Onulfo: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 17:
|religião =
}}
'''Onulfo''', '''Hunulfo''' ou '''Unulfo''' ({{langx|la|''(H)unu(u)lfus''}}; {{langx|el|Ονό(ο)φυλος||''Onóulphus''}}; m. {{morte|||493}}) foi um [[esciros|nobre esciro]] ativo durante o {{séc|V}}. Filho de [[Edecão]] e irmão de [[Odoacro]], aparece pela primeira vez nos anos 460 quando agrupou os [[esciros]] remanescentes e fez uma aliança com as tribos vizinhas contra os [[ostrogodos]] de [[Teodomiro (rei ostrogótico)|Teodomiro]] {{nwrap|r.|465|474/475}}. Após sua derrota na [[batalha de Bolia]], partiu para [[Constantinopla]] e entrou em serviço militar, conseguindo ascender aos postos de [[conde (Roma Antiga)|conde]] e [[mestre dos soldados da Ilíria]] com ajuda de [[Armato]]. Em 479, Onulfo parte para a Itália, onde permaneceu como comandante de seu irmão até 493.
 
[[Imagem:Zeno Solidus RIC 0910.jpg|thumb|upright=1.05|[[Soldo (moeda)|Soldo]] de [[Zenão I]] (r. 474–475; 476–491)]]
== Biografia ==
[[Imagem:Solidus-Odoacer-ZenoRIC 3657cf.jpg|thumb|upright=1.05|Soldo de [[Odoacro]] {{nwrap|r.|476|493}} cunhado em nome de Zenão]]
 
'''Onulfo''', '''Hunulfo''' ou '''Unulfo''' ({{langx|la|''(H)unu(u)lfus''}}; {{langx|el|Ονό(ο)φυλος||''Onóulphus''}}; m. {{morte|||493}}) foi um [[esciros|nobre esciro]] ativo durante o {{séc|V}}. Filho de [[Edecão]] e irmão de [[Odoacro]], aparece pela primeira vez nos anos 460 quando agrupou os [[esciros]] remanescentes e fez uma aliança com as tribos vizinhas contra os [[ostrogodos]] de [[Teodomiro (rei ostrogótico)|Teodomiro]] {{nwrap|r.|465|474/475}}. Após sua derrota na [[batalha de Bolia]], partiu para [[Constantinopla]] e entrou em serviço militar, conseguindo ascender aos postos de [[conde (Roma Antiga)|conde]] e [[mestre dos soldados da Ilíria]] com ajuda de [[Armato]]. Em 479, Onulfo parte para a Itália, onde permaneceu como comandante de seu irmão até 493.
[[Imagem:Zeno Solidus RIC 0910.jpg|thumb|[[Soldo (moeda)|Soldo]] de [[Zenão I]] (r. 474–475; 476–491)]]
 
[[Imagem:Solidus-Odoacer-ZenoRIC 3657cf.jpg|thumb|Soldo de [[Odoacro]] {{nwrap|r.|476|493}} cunhado em nome de Zenão]]
Após sua derrota na [[batalha de Bolia]], partiu para [[Constantinopla]] e entrou em serviço militar, conseguindo ascender aos postos de [[conde (Roma Antiga)|conde]] e [[mestre dos soldados da Ilíria]] com ajuda de [[Armato]]. Em 479, Onulfo parte para a Itália, onde permaneceu como comandante de seu irmão até 493.
 
== Biografia ==
 
Onulfo era filho do rei [[Edecão]] e irmão do futuro rei [[Odoacro]] {{nwrap|r.|476|493}}. Nos final dos anos 460 reagrupou com seu pai os esciros remanescentes após uma derrota nas mãos dos [[ostrogodos]] e aliou-se com outras tribos vizinhas para atacar o [[Reino Ostrogótico da Panônia]] do [[rei gótico|rei]] [[Teodomiro (rei ostrogótico)|Teodomiro]] {{nwrap|r.|465|474/475}}, onde seria derrotado na [[batalha de Bolia]]. Em algum momento desconhecido após esta derrota, Onulfo partiu para [[Constantinopla]] e entrou no serviço imperial. Inicialmente residiu na capital em condições precárias, mas logo foi acolhido pelo general [[Armato]] que patrocinou sua ascensão nos postos militares. Onulfo foi nomeado [[conde (Roma Antiga)|conde]] em data desconhecida e então [[mestre dos soldados da Ilíria]] por 477. Nesse ano, por instigação do [[imperador bizantino]] [[Zenão I]] (r. 474–475; 476–491), Onulfo assassinou Armato.{{harvref|name=Mar806|Martindale|1980|p=806}}
Linha 30 ⟶ 33:
=== Relação entre Armato e Odoacro ===
 
[[Imagem:Solidus Basiliscus-RIC 1003.jpg|thumb|esquerda|upright=1.05|Soldo do imperador [[Basilisco (imperador)|Basilisco]] {{nwrap|r.|475|476}}.]]
Uma publicação recente de [[Stephan Krautschick]] abriu um novo estudo sob a vida de Armato "para novas interpretações, em particular a relação entre a família de Armato e Basilisco e Odoacro, chefe dos [[hérulos]], e depois [[rei da Itália]]". De acordo com Krautschick, e com estudiosos posteriores,{{harvref|Demandt|1989|p=178}}{{harvref|name=Ar283|Armory|1997|p=282-283}} Armato seria irmão de Onulfo e Odoacro, de modo que o líder dos hérulos também teria sido sobrinho de [[Basilisco]] {{nwrap|r.|475|476}} e de [[Élia Verina]] {{nwrap|r.|457|474}}.{{harvref|Krautschick|1986|p=344-374}} Em particular, esta interpretação lança luz sobre o porque Armato estava tão interessado em ajudar Onulfo, e que foi seu próprio irmão que o matou.<ref name=Ar283 />
 
Uma publicação recente de [[Stephan Krautschick]] abriu um novo estudo sob a vida de Armato "para novas interpretações, em particular a relação entre a família de Armato e Basilisco e Odoacro, chefe dos [[hérulos]], e depois [[rei da Itália]]". De acordo com Krautschick, e com estudiosos posteriores,{{harvref|Demandt|1989|p=178}}{{harvref|name=Ar283|Armory|1997|p=282-283}} Armato seria irmão de Onulfo e Odoacro, de modo que o líder dos hérulos também teria sido sobrinho de [[Basilisco (imperador)|Basilisco]] {{nwrap|r.|475|476}} e de [[Élia Verina]] {{nwrap|r.|457|474}}.{{harvref|Krautschick|1986|p=344-374}} Em particular, esta interpretação lança luz sobre o porque Armato estava tão interessado em ajudar Onulfo, e que foi seu próprio irmão que o matou.<ref name=Ar283 />
 
A ligação entre Armato, Onulfo e Odoacro está em um fragmento de [[João I de Antioquia]] (209.1), no qual Onulfo é indicado como sendo o assassino e irmão de Armato. Antes do trabalho de Krautschick, e também de acordo com outros estudiosos, a leitura foi emendada para ler que ''"Odoacro foi o irmão de Onulfo que matou Armato"''. Esta alteração fez do fragmento de João compatível com os relatos de outros historiadores, uma vez que nem [[João Malalas]] ou [[Malco (historiador)|Malco]] fizeram referência ao fato de que Armato teria sido morto por seu próprio irmão e não fazem referência a uma relação de sangue entre Odoacro e Basilisco.{{harvref|Macgeorge|2003|p=284-285}}