Claude Lévi-Strauss: diferenças entre revisões

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"Eu precisava fazer minhas provas de etnologia, porque não tinha formação alguma. Graças à expedição de 1936, consegui créditos do [[Museu do Homem]] e da Pesquisa Científica, ou do que acabaria se chamando assim. Com esse dinheiro, organizei a expedição nambiquara."
 
Em 1938, foi realizada uma expedição até os [[Nambikwara|nambiquaras]] no Mato Grosso, com financiamento francês e brasileiro, que deveria durar um ano. No entanto, durou apenas seis meses - de maio a novembro do mesmo ano. Além do casal Lévi-Strauss, participaram o médico e etnólogo francês [[Jean Vellard]] e o antropólogo brasileiro [[Luiz de Castro Faria]], que aponta os problemas que a missão enfrentou com os órgãos públicos brasileiros, por contar com o patrocínio de [[Paul Rivet]], ligado ao [[Partido Socialista (França)|Partido Socialista francês]], e que se tornara ''persona non grata'' no Brasil porque supostamente teria difamado o país na França.<ref>FARIA, Luis de Castro. 1984. ''A Antropologia no Brasil: Depoimento sem Compromisso de um Militante em Recesso''. ''Anuário Antropológico'' 82. Brasília: Tempo Brasileiro. pp. 229, ''apud'' Fernanda Peixoto, op. cit.</ref> Já [[Luis Grupioni]] aponta as resistências existentes no [[SPI]] quanto à segurança da missão e a relutância de Lévi-Strauss em aceitar um fiscal do Conselho de Fiscalização das Expedições Artísticas e Científicas: "Mais que a possível simpatia socialista identificada aos membros da expedição, era a perspectiva de fiscalização e controle de uma expedição estrangeira, o que teria impedido a concessão da licença." <ref>GRUPIONI, Luis D.B. ''Coleções e expedições vigiadas. Os etnólogos no Conselho de Fiscalização das Expedições Artísticas e Científicas no Brasil'', São Paulo, Hucitec/ANPOCS, 1998.</ref>
 
A missão também visitou os últimos homens e mulheres [[Tupi-Kaguahib]] no [[Rio Machado]], hoje considerados desaparecidos.