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O sacerdócio na Igreja Católica inclui os sacerdotes tanto da [[Igreja Latina]] quanto das [[Igrejas Católicas Orientais]]. Em maio de 2007, o ''site'' do [[Vaticano]] afirmou que havia cerca de 406.411 sacerdotes que servem a Igreja em todo o mundo.
 
As [[Vida consagrada|pessoas consagradas]], que podem ser leigos ou clérigos, normalmente agrupam-se em institutos de vida religiosa (congregações e ordens religiosas) ou em institutos seculares, existindo, porém, aqueles que vivem isoladamente ou até em comunidade aberta, junto dos outros leigleigos não-consagrados.
 
==História==
 
O [[Antigo Testamento]] descreve como [[Yahweh]] fez de seu povo "um reino de [[sacerdotes]] e uma nação santa". Dentre as [[Tribos de Israel|doze tribos de Israel]], a [[tribo de Levi]] foi a escolhida para exercer o serviço litúrgico de oferecer o sacrifício como sacerdotes. O sacerdote representava um mediador entre Deus e os seres humanos, aquele que oferece os sacrifícios e intercede pelo povo.
 
O [[Novo Testamento]] descreve [[Jesus]] como o "grande [[Sumo Sacerdote de Israel|sumo sacerdote]]" da Nova Aliança que, em vez de oferecer os rituais de [[sacrifício animal]] prescritos pela [[613 mandamentos|lei judaica]], [[Crucifixão de Jesus|oferece a si mesmo na cruz]] como o sacrifício verdadeiro e perfeito. O sacerdócio católico é uma participação neste sacerdócio de Cristo e, portanto, traça as suas origens até o próprio Jesus. Assim, o Novo Testamento diz que como sumo sacerdote, Jesus fez a Igreja, "um reino de sacerdotes para [[Deus, o Pai]]". Todos os que são [[Batismo|batizados]] recebem uma participação no sacerdócio de Cristo, isto é, são conformados com Cristo e tornam-se capazes de oferecer a verdadeira adoração e louvor a Deus como [[cristãos]]. Toda a comunidade dos crentes é, como tal, sacerdotal.
 
O sacerdócio ministerial de sacerdotes e [[bispos]] católicos tem uma história distinta. Este sacerdócio ministerial está a serviço do [[sacerdócio de todos os crentes]] e envolve a [[consagração]] direta de um homem a Cristo através do [[Ordem (sacramento)|sacramento da ordem]], para que ele possa agir na pessoa de Cristo para o bem dos fiéis, sobretudo na dispensação dos [[sacramentos]]. Entende-se ter começado na [[Última Ceia]], quando Jesus Cristo instituiu a [[Eucaristia]] na presença dos [[Doze Apóstolos]], ordenando-lhes, "fazei isto em memória de mim". O sacerdócio católico, portanto, é uma participação no sacerdócio de Cristo e traça as suas origens históricas para os Doze Apóstolos nomeados por Cristo. Os apóstolos, por sua vez, selecionaram outros homens para sucedê-los, como os [[bispos]] ("episkopoi", palavra grega para "bispos") das comunidades cristãs, com os quais foram associados [[presbíteros]] ("presbyteroi", palavra grega para "anciãos") e [[diáconos]] ("diakonoi ", palavra grega para "servos"). Como as comunidades se multiplicaram e cresceram em tamanho, os bispos nomeavam mais e mais presbíteros para presidir à Eucaristia em seus lugares nas comunidades em cada região. Os diáconos evoluíram como os assistentes litúrgicos do bispo e de seus representantes, para a administração dos fundos da Igreja e programas de auxílio aos pobres. Hoje, o posto de "presbítero" é geralmente associado a "sacerdote", embora tecnicamente, tanto um bispo e um presbítero são "sacerdotes" no sentido de que eles compartilham o sacerdócio ministerial de Cristo e oferecem o sacrifício a Deus na pessoa de Cristo.
 
==Teologia do sacerdócio==
===Páscoa e Cristo===
 
A teologia do sacerdócio católico está enraizada no sacerdócio de [[Cristo]] e compartilha alguns elementos do antigo sacerdócio hebraico. Um padre é aquele que preside a um [[sacrifício]] e o oferta juntamente com as orações a [[Deus]], em nome dos fiéis. O antigo [[Cohen|sacerdócio judeu]] funcionava no templo em [[Jerusalém]], animais eram oferecidos em sacrifício em vários momentos ao longo do ano por diversas razões.
 
