República Romana (1849): diferenças entre revisões

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A '''República Romana''' de [[1849]] (também conhecida como "Segunda República Romana" para não confundi-la com a [[República Romana (1798-1799)|República Romana]] da época napoleônica (1798-1799), foi uma curta experiência republicana (quase cinco meses) estabelecida como [[estado]] em [[9 de fevereiro]] de [[1849]], quando o [[Papa Pio IX]] foi retirado do governo dos teocráticos [[Estados Pontifícios]] por uma revolução liberal, liderada pelo [[triunvirato]] composto por Carlo Armellini, [[Giuseppe Mazzini]] e Aurelio Saffi.
 
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Em poucos meses, Roma passou da condição de estado entre os mais retrógrados e autoritários da Europa a banco de provas de novas [[Democracia|ideias democráticas]], fundamentando a vida política e civil sobre princípios como o [[sufrágio universal]] masculino, a abolição da [[pena de morte]] e a [[liberdade de culto]] que se tornariam realidade na Europa somente cerca de um século depois.
 
==Antecedentes==
 
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==Nascimento da República==
 
Na noite de [[24 de novembro]] de [[1848]], o [[papa Pio IX]] deixou [[Roma]] disfarçado como um simples padre, e saiu do [[Vaticano]] em direção a [[Gaeta]], uma fortaleza, no [[Reino das Duas Sicílias]]. Antes de sair, ele havia permitido a formação de um governo liderado pelo arcebispo [[Carlo Emanuele Muzzarelli]].
 
O governo emitiu algumas reformas liberais que Pio IX rejeitou quando estabelecido em Gaeta, planejando assim um novo governo. Uma delegação foi criada pelo Conselho Superior instituído pelo Papa e pelo prefeito de Roma, e enviada para tranquilizar o Papa e pedir-lhe que voltasse o mais rapidamente possível. Esta delegação era composta pelo próprio prefeito, Príncipe [[Tommaso Corsini]], três sacerdotes - [[Rezzi]], [[Mertel]] e [[Arrighi]] - [[Marquês Paolucci de Calboli]], médico e advogado [[Fusconi Rossi]]. No entanto, eles foram parados na fronteira do estado em [[Terracina]]. O Papa, informado do fato, recusou-se a falar com eles. Em Roma, foi formada uma Constituinte Romana, em [[29 de novembro]].
 
Sem um governo local, em Roma, pela primeira vez na história, assembleias populares foram reunidas. [[Margaret Fuller]] descreveu que o processo seu deu sob uma nova bandeira, a tricolor, enviada a partir de [[Veneza]], deixada nas mãos do cavaleiro Marco Aurélio, no [[Monte Capitolino|Capitólio]]. A irritação popular contra o papa aumentou por ele haver ameaçado de excomunhão os responsáveis pelas atuações políticas de novembro. A Constituinte decidiu convocar eleições com sufrágio universal (todos os cidadãos do estado, do sexo masculino maiores de 21 anos de idade) para [[21 de janeiro]] de [[1849]]. Uma vez que o papa havia proibido os católicos de votar nas eleições (porque ele considerou a convocação da eleição "um ato de monstruosidade patrocinada pela demagogia anárquica" (''abnormus et sacrilogus attentate'') merecendo os castigos descritos tanto nas leis divinas e humanas", o resultado das da eleições teve inclinação a uma assembleia constituinte republicana (mais de 50% dos potenciais eleitores foram às urnas nos Estados Pontifícios).
 
