Portunhol: diferenças entre revisões

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'''Portunhol''' é uma [[palavra-valise]] que designa a [[interlíngua]] (ou ''língua de confluência'') originada a partir da mistura de palavras da [[língua portuguesa]] e da [[Língua castelhana|espanhola]]. Ocorre sobretudo em cidades de [[fronteira]] entre países de língua portuguesa e espanhola. <ref>[https://catalyst.uw.edu/workspace/file/download/894e827279c8211ab5f5696fd62ae1e0f47e1be1a4320e8f161e291711ee0291. "O portunhol é uma interlíngua?"]. Por Enilde Faulstich, 1997.</ref>
 
Devido à semelhança entre aas língualínguas portuguesa e a espanhola, derivada do fatoque deambas possuíremtêm como língua materna o [[latim]], é muito comum as pessoas que dominam uma dessas línguas sentirem-se confortáveis para falar a outra imaginando que basta trocar uma palavra de [[língua portuguesa|português]] para a sua correspondente em [[Língua castelhana|espanhol]] ou vice-versa, sem levar em conta a [[gramática]] e a concordância.
 
É importante ressaltar a dificuldade de se classificar o chamado "portunhol" como uma "[[idioma|língua]]", visto que não apresenta uma constância de regras e termos, podendo variar de acordo com cada falante. Ou seja, o portunhol não constitui uma modalidade estável e homogênea nem do português, nem do espanhol. Pode ter muitas variedades, a depender do grau de conhecimento que cada um tem da outra língua.<ref>''[[Dicionário Houaiss]]'': [http://houaiss.uol.com.br/busca?palavra=portunhol portunhol]</ref>No caso do espanhol e português, é certamente ''uma maneira de se falar''.<ref> [http://www.overmundo.com.br/overblog/triplices-fronteiras-literarias "(Tríplices) Fronteiras literárias"]. Escritor [[brasiguaio]] Douglas Diegues faz uma reflexão sobre o portunhol selvagem, idioma híbrido adotado por ele próprio. Por Rodrigo Teixeira. ''[[Overmundo]]'', 10 de agosto de 2011</ref>
 
Caso o [[Língua castelhana|castelhano]], o [[Língua portuguesa|português]] e as demais [[línguas ibéricas|ibéricas]] (aà exceção do [[Língua basca|basco]]), todas gradualmente mutuamente inteligíveis, fossem consideradas com um único idioma, sendo suas variantes [[dialeto]]s, essa língua seria a segunda nativa mais falada no mundo, a mais falada das [[Américas]], do [[hemisfério ocidental]], do [[hemisfério sul]], das [[Línguas indo-européiaseuropeias|indo-européiaseuropeias]] e das que usam o [[alfabeto latino]].
 
==Escolas de fronteiras ==
O portunhol tornou-se uma espécie de desafio enfrentado nas cidades fronteiriças entre países lusófonos e hispânicos, notadamenteem especial na [[tríplice fronteira]] (entre [[Argentina]], [[Brasil]] e [[Paraguai]]) e entre o sul do [[Rio Grande do Sul]] e o norte do [[Uruguai]]. Nessas regiões, há várias iniciativas no sentido de introduzir o ensino formal das duas línguas, concomitantemente. <ref>[http://bell.unochapeco.edu.br/revistas/index.php/rcc/article/viewFile/1428/791 A construção e a prática do programa bilíngue em região de fronteira internacional Brasil-Argentina]. Por Clarice Bianchezzi, Dayani Machado Machiavelli, Leandra Luisa Bertuzzi e Maria Seloir Ceolin Kophal. ''Cadernos do CEOM''. Ano 25, nº 37 - Fronteiras.</ref><ref>[http://www.36reuniao.anped.org.br/pdfs_trabalhos_aprovados/gt12_trabalhos_pdfs/gt12_2744_texto.pdf Ambivalência e pertencimentos culturais e nacionais nos currículos das escolas bilíngues de fonteira]. Por Regina Célia do Couto ([[UNIPAMPA]]). 36ª Reunião Nacional da ANPEd – 29 de setembro a 02 de outubro de 2013, Goiânia, GO. </ref>
 
O modelo de ensino comum em escolas de zonas de fronteira do Brasil com os países do Mercado Comum do Cone Sul ([[Mercosul]]) começou a ser adotado em 2005.<ref>[http://www.apeesp.com.br/web/ciplom/Arquivos/artigos/pdf/olga-flores.pdf Breve histórico do projeto "Escola Intercultural Bilingue de Fronteira"]. Por Olga Viviana Flores. I CIPLOM: Foz do Iguaçu, Brasil, 19 a 22 de outubro de 2010. ISSN - 2236-3203</ref> Em 2010, o programa das 'Escolas de fronteiras' havia sido implementado em 20 cidades do Brasil, Argentina, Uruguai, Venezuela e Paraguai, atendendo 4.000 alunos, distribuídos em 111 turmas do primeiro ao quinto ano do [[ensino fundamental]], e contando com 60 professores, segundo o Instituto de Investigação e Desenvolvimento em Política Linguística (Ipol), que coordena o programa no lado do Brasil. O desafio do programa é criar um modelo de ensino comum, com gestão compartilhada, [[bilinguismo]] e [[Interculturalismo]], sem que um país imponha seu modelo ao outro.<ref>[http://guiadoestudante.abril.com.br/vestibular-enem/fronteiras-escolas-lutam-portunhol-tentam-fazer-aulas-bilingues-559732.shtml Nas fronteiras, escolas lutam contra o ‘portunhol’ e tentam fazer aulas bilíngues]. ''[[Guia do Estudante]]'', 14 de maio de 2010.</ref>
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==Versão europeia==
{{Sem-fontes|data=outubro de 2013}}
"Portunhol" também é uma forma pejorativa de se referir ao [[Língua galega|galego]], na [[Espanha]], usada pelo [[reintegracionismo|movimento luso-reintegracionista]] galego para se referir, não à sua língua, que consideram a mesma de Portugal, Brasil e do resto da [[lusofonia]] (sendo a própria [[Galiza]] o berço da língua portuguesa), mas sim ao produto da sua contaminação pelo [[castelhano]] (num contexto de conflito linguístico) e à norma promovida oficialmente, propositadamente castelhanizada. Para o [[reintegracionismo]], o [[galego]] e o [[português]] nunca deixaram de ser uma mesma língua (co-dialectosdialetos).
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"Portunhol" também é uma forma pejorativa de se referir ao [[Língua galega|galego]], na [[Espanha]], usada pelo [[reintegracionismo|movimento luso-reintegracionista]] galego para se referir, não à sua língua, que consideram a mesma de Portugal, Brasil e do resto da [[lusofonia]] (sendo a própria [[Galiza]] o berço da língua portuguesa), mas sim ao produto da sua contaminação pelo [[castelhano]] (num contexto de conflito linguístico) e à norma promovida oficialmente, propositadamente castelhanizada. Para o [[reintegracionismo]], o [[galego]] e o [[português]] nunca deixaram de ser uma mesma língua (co-dialectos).
 
Com este último sentido, é usada também a palavra [[castrapo]] provavelmente originada de "castelhano+língua-de-trapo". Também é usada, embora raramente, em sentido pejorativo, em geral por espanhóis de outras regiões, os quais vêm nela uma mistura de português e castelhano.