Na teologia cristã, Jesus é o [[Cordeiro de Deus|cordeiro]] fornecido pelo próprio Deus como um sacrifício pelos pecados do mundo. Antes de sua [[Crucifixão de Jesus|morte na cruz]], Jesus celebrou a Páscoa com seus discípulos, abençoando o pão e o vinho, respectivamente, dizendo: "''Tomai e comei, isto é o meu corpo''" e "''Bebei dele todos, pois isto é o meu sangue, o sangue da aliança, que é derramado por muitos para remissão dos pecados''"({{Mateus|26|26b|28}}, [[Bíblia de Jerusalém]]). No dia seguinte, o corpo e o sangue de Cristo estavam visivelmente sacrificados na cruz. Os católicos crêem que é este mesmo corpo, sacrificado na cruz e ressuscitado no terceiro dia que se faz presente na oferta de cada [[Eucaristia|sacrifício eucarístico]]. No entanto, o catolicismo não acredita que a doutrina da presença real de Cristo na Eucaristia implica uma mudança nas reais características do pão e do vinho: análises científicas dos elementos eucarísticos indicam que as propriedades físicas do pão e do vinho não mudam.
 
Assim, os padres católicos (e bispos que são "sumos sacerdotes") ao presidirem à Eucaristia, juntam cada oferta dos elementos eucarísticos em união com o sacrifício de Cristo. Os ministros católicos ordenados são conhecidos como padres porque, por sua celebração da Eucaristia, a sua oferta torna presente o sacrifício eterno de Cristo.
 
O catolicismo não ensina que Cristo é sacrificado novamente, mas que "''o sacrifício de Cristo e o sacrifício da Eucaristia são um único sacrifício''". Em vez disso, a Igreja Católica mantém o conceito judaico de memorial no qual "''...memorial não é apenas uma recordação de eventos passados... esses eventos tornam-se de certa forma presente e real''", portanto, "''...o sacrifício que Cristo ofereceu uma vez por todas na cruz permanece sempre presente''". Propriamente falando, na teologia católica, expressa por São [[Tomás de Aquino]], "''Só Cristo é o verdadeiro sacerdote, os outros são seus ministros''". Assim, o clero católico compartilha um único sacerdócio, o sacerdócio de Cristo.
 
==Educação==
 
O [[Código de Direito Canónico|Código de Direito Canônico]] da Igreja Católica defende que o sacerdócio é um estado vocacional sagrado e perpétuo, não apenas uma profissão. Como regra geral, os estudos para se tornar um sacerdote são extensos e duram cerca de cinco ou seis anos, dependendo do programa nacional de formação sacerdotal.
* Em [[Portugal]], os estudos até à ordenação sacerdotal duram entre 6 e 7 anos. No Seminário Maior do [[Patriarcado de Lisboa]], por exemplo, a formação compreende um ano propedêutico (ano de discernimento e introdução à vida e ritmos de oração e doutrina), os 5 anos de duração do [[Mestrado Integrado]] em Teologia (1º Grau Canônico) na [[Universidade Católica Portuguesa]] e, após a conclusão do curso, mais um ano a que se chama "Ano Pastoral".
 
* Nos [[Estados Unidos]], os sacerdotes devem ter um diploma universitário de filosofia católica (quatro anos) mais uma pós-graduação com formação no seminário em teologia (quatro a cinco anos), com foco em pesquisas bíblicas.
 
* Na [[Escócia]], há um ano obrigatório de preparação antes de entrar no seminário para um ano dedicado à formação espiritual, seguido por vários anos de estudo.
 
* Na [[América do Norte]], geralmente, os seminaristas são formados com pós-graduação em teologia com graus de Mestre em Divindade ou Mestre em Teologia, um curso profissional de quatro anos (ao contrário de um Mestre das Artes, que é um grau acadêmico). Devem ser feitos no mínimo quatro anos de estudos teológicos no [[Seminário]] Maior.
 
* Na [[África]], [[Ásia]] e [[América do Sul]], os programas são mais flexíveis, sendo desenvolvidos de acordo com a idade e habilidades acadêmicas daqueles que se preparam para a ordenação.
* No [[Brasil]] os padres diocesanos devem ter o período propedêutico (um ano) devem fazer a faculdade de filosofia e teologia depois a formação diaconal.
 
Independentemente de onde uma pessoa se prepara para a ordenação, ela inclui não somente a formação acadêmica, mas também a formação humana, social, espiritual e pastoral. O propósito da [[educação]] no [[seminário]] é preparar os homens para serem pastores de almas. No final, entretanto, um [[bispo]] é responsável pela chamada oficial para o sacerdócio e apenas ele pode ordenar. Quaisquer ordenações feitas antes do tempo programado (antes da conclusão dos estudos) devem ter a aprovação explícita do bispo; todas as ordenações feitas com mais de um ano de antecedência devem ter a aprovação da [[Santa Sé]].
 
