publicados sobre a sua vida. Apesar de ser honesto em algumas partes, Gaskell também escondeu pormenores sobre a paixão de Charlotte por Héger, um homem casado, por ser um escândalo para a moral da época e por poder ser um choque para os amigos e familiares de Charlotte ainda vivos, nomeadamente o seu pai e o seu marido.<ref>Lane, Margaret ''(
{{referências|Notas e referências|col=3}}
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