Agentes nos assuntos: diferenças entre revisões

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Os'''Agentes nos assuntos''' ({{langx|la|''agentes in rebus''}}; sg. ''agens in rebus''; ({{langx|el|ἀγγελιαφόροι}} ou {{lang|el|μαγιστριανοί}}){{harvref|name=Kazh36|Kazhdan|1991|p=36}} foram um serviço de mensageiros do [[Império Romano]] tardio e agentes gerais do governo central do século {{séc|IV}} ao VII.
 
== História ==
 
A data exata da instituição deles é desconhecida. São mencionados pela primeira vez em 319, mas podem datar das reformas de [[Diocleciano]] no final do {{séc|III}}. Os ''agentes'' substituíram os muito detestados [[frumentários]] (''frumentarii''), e caíram sob jurisdição do [[mestre dos ofícios]], daí o nome grego alternativo de magistrianos (''magistrianoi'').<ref name=Kazh36 /> Como resultado das reforças de Diocleciano, os frumentários foram dissolvidos. A administração imperial central ainda precisava de mensageiros, e os ''agentes innos rebus''assuntos exerceram este papel. Originalmente atuaram como portadores de expedições, mas eventualmente assumiram uma variedade de deveres - o título em si traduz-se como "Aqueles que são Ativos em Assuntos". Sobreviveram no [[Império Bizantino]], sendo eventualmente abolidos em algum momento no final do {{séc|VII}}, com muitas das funções do mestre sendo assumidas pelo [[logóteta do dromo]].{{harvref|name=Kazh37|Kazhdan|1991|p=37}} A última referência aos ''agentes innos rebus''assuntos vem da crônica de [[{{lknb|Teófanes, |o Confessor]]}}, onde o ''magistrianos''magistriano Paulo é registrado como tendo sido enviado em uma embaixada em 678.{{harvref|Teófanes, o Confessor|século IX|p=6178}}
 
== Organização ==
 
Os ''agentes innos rebus''assuntos foram formados em uma escola (''schola'') do palácio, em comum com outros serviços públicos do [[Dominato]], seus serviços foram militarizados, e considerados uma milícia (''militia''). De fato, os ''agentes'' foram divididos em cinco níveis, retirados dos [[Exército romano tardio|oficiais juniores da cavalaria]]: [[equitesordem equestre|equestres]], circitorescircidores, biarcos (''biarchi''), centenários (''centenarii'') e ducenários (''ducenarii'').{{harvref|Kelly|2004|p=20; 40}} Dois foram apontados para cada província em 357, um em 395 e mais novamente após 412. Cada membro dos ''agentes innos rebus''assuntos foi normalmente promovido em outros ramos do governo. O [[Código de Justiniano]] nota ainda que os ''agentes'' gozavam de imunidade de perseguição tanto civil como criminal, a menos, se sancionado pelo mestre dos ofícios.{{harvref|Justiniano|século VI|p=XII.20.4}} ''agentes'' seniores foram regularmente apontado para o posto de [[Officium|príncipe dos ofícios]] (''princeps officii'') das [[Prefeitura pretoriana|prefeituras pretorianas]], das [[prefeito urbano|prefeituras urbanas]] e das [[Diocese romana|dioceses]], assim exercendo controle sobre este burocráticos departamentos e reduzindo a independência deles.{{harvref|Kelly|2004|p=96; 210}}
 
Tal como para a função deles, o historiador do {{séc|VI}} [[Procópio de Cesareia]] nota em sua História Secreta:
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1= Os imperadores anteriores, em modo a ganhar a informação mais rápida acerca dos movimentos do inimigo em cada território, disseções ou acidentes imprevistos em cidades individuais, e as ações dos governadores e outros oficiais em todas as partes do império, e também de modo que aqueles que transmitiram o tributo anual possam fazê-lo então sem perigo ou atraso, estabeleceram um rápido serviço de mensageiros públicos.{{harvref|Procópio de Cesareia|século VI|p=XXX}}}}
 