==Rito de ordenação==
 
O Rito de Ordenação realizado por um bispo validamente ordenado é o que "faz" um sacerdote (já tendo sido um diácono).
 
O Rito de Ordenação ocorre dentro do contexto da Santa Missa. Depois de ter sido chamado para a frente e apresentado à assembléia, o candidato é questionado. Ele promete com diligência desempenhar as funções do sacerdócio, respeitando e obedecendo aos seus superiores religiosos. Em seguida, o candidato se prostra diante do altar, enquanto os fiéis reunidos se ajoelham e rezam, cantando a [[Ladainha de Todos os Santos]].
 
A parte essencial do rito é quando o bispo [[Imposição das mãos|impõe as mãos]] em silêncio sobre o candidato (seguido por todos os sacerdotes presentes), antes de oferecer a oração consecratória, dirigida a [[Deus, o Pai|Deus Pai]], invocando o poder do [[Espírito Santo]] sobre aquele que está sendo ordenado.
 
Após a oração consecratória, o recém-ordenado é investido com uma [[estola]] e uma [[casula]], pertencentes ao Sacerdócio Ministerial, em seguida, o bispo unge as mãos com [[crisma]] antes de apresentá-lo com o [[Cálice (utensílio)|cálice sagrado]] e a [[patena]] que ele vai usar quando presidir à Eucaristia. Depois disso, os dons do pão e do vinho são apresentadas pelo povo e dado ao novo padre. Então, todos os sacerdotes presentes, concelebram a Eucaristia com o recém-ordenado tomando o lugar de honra à direita do bispo. Se houver vários recém-ordenados, são eles que se reúnem mais próximo do bispo durante a [[Oração Eucarística]].
 
A imposição das mãos do sacerdócio é encontrado em 1 Timóteo, 4:14:
<blockquote>
"Não desprezes o dom que você tem, o que foi conferido a você através da palavra profética com '''imposição das mãos''' do '''presbítero'''".
</blockquote>
 
==Celibato==
Os padres católicos, especialmente os de rito latino (ocidental), ao serem ordenados (consagrados), adotam um estilo de vida celibatário, que compreende a renúncia do casamento para que se dediquem inteiramente à Igreja. O [[celibato]] no [[rito latino]] é uma condição necessária para poder assumir o cargo pretendido. Na Igreja Católica de [[rito oriental]], a opção dos padres pelo celibato é voluntária, podendo estes se casar, se assim o desejarem. A Igreja Católica reconhece tanto os padres celibatários como os casados. O celibato já era uma opção considerável na Igreja Católica de rito latino desde o início do século IV d.C. e foi fortemente favorecido durante o pontificado de [[São Leão Magno]] (440-461). Porém, no rito latino, o celibato só se tornou obrigatório e plenamente implementado pelo [[Primeiro Concílio de Latrão]] (1123), [[Segundo Concílio de Latrão]] (1139), [[Quarto Concílio de Latrão]] (1215) e [[Concílio de Trento]] (1545-1563).
 
==Em Portugal==
Em Portugal, em 2012 existiam 3600 padres entre diocesanos e religiosos e 474 seminaristas.
<ref>{{Citation | title = Estatísticas | url = http://www.portal.ecclesia.pt/anuario/estatisticas/estatisiticas2012.pdf| contribution =Patriarcado de Lisboa| publisher = IOL | place = PT | accessdate =[[19 de Fevereiro]] de [[2015]]}}</ref>
 
==Terminologia==
Padre é o título com que, nas línguas ibéricas, são chamados os fiéis católicos ordenados cuja função é, em primeiro lugar, segundo o concílio Vaticano II, pregar a Palavra de Deus contida, pelo cristianismo de denominação católica, na coleção de setenta e dois (ou setenta e três, conforme a divisão) livros à qual dão o nome de "Bíblia", "Testamento" ou "Escritura", e dessa forma entendido como "protetor/pai, da palavra da Bíblia, Testamento ou Escritura", segundo entendimento de uma maioria de teológico católicos e não - católicos.
 
