Deiótaro: diferenças entre revisões

'''DeiotaroDeiótaro da Galácia''' ({{lang-la|''Deiotarus''}}; em [[língua gálata|gálata]] e [[língua grega|grego]]: ''Deiotaros''), de sobrenome '''''Philoromaios'''''; {{ca.}} {{dni|||105 a.C.|si}}&ndash;{{morte|||-42}}, 41 a.C. ou 40 a.C.)<ref>{{cite web | last = Lendering | first = Jona | title = Legio XXII Deiotariana | url = http://www.livius.org/le-lh/legio/xxii_deiotariana.html}}</ref> foi um dos principais "tetrarcas dos [[tolistóbogos]]" na [[Galácia]] ocidental, [[Ásia Menor]], e também um "rei da Galácia". É considerado um dos melhores reis [[celtas]], reinando sobre três tribos gálatas a partir de sua capital, [[Blúcio]] ({{lang-la|''Blucium''}}; moderna [[İskilip]], na [[Turquia]])<ref>{{cite book|author=Berresford Ellis, Peter|title= ''The Celts: A History''|publisher=Caroll & Graf|year= 1998|isbn= 0-7867-1211-2|page= 43| language = inglês}}</ref>.

DeiotaroDeiótaro era um fiel aliado dos [[Roma Antiga|romanos]] e se envolveu nas [[guerras civis romanas|lutas entre os generais romanos]] que levaram à queda da [[República Romana]] a partir de 44 a.C. Ele trocou de lado e apoiou os [[triúnviro]]s, mantendo seu reino intacto até sua morte.

Sua primeira aparição nos registros históricos se deu no início da [[Terceira Guerra Mitridática]], quando ele expulsou as tropas de [[Mitrídates VI do Ponto]], lideradas por [[Êumaco]] da [[Frígia]] entre 75 e 74 a.C. Seu amigo mais importante era [[Pompeu]], que, quando estava resolvendo a situação na Ásia depois da invasão de Mitrídates depois de derrotá-lo (entre 65 e 62 a.C.), o recompensou por sua ajuda com o título de rei e um aumento territorial (parte do [[Ponto (região)|Ponto]] oriental), além da [[Armênia Menor]] e a maior parte da [[Galácia]]. Com a irrupção da [[Guerra Civil Cesariana|guerra civil]] (49 a 45 a.C.), DeiotaroDeiótaro naturalmente se aliou ao seu antigo patrocinador e aliado, Pompeu, e aos ''[[optimates]]'' em sua luta contra [[Júlio César]], que estava desafiando o [[Senado Romano|Senador]]. Depois de ser derrotado na [[Batalha de Farsalos (48 a.C.)|Batalha de Farsalos]] (48 a.C.), DeiotaroDeiótaro escapou com ele para Ásia. Quando Pompeu foi derrotado, DeiotaroDeiótaro foi acusado de traição e enfrentou a pena de morte, da qual escapou parcialmente graças à defesa de [[Cícero]]. Enquanto isto, [[FarnacesFárnaces II do Ponto|FarnacesFárnaces]], o filho de Mitrídates, capturou a Armênia Menor e derrotou a [[Legio XXII Deiotariana|XXII ''Deiotariana'']] de DeiotaroDeiótaro na [[Batalha de Nicópolis (48 a.C.)|Batalha de Nicópolis]]. Para a sorte de dele, [[Júlio César]], na ocasião, desembarcou na Ásia vindo do [[Egito Ptolemaico|Egito]] e foi recebido por ele na posição de um suplicante (47 a.C.). César o perdoou por ter se aliado a Pompeu e ordenou que ele retomasse sua posição de rei. DeiotaroDeiótaro então marchou contra FarnacesFárnaces na Armênia e o derrotou na [[Batalha de Zela]]<ref name="EB1911"/>.

Depois de reclamações de alguns príncipes gálatas, DeiotaroDeiótaro perdeu parte de seus domínios em 47 a.C., mas foi novamente perdoado por César e manteve o título de rei. Com a morte de [[Mitrídates I do Bósforo|Mitrídates de Pérgamo]], tetrarca dos [[Trocmnos|trocmnos]], DeiotaroDeiótaro foi um dos candidatos para a posição. Outros tetrarcas também apresentaram suas candidaturas e DeiotaroDeiótaro foi acuasadoacusado, em Roma (45 a.C.), por seu neto, Castor, de ter conspirado para matar César quando ele esteve como hóspede em sua corte na Galácia. [[Cícero]], que tinha uma boa opinião sobre DeiotaroDeiótaro, conhecido seu da época que ele foi governador da [[Cilícia]], assumiu sua defesa e explanou seu caso na residência do próprio César em Roma<ref name="EB1911">{{EB1911|inline=1 |wstitle=Deïotarus |volume=7 |page=933}}</ref>:

O assunto foi esquecido por um tempo e o assassinato de César acabou com qualquer possibilidade de ele ser encerrado. Em seu discurso, Cícero rapidamente descarta as acusações de assassinato e recoloca a questão da distribuição das províncias como a verdadeira causa das discussões entre DeiotaroDeiótaro e seus parentes<ref name="EB1911"/>.

Depois da morte de César, [[Marco Antônio]], principalmente por questões financeiras, anunciou publicamente que, de acordo com instruções do próprio César, DeiotaroDeiótaro deveria reassumir todos os territórios que havia perdido. Quando a [[Guerra Civil dos Liberatores|guerra civil reiniciou]], DeiotaroDeiótaro foi convencido a apoiar o partido contrário a César, liderado por [[Bruto]] e [[Caio Cássio Longino|Cássio]]. Mas, depois da [[Batalha de Filipos]] (42 a.C.), mudou novamente e passou para o lado dos [[Segundo Triunvirato]]. Desta forma, conseguiu manter seu reino até a morte, já em idade avançada<ref name="EB1911"/>.

DeiotaroDeiótaro casou-se com Berenice, princesa de [[Reino de Pérgamo|Pérgamo]], filha de [[Átalo III]], rei de Pérgamo, e sua esposa atalidaatálida. Eles foram pais de [[Adobogina]], que se casou com [[BrogitaroBrogítaro]], rei da Galácia, que reinou em conjunto com o sogro<ref>[[Cícero]], ''De harusp. resp.'' 13.</ref>. Adobogina e BrogitaroBrogítaro foram pais do rei [[Amintas da Galácia]].

O manual agricultural grego de [[Diófanes de Niceia]] foi dedicado a DeiotaroDeiótaro.

A [[Legio XXII Deiotariana|XXII ''Deiotariana'']] foi batizada em sua homenagem. Originalmente, esta unidade era parte do exército da Galácia e seu tamanho equivalia ao de três [[legião romana|legiões]]. Depois de derrotada, foi considerada como sendo apenas uma legião e passou a funcionar, informalmente, como uma legião romana sob o comando de Júlio César até a morte de DeiotaroDeiótaro, quando foi definitivamente incorporada ao [[exército romano]] tendo o rei morto como seu patrono.