Como o serviço manipulou as comunicações e os sistemas de comunicação dentro do império, os deveres deles incluíam a supervisão das estradas e pousadas do [[curso público]] (sistema postal público), o transporte de cartas, ou verificação se os viajantes estavam carregando a garantia (''evectio'') correta enquanto usavam o curso. Outros deveres atribuídos aos ''agentes'' incluíam o papel de funcionário aduaneiros, a supervisão dos trabalhos públicos e o aquartelamento de soldados.<ref name=Kazh37 /> Eles foram também usados para supervisionar a prisão de oficiais seniores como requerido, escoltar romanos seniores em exílio (tais como [[João Crisóstomo]] em 404), e mesmo auxiliar na aplicação da regulamentação governamental da igreja.{{harvref|Sinnegen|1959|p=248}} [[Amiano Marcelino]] e Procópio também notam o uso deles como embaixadores em várias ocasiões.{{harvref|Sinnegen|1959|p=249}}
 
Outras tarefas incluíam a supervisão da burocracia provincial e transmissão de comandos imperiais, frequentemente ficando na área para assegurar a implementação deles. Estando fora do controle dos governadores provinciais, alguns agentes, os curiosos (''curiosi''; {{langx|el|διατρέχοντες||diatrechontes}}) foram apontados como inspetores e atuaram como uma espécie de agentes secretos. Como suas atribuições de rotina trouxeram-os em contado com questões de grande preocupação para a corte, e como eles também reportavam para a corte tudo o que viam ou ouviam em suas missões variadas, os ''agentes'' podem ser vistos como tendo uma função de inteligência, no sentido moderno mais amplo do termo.<ref name=Kazh37 /> Este papel, bem como o extraordinário poder deles, fazia-os temíveis: o filósofo do {{séc|IV}} [[Libânio]] acusou-os de falta grave, aterrorizando e extorquindo os provincianos, "cães pastores que juntaram-se ao bando de lobos". Não obstante, a vasta maioria operou abertamente, e as reivindicações de ''agentes'' operando como uma polícia de segurança moderna são certamente exageradas.{{harvref|name=Kelly207|Kelly|2004|p=207}}
 
O número dos ''agentes'' tendeu em direção da inflação,<ref name=Kazh37 /> e o corpos eram vistos com certa desconfiança pelos imperadores, que repetidamente tentaram regular seu tamanho:<ref name=Kelly207 /> 1174 no ano 430 de acordo com o [[Código de Teodósio]], e 1248 sob [[Leão I, o Trácio]] (r. 457-474).{{harvref|Justiniano|século VI|p=XII.20.4}}{{harvref|Teodósio II|século V|p=27.23}} Éditos imperiais também regulamentaram a promoção deles, que era para ser estritamente na velhice, com a exceção anual de dois oficiais, que o imperador poderia avançar ao seu prazer.{{harvref|Kelly|2004|p=212}}
 
{{referências|col=2}}
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* {{Citar livro|sobrenome=Kazhdan|nome=Alexander Petrovich|título=The Oxford Dictionary of Byzantium|editora=Oxford University Press|local=Nova Iorque e Oxford|ano=1991|isbn=0-19-504652-8|ref=harv}}
 
* {{Citar livro|sobrenome=Kelly|nome=Chistopher|título=Ruling the Later Roman Empire|local=Cambridge, Massachusetts|editora=Harvard University Press|url=http://books.google.com.br/books?id=HhXx67fX7hoC&redir_esc=y|ano=2004|isbn=0-674-01564-9|ref=harv}}
 
* {{Citar periódico|ultimo=Sinnegen|primeiro=William J.|título=Two Branches of the Roman Secret Service|jornal=The American Journal of Philology|volume=80|número=3|ano=1959|ref=harv}}
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[[Categoria:PolíciaAgente secretanos assuntos]]
{{título em itálico}}
[[Categoria:Polícia secreta]]
[[Categoria:Governo do Império Romano]]
[[Categoria:Governo do Império Bizantino]]