Alamanos: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
As localidades
Etiquetas: Remoção considerável de conteúdo Editor Visual Edição via dispositivo móvel Edição feita através do sítio móvel
Linha 2:
[[Imagem:Les Francs en Belgique romaine-pt.svg|thumb|300px|<center>Francos e Alamanos na [[Bélgica romana]]]]
 
Os '''alamanos''' ({{langx|la|''Alamanni'', ''Allemanni'' ou ''Alemanni''}}) eram um [[germanos|povo germânico]] ocidental, assim denominados pelos [[Roma Antiga|romanos]], ''o povo de todos os homens''. Eles próprios, entretanto, preferiam chamar-se de [[Suábia|Suábios]]. Desde o {{séc|III}}, tentaram infiltrar-se pela fronteira romana do [[Rio Reno|Reno]]-[[Danúbio]]. Séculos afora persistiram nesta pressão colonizadora, sendo, porém, sempre contidos, principalmente pela oposição dos [[Francos]]. Tal resistência fez com que os Alamanos se desviassem e se concentrassem nas atuais regiões da [[Alsácia]], [[Lorena (França)|LorenaAlsáci]], [[Baden-Württemberg]] e a [[Suíça]].
 
Os alamanos eram uma aliança militar de [[tribos germânicas]] habitando a região em torno do alto [[rio Meno]], onde hoje é a [[Alemanha]]. A aliança era agressiva por natureza,{{sem fontes}} formada tendo como propósito atacar a província romana da [[Germânia Superior]]. Seguiram o modelo da primeira aliança tribal germânica, a dos francos, que primeiro impediram os romanos de prosseguir ao norte do baixo Reno e em seguida invadiram a províncias romana da [[Germânia Inferior]].
Linha 91:
 
== Alamanos e Francos ==
O reino (ou ducado) da [[Alamânia]] entre [[Estrasburgo]] e [[Augsburgo]] durou até [[496]], quando os alamanos foram conquistados por [[Clóvis I]] na [[batalha de Tolbiac|biac]]. A guerra com os alamanos formou o cenário da conversão de Clóvis, brevemente descrita por [[Gregório de Tours]]. <ref>{{Citar livro|nome=Henry R. |sobrenome=Loyn |página=11 |título=Dicionário da Idade Média |editora=Zahar |ano=1990 |páginas=370 |isbn=9788571101517 |idioma=|url= }}</ref><ref>{{citar web | autor=Fordham University |publicado=Internet History Sourcebooks Project | titulo=Gregory of Tours (539-594): The Conversion of Clovis | data= | formato= |url=http://www.fordham.edu/halsall/source/gregory-clovisconv.asp |língua=inglês | acessodata=1 de maio de 2014}}</ref> Subsequentemente os alamanos passaram a fazer parte dos domínios [[francos]] e foram governados por um duque franco.
 
Em [[746]], [[Carlomano (filho de Carlos Martel)|Carlomano]] acabou com um levante alamano executando sumariamente toda a nobreza alamana em Cannstatt, e por todo o século seguinte, a Alamânia foi governada por duques francos. Após o [[Tratado de Verdun]] de 843, a Alamânia se tornou uma província do reino oriental de [[Luís o Germânico]], precursor do [[Sacro Império Romano-Germânico]]. <ref>{{Citar livro|nome=Paulino |sobrenome=Jacques |página= |título=O governo parlamentar e a crise brasileira |editora=Editora Universidadeista de Brasília |ano=1982 |páginas=221 |isbn= |idioma=|url= }}</ref> O ducado persistiu atégovernantes [[1268]].alamanos
 
== Lista de governantes alamanos ==
{{multicol}}
;Reis
*[[Croco I]] {{nwrap|ca.|260}}
*[[Croco II]] {{nwrap||306}}
*[[Mederico]] (pai de Agenarico, irmão de Conodomário)
*[[Conodomário]] {{nwrap||350|357}}
*[[Vestralpo]] {{nwrap||357|359}}, rei dos [[Bucinobantes]]
*[[Úrio]] {{nwrap||357|359}}
*[[Agenarico]] (Serapião) {{nwrap||357}}
*[[Suomário]] {{nwrap||357|358}}
*[[Hortário]] {{nwrap||357|359}}
*[[Gundomado]] (co-regente dos [[Brísgavos]] com Vadomário) {{nwrap||354}}
*[[Ursicino (alamano)|Ursicino]] {{nwrap||357|359}}
*[[Macriano (alamano)|Macriano]] {{nwrap||368|371}}, rei dos [[Bucinobantes]]
*[[Rando]] {{nwrap||368}}
*[[Hariobaldo]] {{séc|IV}}
*[[Vadomário]] {{nwrap||354|360}}, rei dos [[Brísgavos]]
*[[Viticábio]] {{nwrap||360|368}}
*[[Priário]] {{nwrap||?|378}}, rei dos [[Lentienses]]
*[[Gibuldo]] (Gebavulto) {{nwrap||{{ca.}}|470}}
 