Como foi dito acima, portanto, não há unanimidade, sobre qual seria o melhor termo para se se referir àquele que é intitulado padre, missionário, pastor, cura e muitos outros que tentam a tradução sem indução dessa tradução, uma vez que vem do aramaico antigo. Alguns julgam melhor chamá-lo de "sacerdote", porquanto está ligado às coisas do sagrado entre os "capelães" que acompanhavam os exércitos grego e romano, com objetivo de acompanhar o soldado espiritualmente. Outros já preferem a denominação "presbítero", que provém do grego e significa "ancião"(velho conhecedor da palavra).
 
Os que, por sua vez, se inclinam à palavra "presbítero" entendem o padre como o ancião. Não no sentido de idade, mas no sentido de que é um homem experiente na intimidade com Deus e, por isso, fala com autoridade quando diz publicamente uma palavra em nome de seu Senhor, Jesus, que pela fé católica e de outras denominações cristãs é o Filho de Deus, a segunda pessoa da Trindade.
 
"Presbítero" ou "sacerdote", aquele que é usualmente tratado como padre (padre Aloísio, padre Geraldo, padre Joaquim) é, no catolicismo, sempre um indivíduo do sexo masculino. Embora existam objeções ao interdito às mulheres de que sejam "sacerdotisas" ou "presbíteras", na Igreja romana essa possibilidade nunca existiu e, pela mentalidade atual de seus dirigentes em escala global (o colégio dos bispos, presidido pelo bispo de Roma, o papa), jamais poderá se estender às mulheres, pois se trata, segundo eles, duma vontade do próprio Jesus. Este teria instituído, para seus discípulos mais íntimos, doze homens. Os doze fizeram o mesmo quando, percebendo que cedo ou tarde morreriam e era preciso oferecer aos pósteros a possibilidade de conhecer a palavra de Deus em Jesus, fizeram o mesmo, ordenando apenas homens para o ofício.
 
==Mulheres==
Faz parte da missão da Igreja Católica guardar e proteger a revelação que lhe confiada pelo seu Fundador, Jesus Cristo. Esta não possui o poder para alterar elementos constitutivos da sua estrutura sem contar para isso com um fundado respaldo escrituristo, sob pena de desfigurar a sua própria essência.
 
No caso da ordenação de mulheres, a questão central não é descobrir qual é a vontade dos seres humanos sobre este tema, mas qual é o desejo de Deus. A Igreja Católica entende que Cristo ordenou sacerdotes apenas aos apóstolos que estiveram presentes na Última Ceia. E, estes, por sua vez, mativeram esta prática, ordenando apenas a homens. Assim, a Igreja não se considera autorizada a mudar uma prática estabelecida pelo seu próprio Fundador. Ao mesmo tempo, ratifica a idéia que de forma alguma esta atitude deseja manifestar uma desvalorização do papel da mulher dentro da Igreja. De fato, para os católicos, a obra prima da Criação é uma mulher, Santa Maria, mãe de Jesus. Ela não foi escolhida por Cristo para ser sacerdote, mas nem por isso teve a sua grande honra diminuída.
 
O [[Papa]] [[João Paulo II]] excluiu definitiva e categoricamente a possibilidade de que as mulheres pudessem algum dia ser ordenadas como sacerdotes na Igreja Católica, através da Carta Apostólica "Ordinatio Sacerdotalis"<ref>[http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/apost_letters/documents/hf_jp-ii_apl_22051994_ordinatio-sacerdotalis_po.html CARTA APOSTÓLICA ORDINATIO SACERDOTALIS DO PAPA JOÃO PAULO II sobre a ordenação sacerdotal reservada somente aos homens, número 4], 22 de maio de 1994.</ref>.
 
==Requisitos==
Os requisitos mínimos para que um fiel da [[Igreja Católica]] se torne padre são: ter pelo menos 25 anos de idade; ser do sexo masculino; ter cursado [[teologia]] em alguma faculdade autorizada pelo bispo e na maioria dos casos também filosofia; ter sido ordenado [[diácono]]; ser solteiro e assim desejar permanecer por toda a vida.
 
Todo padre católico pode ser, a partir da idade de 35 anos e pelo menos cinco anos de ordenação presbiteral, nomeado bispo.
 
Os pré-requisitos para um padre ser [[bispo]] são: fé sólida eminente; piedade; zelo; boa reputação; ao menos 35 anos de idade; ser sacerdote pelo menos cinco anos; e mestrado ou doutorado em área teológica.
 
Tornar-se bispo, porém, ocorre com uma minoria, escolhida, na atual disciplina da Igreja, pelo Papa. com auxílio da [[Congregação para os Bispos]].
 
== Ver também ==
* [[Anexo:Lista de posições na hierarquia católica|Lista de posições na hierarquia católica]]