Questão das Investiduras: diferenças entre revisões
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[[Image:Investiturewoodcut.jpg|200px|thumb|Um rei medieval investe um bispo com os símbolos de seu cargo, a nomeação de clérigos por governantes seculares, feita por interesses pessoais, provocou a corrupção clerical.]]
Desde o [[século VII]]I era comum entre o reino dos Francos, bem como na [[Itália]] e na [[Espanha]], que os reis, imperadores e nobres fundassem bispados e abadias, nomeando ou depondo os clérigos do local, e controlando suas ações.<ref name="Missão Jovem"/> As investiduras feitas pelos nobres visavam interesses pessoais e do reino, provocando a corrupção entre os membros do clero.<ref name= "H.G.B"/> Entre os anos [[900]] e [[1050]] surgiram ideais e centros de reforma contra os abusos e a corrupção, como os mosteiros de [[Ordem de Cluny|Cluny]] (França) e Görze (Alemanha), de onde partem grupos renovadores para a Bélgica, Itália, Espanha, Inglaterra e demais paises europeus.<ref name="Missão Jovem">{{cite web| url=http://www.pime.org.br/missaojovem/mjhistdaigrejareforma.htm| last = Besen | first = Pe. José Artulino | title = MOVIMENTOS DE RENOVAÇÃO E REFORMA. | accessdate=2009-10-01 | work = Jornal - "MISSÃO JOVEM"}}</ref>
A [[abadia de Cluny]], que surgiu em [[910]], quando os mosteiros estavam em profunda decadência, foi fundada pelo duque [[Guilherme I da Aquitânia|Guilherme de Aquitânia]] que, renunciou ao direito de propriedade e doou-a ao [[Papa Sérgio III]], assegurando a liberdade do mosteiro. Assim "''a abadia ganhou o antigo rigor monástico e profunda renovação espiritual, pois ingressava em Cluny quem realmente queria ser monge (...) Cluny colocou-se a serviço da liberdade da vida monástica, e de toda a Igreja. Era um mosteiro livre (...) Seu exemplo se alastra: Papas e bispos, (...) chamam os monges de Cluny para reformarem seus mosteiros''".<ref name="Missão Jovem"/>
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Em 1049, após uma aguda crise que rompeu os antigos equilíbrios de poder entre as elites laicas e eclesiásticas do Lácio,<ref name=":0">{{citar livro|título = Colunas de São Pedro: a política papal na Idade Média central|sobrenome = Rust|nome = Leandro|edição = 1|local = São Paulo|editora = Annablume|ano = 2011|página = 143-158|isbn = 9788539103140}}</ref> Leão IX tornou-se papa em meio a uma nova conjuntura política. Um dos traços mais notáveis de seu pontificado foi a realização de constantes viagens para as principais cidades da Europa lidando com os problemas morais da igreja, nomeadamente a simonia e o casamento e concubinato clerical.<ref>[[Will Durant|Durant, Will]]. The Age of Faith. New York: Simon and Schuster. 1972. p. 525–526</ref> Ele se tornou amplamente conhecido como um fervoroso defensor da reforma eclesiástica e da divulgação dos ideais da ordem de Cluny.<ref>{{cite web| url= http://www.newadvent.org/cathen/09160c.htm| last = | first = | title = Pope St. Leo IX | accessdate=2011-01-18 | work = Catholic Encyclopedia; New Advent}}</ref> Seus sucessores mantiveram suas políticas, e em [[1059]] o [[Papa Nicolau II]] promulga a bula ''[[In nomine Domini]]'', estabelecendo definitivamente como únicos eleitores do papa os [[cardeais]] da Igreja Romana, no entanto, a influência cesaropapista ainda era muito forte, sendo ainda necessária a confirmação do [[Sacro Imperador Romano]].<ref>Geffcken, Friedrich Heinrich (1877) ''Church and State: Their Relations Historically Developed''. Longmans, Green, and Co. pp. 193–94.)</ref> Todavia,, como afirma o historiador [[Leandro Duarte Rust]], a bula deve ser situada em um processo de alinhamento político do papado com poderes exteriores ao Lácio e às esferas de influência imperial, destacando-se, sobretudo, a aliança firmada entre o papado e os normandos de [[Robert Guiscard]]. Como conclusão, afirma o historiador: "o de''cretum eleitoral de 1059 e o honore ducali conferido a Guiscard foram dois gestos de um mesmo ato: a consolidação de uma correlação de forças pautada na identificação do bispo romano com círculos senhoriais exteriores.'' (...) ''Além da própria elite'' [do Lácio], ''o Império seria frontalmente atingido por esta política que excluía os principais grupos citadinos dos espaços decisórios para aliar-se a forças externas''."<ref>{{citar livro|título = Colunas de São Pedro: a política papal na Idade Média central|sobrenome = Rust|nome = Leandro|edição = 1|local = São Paulo|editora = Annablume|ano = 2011|página = 181|isbn = 9788539103140}}</ref>
Em 1073, [[Hildebrando da Toscânia]], que havia ocupado vários cargos eclesiásticos na [[Cúria Romana]] desde o pontificado de Leão, e também tido uma formação na Abadia de Cluny, se torna papa e assume o nome de Gregório VII, imediatamente adotando uma série de medidas [[Asceticismo|ascetas]] e [[Monasticismo|monásticas]],<ref>McCabe, Joseph. ''The Popes and their Church'' (1918). London: Watts & Co. Section I, Chapter V: The Papacy at its Height.</ref> e iniciando o movimento conhecido como [[Reforma Gregoriana]], decretando que o só o Papa podia nomear ou destituir os clérigos ou movê-los de suas sés. Nesta época, o Sacro Imperador [[Henrique IV, Sacro Imperador Romano-Germânico|Henrique IV]], já havia nomeado seus próprios bispos,<ref name="Appleby, R. Scott 1999">Appleby, R. Scott. "How the pope got his political muscle." U.S. Catholic 64.9 (1999): 36. Academic Search Complete. EBSCO. Web. 5 June 2010.</ref> muitos deles proibidos de exercerem suas funções religiosas por simonia,<ref name=
[[Imagem:Schwoiser Heinrich vor Canossa.jpg|150px|thumb|left|Henrique IV em Canossa, pintura de Eduard Schwoiser, 1862.]]
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