{{multicol-break}}
;Duques sob [[lista de reis merovíngios|domínio franco]]
*[[Butilino]] {{nwrap||539|554}}
*[[Leutário I]] (depois de 552-554)
*[[Hamíngio]] {{nwrap||539|554}}
*[[Lantacaro]] (até 548]) (diocese de Avenches)
*[[Magnacaro]] (565) (diocese de Avenches)
*[[Vefardo]] (573) (diocese de Avenches)
*[[Teodefrido]]
*[[Leutifrido I]] (até 588)
*[[Uncilino]] {{nwrap||588|607}}
*[[Gunzo]] {{nwrap||613}}
*[[Crodoberto]] {{nwrap||630}}
*[[Leutário II]] {{nwrap||642}}
*{{ilc|Gotefrido||Gotefredo|Gotfrido}} (até 709)
*{{ilc|Vileário||Willehario}} {{nwrap||709|712}} (em [[Ortenau]])
*{{ilc|Lanfredo||Lantifrido}} {{nwrap||709|730}}
*[[Teudebaldo]] {{nwrap||709|744}}
{{multicol-end}}
 
== Cristianização ==
A cristianização dos alamanos ocorreu no período [[merovíngios|merovíngio]] (entre os séculos VII e VIII). As fontes são escassas, mas na metade do {{séc|VI}}, o cronista [[bizantino]] [[Agátias]] registra, no contexto das guerras dos [[godos]] e [[francos]] contra o [[Império Bizantino]], que os alamanos que lutavam entre as tropas do rei franco [[Teodebaldo]] eram tal qual os francos em todos os aspectos, exceto na religião, porque
:"cultuavam árvores, rios, colinas e desfiladeiros como deuses, e decapitavam cavalos e vacas, e inúmeros outros animais, como se fosse um rito sagrado",
adicionou-se a isso a particular crueldade dos alamanos na destruição de santuários cristãos e pilhagem de igrejas enquanto os francos genuínos eram respeitosos em relação a esses santuários. Agátias expressa sua esperança de que os alamanos poderiam assumir melhores maneiras através do prolongado contato com os francos, o que em todos os aspectos finalmente aconteceu.
 
Os apóstolos dos alamanos foram [[São Columbano]] e seu discípulo São Galo. [[Jonas de Bobbio]] registra que São Columbano estava em atividade em [[Bregenz]], onde interrompeu um sacrifício a [[Odin]]. Por algum tempo, os alamanos parecem ter continuado suas atividades cultuais [[Paganismo|pagãs]], com apenas elementos superficiais ou [[sincretismo|sincréticos]] cristãos. Particularmente, não há mudanças nas práticas funerárias, e sepulturas guerreiras continuaram a ser erigidas por todo o período merovíngio. O sincretismo do tradicional culto animal germânico com o simbolismo cristão também está presente nas artes, mas o simbolismo cristão se torna mais e mais preponderante durante o {{séc|VII}}. Diferente da cristianização dos saxões e dos eslavos, os alamanos parecem ter adotado o cristianismo gradativamente, e voluntariamente, disseminado pela imitação da elite merovíngia. <ref>{{Citar livro|nome=Josef et. al. |sobrenome=LENZENWEGER |página=35 |título=História da Igreja Católica |editora=Edições Loyola |ano= |páginas=394 |isbn=9788515030408 |idioma=|url= }}</ref>
 
De cerca de [[520]] até [[620]], houve uma onda de inscrições do tipo [[Elder Futhark]]. Cerca de 80 amostras sobreviveram, aproximadamente metade delas em fíbulas, outras em fivelas de cintos e em outras jóias e partes de armas. O uso de [[runas]] decai com o avanço do cristianismo.
 
O estabelecimento do bispado de [[Constança]] não pode ser exatamente datado e foi possivelmente criado para si próprio por São Columbano (antes de [[612]]). De qualquer forma, já existia em [[635]], quando [[Gunzo]] nomeou João de Grab bispo. Constança foi um bispado missionário nas terras recentemente convertidas, e não olhou para trás para a história antiga da igreja romana (diferente de [[Basileia]], sede episcopal a partir de [[740]], que continuou a linha de bispos de [[Augusta Ráurica]]). O estabelecimento da igreja como uma instituição reconhecida pelos governantes seculares também é visível na história legal. No início do {{séc|VII}} o ''Pactus Alamannorum'' brevemente menciona os privilégios especiais da igreja, enquanto a ''Lex Alamannorum'' de [[Litifrido]] ([[720]]) possui um capítulo inteiro reservado para assuntos eclesiásticos.
 
== Alamanos modernos ==
 
A Alamânia perdeu sua identidade jurisdicional distinta quando [[Carlos Martel]] a absorveu dentro do império franco, no começo do {{séc|VIII}}. Hoje, o alemânico é um termo linguístico que se refere à [[alemão alemânico|língua alemânica]], abrangendo os dialetos do sul de dois terços do estado alemão de [[Bade-Vurtemberga]], do oeste do estado alemão da [[Baviera]], do estado austríaco de [[Vorarlberg]], o [[suíço-alemão]] da [[Suíça]] e a [[língua alsaciana|língua]] da [[Alsácia]] ([[França]]).
 
{{referências}}
 
== Bibliografia ==
*''Franks and Alamanni in the Merovingian Period: An Ethnographic Perspective (Studies in Historical Archaeoethnology)''; Ian Wood (Foreword) ISBN 1-84383-035-3
 
== {{Ligações externas}} ==
*[http://members.tripod.com/~Linus_Gemvik/decumates.html The Agri Decumates]
{{Commonscat|History of Alemannic region}}
 
[[Categoria:Alamanos]]