[[Imagem:Rossetti - Proclamazione della Repubblica Romana, nel 1849, in Piazza del Popolo - 1861.jpg|thumb|320px|esquerda|Proclamação da República Romana, na ''[[Piazza del Popolo]]'']]
Os eleitores não foram solicitados a expressar-se sobre os partidos, mas sobre os indivíduos. O advogado [[Francesco Sturbinetti]], que havia liderado o Conselho dos Deputados, recebeu a maioria dos votos, seguido por [[Carlo Armellini]], o médico [[Pietro Sterbini]], [[Mons Muzzarelli]], em cujas mãos [[Papa Pio IX|Pio IX]] tinha deixado a cidade, e [[Carlo Luciano Bonaparte]], príncipe de Canino. A aristocracia era representada com um príncipe, seis marqueses, quinze condes e três nobres. A nova reunião foi dominada pela burguesia, os abastados, profissionais e trabalhadores. Vinte e sete proprietários, um banqueiro, cinquenta e três juristas e advogados, seis graduados, doze professores, dois escritores, vinte e um médicos, um farmacêutico, seis engenheiros, cinco funcionários, dois comerciantes, dezenove oficiais militares, um antes e um monsenhor.
 
Em [[2 de fevereiro]] de [[1849]], em um comício político realizado no [[Teatro Apollo]], um jovem sacerdote romano, o [[Abbé Arduini]], fez um discurso no qual ele declarou que o poder temporal dos Papas era uma "mentira histórica, uma impostura política, e uma imoralidade religiosa".
 
A Assembleia Constituinte foi convocada em [[8 de fevereiro]] e foi proclamada a República Romana depois da meia-noite em [[9 de fevereiro]]. De acordo com [[Jasper Ridley]]: "Quando o nome de Carlo Luciano Bonaparte, que era um membro de Viterbo, foi chamado, ele respondeu à chamada nominal gritando: Viva a República! (''Viva la Repubblica!''). Isto era uma República Romana um vislumbre mais amplo de expectativas foi expresso na aclamação de [[Giuseppe Mazzini]] como um cidadão romano.
 
Quando a notícia da derrota decisiva das forças do [[Reino da Sardenha]] na [[Batalha de Novara]] (22 de Março) chegou à cidade, a Assembleia proclamou o triunvirato, de [[Carlo Armellini]] (romano), [[Mattia Montecchi]] (Romano) e [[Aurelio Saliceti]] (de Teramo, Estados Pontifícios). Foi um governo, liderado por Muzzarelli e composto também por [[Aurelio Saffi]] (de Forlì, Estados Pontifícios). Entre os primeiros atos da República, foi a proclamação do direito do Papa de continuar com o seu papel como chefe da [[Igreja Católica Romana]]. O [[triunvirato]] popular modificou a legislação para eliminar os impostos para dar trabalho aos desempregados.
 
[[Giuseppe Garibaldi]] formou a "Legião italiana", com muitos recrutas provenientes do [[Piemonte]] e os territórios sob domínio [[Império Austríaco|austríaco]] da [[Lombardia]] e [[Vêneto]], e teve até uma estação na cidade de [[Rieti]], na fronteira com o [[Reino das Duas Sicílias]].
 
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No entanto, as políticas do governo (impostos mais baixos, aumento da despesa) significaram problemas com as suas finanças e teve de recorrer a inflacionar a moeda, a fim de pagar as suas dívidas. A inflação fugiu inteiramente do controle da República, e também enfrentaram ameaças militares. O [[Reino da Sardenha]] e a República estavam em risco de ataques de forças austríacas (que foram capazes de atacar a própria Roma). O comandante-chefe das forças austríacas em [[Milão]], [[Josef Wenzel Radetzky von Radetz|Josef Radetzky]], tinha observado durante o "Glorioso Cinco Dias" de [[Milão]]: "Três dias de sangue nos dará trinta anos de paz." Mas a República Romana teria cair para um outro inesperado inimigo: A [[Segundo Império Francês|França]], de Luís Napoleão, que havia sido recém-eleito, e que em breve iria declarar-se imperador [[Napoleão III]]. Ele próprio tinha participado de uma insurreição nos Estados Pontifícios contra o papa, em [[1831]], mas neste ponto ele estava sob intensa pressão por parte dos fanáticos [[católicos ultramontanos]] franceses, que tinham votado majoritariamente por ele. Embora ele hesitasse em trair os liberais italianos, ele decidiu enviar tropas para restabelecer o Papa.
{{Âncora|Cerco1849}}
==O cerco francês==
 
