Ernest Henry Shackleton: diferenças entre revisões

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== Legado ==
Antes do regresso do corpo de Shackleton à Geórgia do Sul, teve lugar um serviço em sua memória, com honras militares, na Igreja da Santíssima Trindade, em Montevideo, e, a 2 de Março, realizou-se outro serviço na [[Catedral de São Paulo (Londres)|Catedral de São Paulo]], em Londres, no qual o rei, e outros membros da família real, estiveram presentes.{{sfn|Fisher|pp=481–83}} A primeira biografia,[[#{{sfnRef|Mill}}|''The Life of Sir Ernest Shackleton'']], de [[Hugh Robert Mill]], foi publicada no espaço de um ano. Este livro, para além de prestartprestar homenagem ao ecplorador, foi uma tentativetentativa de ajudar a sua família; quando Shackleton morreu, deixou uma dívida de {{formatnum:40000}} libras (valor em 2011: 1,6 milhões de libras).{{sfn|Measuring Worth}}{{sfn|Huntford|p=692}} Outra iniciativa foi a criação do Fundo Memorial de Shackleton, para apoiar a educação dos seus filhos e da sua mãe.{{sfn|Fisher|p=485}}
 
[[File:Shackleton.jpg|thumb|upright|Estátua de ''Sir'' Ernest Shackleton, no exterior da sede da [[Real Sociedade Geográfica (Reino Unido)|Real Sociedade Geográfica]], em Londres.]]
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Em 1959, Alfred Lansing publicou [[#{{sfnRef|Lansing}}|''Endurance: Shackleton's Incredible Voyage'']]. Este trabalho foi o primeiro de vários livros sobre Shackleton que começaram a surgir, retratando-o de uma forma muito positiva. Ao mesmo tempo, a opinião geral face a Scott começou a mudar para uma visão mais crítica, culminando com o livro de [[Roland Huntford]], ''Scott and Amundsen'', de 1979, descrito por Barczewski como um "ataque devastador".{{sfn|Barczewski|p=282}} Esta imagem negativa de Scott tornou-se o novo [[paradigma]],{{sfn|Fiennes|p=432}} à medida que o tipo de heroísmo que Scott representava decaia vítima das mudanças culturais dos finais do século XX.{{sfn|Barczewski|p=282}} Com o passar dos anos, Scott foi ultrapassado por Shackleton na opinião pública; a popularidade do primeiro decrescia, enquanto a deste último estava em ascensão. Em 2002, num inquérito realizado pela BBC para determinar os "100 Maiores Britânicos" ("100 Greatest Britons"), Shackleton ficou em 11.º lugar, enquanto Scott alcançou o 54.º.{{sfn|Barczewski|p=283}} Em 2007, a Fundação Shackleton foi criada para homenagear o legado de Ernest Shackleton, transmitindo o seu espírito de luta e e tentando fazer a diferença de um modo positivo.
 
Em 2001, Margaret Morrell e Stephanie Capparell transmitiram o exeploexemplo de Shackleton como um modelo a seguir ao nível das hierarquias de liderança no seu livro [[#{{sfnRef|Morrell & Capparell}}|''Shackleton's Way: Leadership Lessons from the Great Antarctic Explorer'']]. Nele escreveram: "Shackleton resonates with executives in today's business world. A sua abordagem da liderança centrada nas pessoas, pode ser um guia para qualquer um que esteja numa posição de autoridade".{{sfn|Barczewski|p=292}} Outros escritores de Gestão também seguiram esta nova linha de pensamento, utilizando Shackleton como exemplo para trazer a ordem do caos. O Centro de Estudos para a Liderança da [[Universidade de Exeter]] (Reino Unido) lecciona um curso sobre Shackleton, que também está incluído nos programas de pedagogia administrativeadministrativa de várias universidades [[Estados Unidos|americanas]].{{sfn|Barczewski|pp=294–95}} Em Boston, foi criada uma "Escola de Shackleton " de acordo com os princípios "[[Outward Bound]]", com o lema "The Journey is Everything" ("a Viagem é Tudo").{{sfn|Barczewski|pp=294–95}} Shackleton também tem sido referido como modelo de liderança pela [[Marinha dos Estados Unidos]] e, em um texto sobre liderança no Congresso, Peter L Steinke caracteriza Shackleton como o arquétipo de "líder não-ansioso " cuja "calma, atitude reflexiva se torna no aviso antibiótico da toxicidade de um comportamento reactivo".{{sfn|Barczewski|pp=294–95}} Em 2001, o Athy Heritage Centre-Museum, em Athy, Condado de Kildare, na Irlanda, criou a Escola de Outono de Ernest Shackleton, que tem lugar anualmente, para homenagear o explorador e comemorar o período heroicoheróico da exploração polar.<ref>shackletonfoundation.org</ref>
 
A morte de Shackleton marcou o fim da Idade Heróica da Exploração da Antárctida, um period de descobertas caracterizado por viagens de exploração científica e geográfica num continente praticamente desconhecido, sem utilização dos modernos métodos de transporte ou de comunicação por rádio. No prefácio so seu livro ''[[The Worst Journey in the World]]'', [[Apsley Cherry-Garrard]], um membro da equipa de Scott na Expedição Terra Nova, escreveu: "Para um projecto conjunto científico-geográfico, deem-me Scott; para uma viagem no Inverno, Wilson; para ir ao Pólo, e mais nada, Amundsen: e se eu estiver enfiado num terrível buraco, e de lá quiser sair, deem-me sempre Shackleton ".{{sfn|Wheeler|pp=187}}