==O cerco francês==
[[Imagem:Garibaldi2.jpg|thumb|150px|esquerda|[[Giuseppe Garibaldi]]]]
 
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Tropas [[Reino de Nápoles|napolitanas]] simpáticas ao papado entraram em território romano, e De Lesseps sugeriu que as forças de Oudinot na sua atual posição poderiam proteger a cidade a partir da abordagem convergente de um exército [[Império Austríaco|austríaco]] com o vigor napolitano. Muitos italianos de fora dos [[Estados Pontifícios]] deslocaram-se a Roma para a luta pela república: entre eles também [[Goffredo Mameli]], que tinha tentado formar um estado comum entre a República Romana e a [[República Toscana]], autor daquele que se tornaria o [[hino nacional da Itália]] após a proclamação da república em [[1945]], e que morreu de um ferimento sofrido na defesa de Roma.
 
O cerco começou a sério no dia [[1 de junho]] e, depois de um assédio de um mês, apesar de muitos episódios de valor por parte do exército republicano e dos voluntários de Garibaldi, entre os quais a defesa do Janículo, o exército francês prevaleceu em [[29 de junho]]. Em [[30 de junho]], a Assembleia Romana reuniu-se e foram debatidas três opções:
* render-se;
* continuar lutando nas ruas de Roma;
* retirar-se de Roma e continuar a resistência nos [[Apeninos]].
 
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{{quote2|''A sorte, que hoje nos traiu, sorrirá para nós amanhã. Estou saindo de Roma. Aqueles que quiserem continuar a guerra contra o estrangeiro, venham comigo. Não ofereço pagamento, quartel ou comida. Ofereço somente fome, sede, marchas forçadas, batalhas e morte. Os que amam este país com seu coração, e não com seus lábios apenas, sigam-me.''|Garibaldi<ref>TREVELYAN, George Macaulay. ''Garibaldi’s defence of the Roman Republic''. Nova York: Longmans/Green, 1907.</ref>)}}
 
A trégua foi negociada em [[1 de julho]] e em [[2 de julho]] Garibaldi, retirou-se de Roma. Na sua fuga em direção a [[Veneza]], seguiram com ele 3900 soldados (800 deles a cavalo). À sua caça, três exércitos (franceses, espanhóis e [[Reino de Nápoles|napolitanos]]) com 40 &nbsp;mil soldados. Ao norte lhe esperava o exército austríaco com quinze mil soldados. O destino final, embora não claro desde o início, era a costa [[Mar Adriático|adriática]]]<ref name=PICK>{{Referência a livro
|Autor = PICK, Daniel
|Título = Roma ou morte
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|Páginas = 276
|Volumes = 1
|Volume =
|ID = ISBN 978-85-01-07702-8}}</ref>. Na neutra e independente república de [[San Marino]], Garibaldi recusou o salvo-conduto oferecido a ele e sua família pelo embaixador americano. Na fuga, sua esposa [[Ana Maria de Jesus Ribeiro|Anita Garibaldi]], conhecida com a "Heroína dos Dois Mundos", faleceu em [[4 de agosto]] de [[1849]], em [[Mandriole]], próximo a Veneza.
 
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==O fim da república==
 
O exército francês entrou em Roma em [[3 de julho]] de [[1849]] e restabeleceu o poder da [[Santa Sé]]. Em agosto, [[Napoleão III]] emitiu uma espécie de manifesto no qual ele pediu de Pio IX uma anistia geral, um secular administração, a criação do [[Código Napoleônico]], e, em geral, um governo liberal. Pio, de [[Gaeta]], prometeu reformas que ele declarou ''motu próprio'', isto é, da sua própria vontade, e não em resposta aos franceses.
 
==Desenvolvimento posterior==
 
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{{referências}}
 
{{Commonscat|Repubblica Romana (1849)}}
{{Portal3|Estados extintos|História|Itália}}
{{esboço-estado-extinto}}
{{Categorização AD e AB de outras wikis}}
 
[[Categoria:Estados extintos da Europa da Idade Contemporânea]]